Quarta-feira da Semana Santa é o Dia da Traição
16 de Abril de 2025
Hoje (16), Quarta-feira Santa, termina a Quaresma e, ao mesmo tempo, termina a primeira parte da Semana Santa, a Semana Maior. Amanhã, quinta-feira (17), começa o Tríduo Pascal, núcleo das celebrações da Igreja.
Hoje, seguindo as Escrituras Sagradas, é a noite em que Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos escolhidos por Jesus, se reuniu com o Sinédrio, o tribunal religioso judaico, e fez um acordo com seus membros para entregar Jesus em troca de 30 moedas.
O plano para matar Jesus se põe em andamento. Por isso, muitos se referem à Quarta-feira Santa como “o primeiro dia de luto da Igreja”.
Nas vésperas do Tríduo Pascal, a liturgia da Quarta-feira Santa nos leva a contemplar o momento da traição de Judas.
No Evangelho de hoje (Mt 26,14-25), ouvimos o anúncio da entrega de Jesus por trinta moedas de prata, o preço da vida de um escravo.
Jesus está à mesa com os discípulos e revela: “Um de vós me trairá.” A afirmação de Jesus os deixa tristes, e cada discípulo, um a um, questiona: “Acaso sou eu, Senhor?”.
A liturgia nos convida a fazer também essa pergunta, diante da nossa própria condição de fragilidade e pecado.
A cor litúrgica permanece roxa, como em todo o tempo quaresmal. Este é um dia para prezar também o silêncio e observar maior sobriedade nos cantos, de forma a favorecer a meditação e o exame de consciência.
Enquanto Pedro negará, mas se converterá, Judas se perderá pela falta de arrependimento. Esse é o ponto crucial da liturgia de hoje: a diferença entre o pecado e o desespero. Judas se afastou da confiança na misericórdia divina.
A Quarta-feira Santa nos recorda que nenhuma traição é maior que a misericórdia de Deus, se nos deixamos encontrar por Ele. A Eucaristia deste dia nos fortalece a escolher a conversão e a fidelidade, mesmo em meio às nossas fraquezas.
Que o Senhor nos conceda um coração humilde, capaz de se arrepender, e que esta liturgia nos prepare para mergulhar no mistério da Cruz, onde o amor venceu toda traição.
“O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!” (Mt 26,24)
A liturgia deste dia deve ser preparada com zelo de maneira a ajudar a comunidade a viver com profundidade esse tempo tão sagrado.
16 de Abril de 2025
Hoje (16), Quarta-feira Santa, termina a Quaresma e, ao mesmo tempo, termina a primeira parte da Semana Santa, a Semana Maior. Amanhã, quinta-feira (17), começa o Tríduo Pascal, núcleo das celebrações da Igreja.
Hoje, seguindo as Escrituras Sagradas, é a noite em que Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos escolhidos por Jesus, se reuniu com o Sinédrio, o tribunal religioso judaico, e fez um acordo com seus membros para entregar Jesus em troca de 30 moedas.
O plano para matar Jesus se põe em andamento. Por isso, muitos se referem à Quarta-feira Santa como “o primeiro dia de luto da Igreja”.
Nas vésperas do Tríduo Pascal, a liturgia da Quarta-feira Santa nos leva a contemplar o momento da traição de Judas.
No Evangelho de hoje (Mt 26,14-25), ouvimos o anúncio da entrega de Jesus por trinta moedas de prata, o preço da vida de um escravo.
Jesus está à mesa com os discípulos e revela: “Um de vós me trairá.” A afirmação de Jesus os deixa tristes, e cada discípulo, um a um, questiona: “Acaso sou eu, Senhor?”.
A liturgia nos convida a fazer também essa pergunta, diante da nossa própria condição de fragilidade e pecado.
A cor litúrgica permanece roxa, como em todo o tempo quaresmal. Este é um dia para prezar também o silêncio e observar maior sobriedade nos cantos, de forma a favorecer a meditação e o exame de consciência.
Enquanto Pedro negará, mas se converterá, Judas se perderá pela falta de arrependimento. Esse é o ponto crucial da liturgia de hoje: a diferença entre o pecado e o desespero. Judas se afastou da confiança na misericórdia divina.
A Quarta-feira Santa nos recorda que nenhuma traição é maior que a misericórdia de Deus, se nos deixamos encontrar por Ele. A Eucaristia deste dia nos fortalece a escolher a conversão e a fidelidade, mesmo em meio às nossas fraquezas.
Que o Senhor nos conceda um coração humilde, capaz de se arrepender, e que esta liturgia nos prepare para mergulhar no mistério da Cruz, onde o amor venceu toda traição.
“O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!” (Mt 26,24)
A liturgia deste dia deve ser preparada com zelo de maneira a ajudar a comunidade a viver com profundidade esse tempo tão sagrado.
- Primeira Leitura (Is 50,4-9a)
- Salmo: Responsório Sl 68(69),8-10.21bcd-22.31 e 33-34 (R. 14cb)
Evangelho (Mt 26,14-25)
— Salve, Cristo, Luz da vida, companheiro na partilha!
— Salve, nosso rei, somente vós tendes compaixão dos nossos erros.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 14 um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15 e disse: "O que me dareis se vos entregar Jesus?" Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16 E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus. 17 No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: "Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?" 18 Jesus respondeu: "Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: 'O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a Páscoa em tua casa, junto com meus discípulos'". 19 Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a Páscoa. 20 Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos. 21 Enquanto comiam, Jesus disse: "Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair". 22 Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: "Senhor, será que sou eu?" 23 Jesus respondeu: "Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato. 24 O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!" 25 Então Judas, o traidor, perguntou: "Mestre, serei eu?" Jesus lhe respondeu: "Tu o dizes".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
- Salmo: Responsório Sl 68(69),8-10.21bcd-22.31 e 33-34 (R. 14cb)
Evangelho (Mt 26,14-25)
— Salve, Cristo, Luz da vida, companheiro na partilha!
— Salve, nosso rei, somente vós tendes compaixão dos nossos erros.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 14 um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15 e disse: "O que me dareis se vos entregar Jesus?" Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16 E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus. 17 No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: "Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?" 18 Jesus respondeu: "Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: 'O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a Páscoa em tua casa, junto com meus discípulos'". 19 Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a Páscoa. 20 Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos. 21 Enquanto comiam, Jesus disse: "Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair". 22 Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: "Senhor, será que sou eu?" 23 Jesus respondeu: "Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato. 24 O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!" 25 Então Judas, o traidor, perguntou: "Mestre, serei eu?" Jesus lhe respondeu: "Tu o dizes".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes,
foi ter com os sumos sacerdotes e disse:
"O que me dareis se vos entregar Jesus?"
Combinaram, então, trinta moedas de prata.
#EvangelhodeHoje Mateus 26,14-25
foi ter com os sumos sacerdotes e disse:
"O que me dareis se vos entregar Jesus?"
Combinaram, então, trinta moedas de prata.
#EvangelhodeHoje Mateus 26,14-25
Palavras do Santo Padre
A quarta-feira Santa é também chamada “Quarta-feira da traição”, o dia em que a Igreja enfatiza a traição de Judas. Judas vende o Mestre. [...] Mas isto faz-nos pensar noutra coisa, que é mais real, mais do que hoje: o diabo entrou em Judas, foi o diabo que o levou até este ponto. E como terminou a história? O diabo é um mau pagador, não é um pagador de confiança. Ele promete tudo, mostra tudo e no final deixa-te sozinho no teu desespero de enforcado. [...] Pensemos nos muitos Judas institucionalizados neste mundo, que exploram as pessoas. E pensemos também no pequeno Judas que cada um de nós tem dentro de si na hora de escolher: entre lealdade ou interesse. Cada um de nós tem a capacidade de trair, de vender, de escolher pelo próprio interesse. Cada um de nós tem a possibilidade de se deixar atrair pelo amor ao dinheiro, aos bens ou pelo bem-estar futuro. “Judas, onde estás?” Mas faço esta pergunta a cada um de nós: “Tu, Judas, o pequeno Judas dentro de mim: onde estás?”.
(Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 8 de abril de 2020)
A quarta-feira Santa é também chamada “Quarta-feira da traição”, o dia em que a Igreja enfatiza a traição de Judas. Judas vende o Mestre. [...] Mas isto faz-nos pensar noutra coisa, que é mais real, mais do que hoje: o diabo entrou em Judas, foi o diabo que o levou até este ponto. E como terminou a história? O diabo é um mau pagador, não é um pagador de confiança. Ele promete tudo, mostra tudo e no final deixa-te sozinho no teu desespero de enforcado. [...] Pensemos nos muitos Judas institucionalizados neste mundo, que exploram as pessoas. E pensemos também no pequeno Judas que cada um de nós tem dentro de si na hora de escolher: entre lealdade ou interesse. Cada um de nós tem a capacidade de trair, de vender, de escolher pelo próprio interesse. Cada um de nós tem a possibilidade de se deixar atrair pelo amor ao dinheiro, aos bens ou pelo bem-estar futuro. “Judas, onde estás?” Mas faço esta pergunta a cada um de nós: “Tu, Judas, o pequeno Judas dentro de mim: onde estás?”.
(Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 8 de abril de 2020)
Santo Agostinho nos recomenda uma atitude humilde, de petição constante diante do Senhor, como a melhor maneira de enfrentar a nossa fragilidade. Referindo-se concretamente a Judas Iscariotes, diz: “se rezasse por Cristo, pediria perdão; se pedisse perdão, teria esperança; se tivesse esperança, esperaria misericórdia” e não teria terminado como a Escritura refere (cfr. Mt 27,5). O Senhor não queria a perdição de Judas, assim como não quer a de ninguém. Até mesmo em sua prisão, tenta fazê-lo despertar, chamando-o de “amigo” e aceitando o beijo do discípulo. Talvez Cristo, mesmo já na cruz, estivesse esperando a volta do seu apóstolo para perdoá-lo, como fez com o ladrão arrependido.