Nova Acrópole Brasil🇧🇷🏛
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Perfil oficial da escola de Filosofia Nova Acrópole
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"A doença que ameaça dilacerar o nosso presente tempo histórico, doença que carregamos há muito tempo em estado latente, é precisamente o separatismo, o desmembramento, uma luta aberta entre facções cada vez mais pequenas, que termina inevitavelmente em conflitos entre indivíduos.

Vivemos isso todos os dias no âmbito da política, da cultura, da religião e da arte, e nos contextos sociais e familiares; podemos vê-lo nas ruas das grandes cidades e o seu impacto já se faz sentir nas pequenas vilas e aldeias. A desconfiança é o senhor e mestre de tudo, resultando em grosseria, brusquidão, irritabilidade, falta de escrúpulos, insinceridade e egoísmo.

Uma boa dose de unificação é o que todos precisamos, em geral, e cada um de nós em particular. Ajudar-nos-ia a experimentar de novo o sentido de fazer parte dessa grande família que é a humanidade, a alegria da amizade, da confiança recíproca, do desejo de cooperar e ajudar, de poder voltar a olhar-se nos olhos e encontre verdades brilhantes em vez de sombras assustadoras."

Delia Steinberg Guzman, professora de Nova Acrópole.
Trecho do artigo: Viver Juntos em Harmonia.

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Hoje eu vi a esperança, e sua visão me ajudou a entender o quanto e quantas coisas nós humanos perdemos para que essa imagem tenha que ser apresentada a nós.

Certamente muitas coisas se perderam; muitos valores foram quebrados neste estranho momento de transição histórica. Na verdade, falta luz, falta clareza de conceitos; a mente e os sentimentos ficam entorpecidos antes do cumprimento de suas funções naturais.

Tudo parece submergir numa inércia perigosa, cuja força de arrasto se traduz em destruição e violência em todas as ordens. É então, quando aparentemente nada resta no fundo da caixa da vida, que se vê a Esperança.

Esperança é esperar... é ter aquela dose de paciência e fé que nos permite superar o mau momento presente para lançar nossas energias em direção a um futuro melhor. Mas, cuidado... A esperança não pode esperar continuamente.

A esperança não é um dom para os inativos: nem mesmo para os que finalmente desistiram diante das dificuldades. A esperança é uma promessa, mas é preciso lutar muito para que essa promessa se torne realidade... Ela promete, nós cumprimos.

Não podemos – não devemos – renunciar ao esforço constante que a existência implica. Não é nobre abrandar o ímpeto quando as dificuldades são maiores. Justamente quando tudo parece impossível e intransponível, é quando a Esperança surge do fundo de sua caixa mágica, e promete outros tempos para quem souber vê-la.

Você também quer ver a Esperança? Você a verá envolta em véus de ilusão, turvas como os sonhos, mas tão reais quanto o entusiasmo que, tenho certeza, mora no fundo do seu coração.

Prof. Delia Steinberg Guzmán, presidente honorária de Nova Acrópole
Trecho do artigo "Hoje eu vi a Esperança".

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Estamos em Janeiro, o mês dedicado, desde épocas longínquas, ao deus Janos, formidável figura de face dupla, uma que olha para o passado e outra que aponta para o futuro. Para Janos não há presente; o presente é apenas o fugaz instante que divide o que foi do que virá, sem se fixar nem se deter em nenhum dos dois.

Para Janeiro, também não há presente: uma face lembra o ano transcorrido; a outra é a esperança do porvir. E essa dualidade parece influenciar igualmente aos homens, tomando, às vezes, a forma de uma indecisão que impede reconhecer claramente o caminho a seguir.
(..)
Pretendendo extrair sempre o melhor das coisas que nos rodeiam, Janos nos oferece um ensinamento: não restringir os sonhos tão somente ao presente, pois nada é duradouro quando se apoia na fragilidade de um minuto que voa e passa rápido. Para sonhar há que ter um material de ideais com o qual forma as novas imagens: o passado as traz com sua rica carga de exemplos e conhecimentos. Para sonhar, é preciso saber o que se quer e onde se quer chegar: o futuro sorri para aqueles que anseiam alcançá-lo com uma finalidade certeira. E - paradoxos de Janos - princípios e fins se apresentam muito semelhantes na medida em que nasce no homem a necessidade do bom e do absoluto: quem deu origem ao Universo será a meta do mesmo Universo, pelo qual o conceito de Deus brilha nitidamente nas mentes e nos corações. Deus não é uma abstração que aparece tão só na letra impressa nos livros, nem palavra que se pronuncia rapidamente nas orações habituais. Em Deus cabe tudo: os grandes princípios e os grandes fins, e os pequenos fins e princípios que dão sentido aos trabalhos de cada dia. De Deus se desprende perfeição, e há mil formas e longos caminhos para chegar a ela. Olhar, pois, para trás e para frente, seguros de um e de outro, e também uma maneira de encontrar Deus e promover a perfeição.
(...)
Janeiro possui dois rostos, e como janeiro, a vida inteira: a soma de tudo o que foi feito, e a responsabilidade de tudo o que ainda resta por fazer.

Trecho do art da prof. Delia Steinberg Guzmán, Presidente honorária internacional de Nova Acrópole

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Atualmente, é muito difícil encontrar valores estáveis ​​baseados no sentido da vida, o que faz com que, em grande parte, nos falte futuro. A incerteza domina hoje e amanhã, situação que afeta notoriamente as gerações mais jovens, carentes de apoio e esperança.

Como é do conhecimento geral, os transtornos psicológicos, as tendências à fuga da realidade e até ao suicídio estão aumentando cada vez mais. As perspectivas não são otimistas, a menos que haja mudanças substanciais, que não trarão resultados imediatos. Mas é preciso começar o quanto antes.

Devemos recorrer a remédios atemporais que deram frutos nos períodos mais sombrios da história. Embora nos refiramos à nossa mais próxima e conhecida Idade Média, a Arte em todas as suas facetas reuniu almas seletas e estabeleceu laços de Amor que deram origem ao renascimento.

Delia Steinberg Guzmán, presidente honorária de Nova Acrópole.
Trecho da entrevista disponivel no nosso canal.

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A filosofia é uma das áreas mais antigas do conhecimento humano e continua sendo relevante até hoje. O artigo da Nova Acrópole explora as razões pelas quais a filosofia é importante e como ela pode ajudar a melhorar nossas vidas.

🧐📚 A filosofia nos ajuda a questionar e compreender a natureza do mundo e do ser humano. Ela nos incentiva a buscar respostas para perguntas fundamentais sobre a vida, a existência e a realidade.

🤝💭 Além disso, a filosofia nos ajuda a desenvolver habilidades de pensamento crítico e reflexão, o que nos permite entender e lidar melhor com os problemas que enfrentamos no dia a dia.

👨‍👩‍👧‍👦🌎 A filosofia também nos ajuda a entender melhor as relações humanas e nossa conexão com o mundo ao nosso redor. Isso pode nos ajudar a criar comunidades mais fortes e a promover a paz e a compreensão em todo o mundo.

👀📖 O artigo "Por que Filosofia?" da Nova Acrópole é uma leitura fascinante e inspiradora para quem quer entender melhor a importância da filosofia em nossas vidas. Recomendamos a todos que leiam e compartilhem com seus amigos e familiares.

🌟🧠 A filosofia é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento humano e para construir um mundo melhor. Vamos abraçar essa oportunidade e explorar tudo o que a filosofia tem a oferecer! #filosofia #pensamentocrítico #conhecimento #desenvolvimentopessoal #novaacrópole

https://www.acropole.org.br/reflexoes-filosoficas/por-que-filosofia/
🖼️ Escultura “O rapto de Perséfone” de Gian Lorenzo Bernini, de 1622.

Conta o mito que Hades, o Deus do submundo, enamorou-se de Perséfone, a filha da Deusa da terra e agricultura, Deméter.

Não conseguindo mais viver sem Perséfone, Hades a rapta para o seu reino, tornando-a rainha ao seu lado. Deméter, devastada pela perda da filha, faz um trato com Zeus.

🌷 Metade do ano Perséfone viveria ao lado de Hades e na outra metade retornaria à Terra para viver com sua mãe. O reencontro de Perséfone com Deméter marca o equinócio da Primavera, momento de renovação, o florescer da alegria, da vida e do entusiasmo.

“Sempre se é tempo para reagir e viver a verdadeira juventude: a juventude primaveril da alma.” Jorge Angel Livraga

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“Quando há um sentido de beleza, tudo o que se faz obedecendo a esse sentido belo será. Da mesma forma, ao haver um sentido de virtude ou de retidão, a medida que se entra em ação, tudo que se faz, pensa ou sente é correto e belo”.

Quando nos referimos ao “sentido” da beleza, não nos referimos a nenhum dos cinco sentidos habituais. Este é um “sentido interno”, para lhe dar um nome, que está mais relacionado com as percepções interiores e com a intuição.

O que é a Beleza? Poderíamos defini-la de uma maneira que pudesse ser válida para todas as pessoas? A ideia arquetípica da Beleza nos leva a diferenciar a beleza exterior da beleza interior.

A beleza exterior se fundamenta sobretudo nas formas que, gostemos ou não, mudam e se destroem. A beleza interior pode ser subjetiva, e de fato é, mas é capaz de encontrar a essência de todas as coisas quando se buscam os elementos permanentes, além das formas. Para isso, temos que utilizar uma forma especial de ver, de ouvir e de perceber em geral.

A Beleza se aprecia instantaneamente quando a consciência está serena e não condicionada às circunstâncias nem às opiniões. É captada como um impacto de proporções harmoniosas, nem sempre consciente, mas que, no entanto, desperta uma parte desconhecida da própria consciência.

Por isso é nosso dever colocar às crianças em contato com a Beleza o mais cedo possível para que, à medida que desperte sua consciência e se estabilize, possam vê-la onde quer que estejam. E se não o fizemos até agora, sempre é um bom momento para voltar a sentir-se crianças tão puras e simples para descobrir mundos maravilhosos de mão com a imaginação."

Trecho do artigo "O sentido da beleza" da profª Delia Steinberg Guzmán, disponível na íntegra no nosso link https://www.acropole.org.br/arte/o-sentido-da-beleza/

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Junte-se a nós no nosso clube do livro na @acropoleplay para discutir “Sobre a Brevidade da Vida” de Sêneca. Começa em 29/11 com 4 encontros todas as quartas-feiras às 13h. Vamos mergulhar na #filosofia #estoicismo #sabedoria #seneca. Estamos esperando por você!
O Espelho Interior #Artigo #Filosofia

Hoje, na altura em que o mito da igualdade cambaleia, pode-se apreciar mais livremente a Sabedoria dos antigos, que afirmavam que todas as coisas e todos os seres têm existências diferentes.

Mais: dentro da mesma pessoa é difícil registar dois estados de ânimo iguais ao longo de um dia, de um mês ou de um ano. O mau é que, salvo as exceções que confirmam a regra, estes estados de ânimo têm frequentemente um denominador comum pernicioso, que é o de observar preferencialmente a parte negativa de tudo e de todas as coisas.

À sua maneira, cada qual sente-se um mártir, um incompreendido ou uma vítima dos demais, que não o amam nem o valorizam como merece, mais um longo etecetera que seria impossível descrever aqui.

É notável como o egocentrismo, com tendência mais ou menos acentuada para o egoísmo, modifica as atitudes e procedimentos, convertendo em néscios os inteligentes, em ociosos os trabalhadores e em débeis os potencialmente fortes.

O excesso de individualismo é tão mau como o seu contrário.
Todos acreditam ter, de alguma maneira, as chaves do sucesso, mas quando são postos à prova fracassam, deitando a culpa sempre para os outros e assumindo posições psicológicas sombrias. Não é raro encontrar indivíduos que são verdadeiros déspotas para os seus subordinados e que são extremamente sensíveis quando lhes toca a eles obedecer ou ouvir um corretivo. Então decai a alegria e uma nuvem cinzenta abate-se sobre a torturada consciência, que acredita ser vítima de uma injustiça, ao mesmo tempo que proclama as suas próprias bondades e os erros dos próximos.

Esta atitude pessimista e negativa, ao observá-la ao longo dos anos, em centenas de pessoas que bem poderiam experimentar uma atitude mais autêntica, positiva e humilde perante a vida, chamou-me profundamente a atenção.

Recordei-me da parábola de Platão sobre o “Olho da Alma”, esse que de acordo para onde se dirige, vê panoramas diferentes e comunica visões escuras, cinzentas ou francamente luminosas. E imaginei que temos dentro algo assim como um espelho de posição variável. E nele reflete-se aquilo para o qual está dirigido. Se o deixarem folgado, lasso, caído para a parte baixa do Mundo, somente refletirá sombras, perigos, adversidades. Se, com um pouco de esforço conseguirmos levantá-lo, mesmo que seja até à horizontal, o seu campo de visão ampliar-se-á consideravelmente e sem despojar-se de trevas, abarcará também horizontes luminosos e pluralidade de seres e coisas interessantes, dignas de se ter em conta, e a Alma ampliará a sua possibilidade de perceber e por tanto de discernir, decidir e atuar.

Se, com firme vontade, levantarmos ainda mais o espelho, veremos as coisas adversas do mundo borradas e um Céu de Luz levará beleza e alegria ao nosso Coração. Estaremos naturalmente predispostos para o êxito, para a alegria e a Sabedoria desenvolver-se-á descobrindo para nós verdadeiras maravilhas e os motores escondidos das coisas visíveis.
Perceberemos as mãos de Deus em cada obra e o seu Pensamento incomensurável regendo todas as ideias e todas as formas.

Assim, saudavelmente entretidos na visão e na vivência de tais prodígios, iremos esquecendo pouco a pouco as nossas estreitezas egoístas, a nossa ignorância que descarrega sobre as costas alheias os pesos das responsabilidades que nos enobrecem e que justificam a nossa vida.

Mantendo esse reflexo do Céu na nossa Alma, tudo se tornará mais fácil e as caminhadas mais agradáveis, frutíferas e alegres. Na verdade, vale a pena o esforço, pois de uma semente de vontade surge um bosque de bem-aventurança, de felicidade e de conformidade emocional consigo mesmo, ao poder ver com claridade as características do Caminho e dos caminhantes que, com o espelho virado para as trevas, não podíamos distinguir.

As vacilações diminuem e o medo é substituído por uma saudável inquietude renovadora e vital.

Os queixumes tornam-se risos e naturalmente somos melhor aceites por todos simplesmente movendo para cima o nosso espelho interior.

Jorge Ángel Livraga Rizzi,
Um Resgate Moral #Artigo #Filosofia

Tendo estudado recentemente sobre a Paideia grega, não pude deixar de fazer uma reflexão sobre as profundas diferenças que marcam nossas civilizações.

A Paideia foi um modelo educacional que tinha por objetivo supremo formar um cidadão perfeito, e contava com uma metodologia que ia desde a educação física, para a saúde do corpo, até aspectos espirituais, passando por formação de caráter, controle emocional, disciplina mental, valores morais e etc., para a saúde da alma.

Levava o homem à percepção da vida como algo transcendente, em que ele é parte de um Todo, como pequena célula de um organismo cósmico. E como toda célula, cada um cumpre com um propósito, intransferível e ineludível, seu Ideal e sua obrigação.

Para os velhos gregos, não buscar esse propósito sagrado seria não apenas imoral, mas também indigno da condição humana, sendo assim, preferível, não viver, pois viver significava mais que sobrevivência. Viver era cumprir com as obrigações humanas que os aproximariam dos deuses, tornando a vida, assim, heroica. E talvez por isso tivessem tantos heróis.

Hoje, lendo os noticiários do que ocorre no Brasil e no mundo, é até difícil de acreditar que somos mesmo herdeiros daquela magnífica cultura.

Que nos restou daquele apuradíssimo senso de estética apreciado em suas estátuas e estrofes poéticas? Ou da estética metafísica (beleza da alma) presente em sua herança imaterial, suas leis, sua filosofia, sua formação moral e os exemplos de vida que nos deixaram?

Onde encontrar a coragem de um Leônidas, o refinamento moral de um Sólon, ou a sabedoria de um Platão, que 2500 anos depois continuam despertando nossa reverência?

Necessitamos urgentemente de um resgate, um resgate moral, pois como tem sido apontado por inúmeros estudiosos; economistas, ecologistas, cientistas, historiadores e outros, a crise que se abate sobre nós é, fundamentalmente, uma crise moral.

Não é por falta de recursos que nosso mundo se encontra em perigo, nem por falta de conhecimentos científicos, pois em ambos temos mais do que jamais tivemos.

Nossos estados caem, a violência cresce, a guerra se acirra, porque nós, simplesmente, não fazemos aquilo que todos nós sabemos ser o certo, o Moral.

Os homens se apoiam no Legal (se o fazem), como se as leis, que eles mesmos escreveram, fossem a verdade sobre o certo e o errado, quando sabem em seu íntimo que esses valores não podem ser modificados, como não podem ser modificadas as Leis da Natureza.

E ao estar regidos por leis naturais, se agirmos mal às escondidas (ou em público, pois o pudor tem estado em falta), a natureza será prejudicada da mesma forma, nós seremos prejudicados da mesma forma.

Mas nós podemos ser bons! E na visão daqueles velhos gregos, nossos ancestrais, é essa nossa missão, nosso dever, nosso Ideal. E não seremos felizes se não formos bons.

Não é tão difícil percebê-lo, é questão de bom senso. Faz parte da sabedoria popular, e em nosso íntimo sentimos que apenas os bons devem “ser felizes para sempre”, como naqueles contos da infância.

O que os gregos, e muitos outros povos da antiguidade, nos ensinaram, e que constitui nosso legado humano, é que devemos buscar o Bem.

Nas palavras de Platão; Bondade, Beleza e Justiça, devem constituir nosso mais elevado propósito. E é para essa busca que devemos nos educar, e para ela dedicar nossas vidas.

Jean Cesar Antunes Lima

Professor de filosofia em Nova Acrópole