Suellen Borges | Redação e Português
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Língua Portuguesa para concursos públicos e para a vida.

“A escrita é uma arma. A fala também!” 💣
Suellen Borges

Bem-vindo, nobre! ⚓️
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SOU POLICIAL já há alguns anos.

Ainda assim, certos eventos nunca me são “só mais um punhado de fuleiragem” convencional à exauriente rotina de polícia judiciária.

Expedir uma guia de exame de necropsia, por exemplo, é sempre um momento que me instiga a refletir acerca da fragilidade extrema da condição humana que circunscreve o fato de estarmos vivos.

IMPRIMIR a guia, encarar o familiar, explicar-lhe os procedimentos legais, falar sobre a liberação do corpo - naquela atmosfera sensível que mistura atores em condutas paradoxais - são movimentos que me provocam o desconforto de agir com uma frieza antinatural - mas, confesso, estratégica.

Esse fingido esvaziamento de alguns afetos é o que me garante a sobrevivência ante o caos da vida pós-moderna. Nem ouso falar da Fé, porque ela já é o elemento óbvio que me sustém. No entanto, a mim é inescapável a violenta “ressaca” ao me ver sem qualquer capacidade de confortar o meu próximo. Ainda que palavras sejam minha praia, elas são ineficazes quando o mar não dá pé…

De um lado, eu: policial, profissional, firme na postura e didática nas explicações sobre os trâmites; de outro, uma mãe que acabara de perder a filha de 31 anos num grave acidente automobilístico.

Confabulando silenciosamente sobre o divino fôlego da vida, penso nas circunstâncias que tornam vida e morte elementos antitéticos misteriosamente articulados. Definitivamente, não atribuo ao acaso essa condição que aproxima, infinitamente, dois lados opostos e reduz a passagem a um finíssimo cordão de prata. “Para morrer, basta estar vivo!” - assim diria o acertado clichê…

Acabo de expedir a guia de exame pericial para a mãe levar ao IML, a fim de ser liberado o corpo.

-É só atravessar o pátio, senhora, e entregar o documento ao recepcionista. Meus sentimentos!… (digo eu, com a angústia extrema de saber estar sabotando minha vontade, notando uma distância violenta entre o que quero dizer e o que efetivamente digo).

“Meus sentimentos!” é tudo o que me ocorre na hora. E sempre me sinto drasticamente incapaz de elaborar qualquer palavra que reúna os efetivos sentimentos desejados a quem entrego um atestado de morte. Movimento contraditório e violento. Morre a palavra na minha boca também.

-Obri…gad…a…

Respondera a mãe em tom quase inaudível, enquanto se levantava cambaleante, embargando a voz molhada de lágrimas e carregando na face o semblante devastado pelas razões óbvias.

A vítima estava grávida de seis meses.

.

Suellen Borges

Intervalo de plantão na 15a Subdivisão Policial de Cascavel-PR
13/01/2023
Bom dia, nobres! Já, já:
Atenção, nobres:
Nobres, alguém aqui fez PMES? Quero olhar a prova. Se alguém tiver cópia, enviar para profsuellenborges@gmail.com —> EM FORMATO PDF, POR FAVOR!
Quem aqui fez PMMG ontem?
💡 Nobre, quando foi a última vez que você produziu um texto dissertativo?

Ao longo dos dias, postarei algumas dicas valiosas aqui para sua produção de texto.
🎯 REDAÇÃO | Dica 1 ✍️

“Prof, minha letra é feia. Posso ser penalizado por isso na redação?”

Depende!

Você pode ter a letra feia, só não pode ter a letra ILEGÍVEL.

Legibilidade é um critério relevante para a prova discursiva. Você deve escrever de maneira que o examinador entenda as palavras e não precise traduzir o que foi escrito. Poupe o trabalho do corretor.

Vejo vocês na próxima dica!

— Profa. Suellen Borges
🎯 REDAÇÃO | Dica 2 ✍️

“Puts, rasurei! Tô eliminado?” ⚰️

Depende!

Essa rasura foi indiscreta? Molhou a folha definitiva com suas lágrimas? Furou a folha? Rasgou? 🥲 Aí a eliminação vem mesmo. Mas se foi um erro pequeno, há salvação sim, graças a Deus! 🙌🏻

Rasuras indiscretas podem chamar a atenção para um critério importante, que é a identificação do autor do texto. Aí a eliminação é cogitada.

O recomendado a se fazer quando se errar alguma letra ou palavra do texto dissertativo é apenas passar um traço sobre a palavra e reescrevê-la em seguida. Ah, e nada de isolar essa rasura entre parênteses, viu? Parênteses são um recurso de pontuação, não devem ser usados para finalidade distinta.

💡 Errou? Não crie pânico. Passe um suave traço SOBRE a palavra e a reescreva EM SEGUIDA (não em cima nem embaixo). Combinado?

Vejo vocês na próxima dica!

— Profa. Suellen Borges
🎯 REDAÇÃO | Dica 3 ✍️

“Prof, como usar siglas na redação?” 🤔

As siglas são práticas, mas o uso inadequado pode prejudicar a clareza do texto e até confundir o leitor.

O mais importante a se lembrar com relação ao uso de uma sigla no texto dissertativo é: na primeira menção, use o termo por extenso seguido da sigla entre parênteses. Por exemplo: Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS). Nas próximas menções, use apenas a sigla.

Até a próxima dica!

— Profa. Suellen Borges
🎯 REDAÇÃO | Dica 4 ✍️

“Repetições de palavras não são bem vistas no texto dissertativo. Mas como evitá-las?🤔

Usar a mesma palavra repetidamente reflete problema de COESÃO.

Uma dica para evitar repetições é usar sinônimos ou recorrer a pronomes. Em alguns casos, é preciso reformular toda a frase. Por exemplo, em vez de repetir o termo “problema” várias vezes, use “questão”, “dificuldade”, “problemática”, “desafio”, entre outros.
Quanto ao uso de pronomes, convém ficar claro a que ou a quem eles se referem dentro do texto.

Até a próxima dica!

— Profa. Suellen Borges
🎯 REDAÇÃO | Dica 5 ✍️

“Como fazer uma boa introdução?” 🤔

Gente boa, vocês devem saber, mas não custa reforçar: a introdução é a porta de entrada do seu texto. Ela deve ser clara e objetiva, apresentando o tema e trazendo uma tese — posicionamento sobre o assunto.

Muita gente tem dificuldade para começar o texto. Uma dica é pensar no tema de forma global e usar uma frase de contextualização logo no início; em seguida, dá pra apresentar a tese de forma direta. Por exemplo, num tema sobre “segurança pública no Brasil”, é possível começar a redação contextualizando com uma frase como: “A segurança pública é um dos grandes desafios das sociedades contemporâneas, especialmente em países com altos índices de violência, como o Brasil.” Em seguida, inserir a tese: “Para superar esse desafio, é fundamental a integração de políticas sociais e ações policiais eficazes.”

Vale destacar: a introdução não pode conter detalhes demais.

Até a próxima dica!

— Profa. Suellen Borges