Eu falo isso com muita frequência em grupos e em aula: Não é possível SER FELIZ porque a felicidade é um estado transitório.

Nossa relação com a felicidade é senoidal (em forma de onda): acontece algo bom e nós ficamos felizes pra caramba... Essa felicidade vai diminuindo com o tempo e vai sendo engolida pela normalidade cotidiana daquela acontecência. Daqui a pouco, aquele carro, aquela moto, aquele emprego, aquela mudança, aquela relação, já se tornaram parte do nosso cotidiano e deixam de nos fazer felizes. E aí, precisamos de uma nova "onda", de um novo estímulo, de um novo "barato" para sentirmos novamente a felicidade.

Nesse particular, a felicidade - que nada mais é do que impulsos neuroquímicos que nosso cérebro "lê" como "felicidade" - se assemelha a uma droga. Se não entrar em ação uma outra importante "ferramenta da alma" chamada GRATIDÃO não seremos capazes de sentir SATISFAÇÃO naquilo que um dia nos trouxe FELICIDADE e assim, dessa forma, nunca estaremos satisfeitos e, portanto, nunca seremos gratos. E isso nos mantém num constante estado de INSATISFAÇÃO e INGRATIDÃO, que é uma das maiores doenças da alma, responsável por muitos casos de depressão e - possivelmente - até suicídio!

A gratidão é o ingrediente que nos mantém satisfeitos com o que temos - e que um dia nos fez feliz - enquanto buscamos novas realizações e conquistas, que nos trarão novos níveis de felicidade.

Bem, será que agora, dito pelos "Três Tenores" da Filosofia (faltou o Clóvis de Barros Filho, mas tudo bem), vocês acreditam que essa história de "ser feliz" é uma ARMADILHA PERIGOSA?

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Trecho: Felicidade Modos de Usar - Cortella & Karnal & Pondé
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