Coletivo Fanon
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Nosso objetivo é compartilhar obras dos pensadores africanos e da diáspora. Formações, cursos, pesquisas e ações contra a educação eurocêntrica e a colonialidade do saber. Estudos sobre classe, raça e gênero, mídia e racismo, ensino de História.
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Forwarded from BaixaCultura
Parecem manifestações extremistas isoladas de insatisfação contra uma política sanitária controversa. Mas são a parte visível nas ruas de um fenômeno que tem acontecido nas profundezas antivax do Telegram: grupos no aplicativo estão se tornando um novo celeiro de neonazistas.

Teorias da conspiração e vídeos diretamente hitleristas, por exemplo, são encontrados facilmente nas trocas de mensagens que chegam nos canais do ecossistema. Referências textuais às palavras Hitler, nazismo e especialmente judeu têm aumentado expressivamente nos canais de extrema direita no Brasil.

Por Victor Silva, no The Intercept Brasil: https://theintercept.com/2022/03/09/canais-antivacina-no-telegram-estao-se-tornando-celeiros-de-neonazistas/
Forwarded from Ártica
voltamos a ativa
Nosso novo artigo saiu aqui.
Forwarded from BaixaCultura
Quenianos contratados para treinar a ferramenta ChatGPT ganhavam menos de US$ 2 por hora, segundo denúncia. A startup OpenAI, sediada na Califórnia, Estados Unidos, terceirizou trabalho africano para identificar conteúdos abusivos e ilegais. O ChatGPT é um robô capaz de conversar com humanos e responder aos mais diversos pedidos que, em cinco dias de funcionamento, ganhou mais de 1 milhão de usuários. A empresa contratada pela OpenAI, Sama, localizada em Nova York, alega que pagou, por hora, entre US$ 1,46 e US$ 3,74, mas não respondeu quais trabalhadores tiveram direito a ganhar mais de US$ 2.

Via Meio, matéria original na Time (https://time.com/6247678/openai-chatgpt-kenya-workers/)
Forwarded from BaixaCultura
Segunda-feira passada participamos de um debate/lançamento na @nigrakorodistrosobre do “Colonialismo Digital: por uma crítica hacker-fanoniana”, de @profwalterlippold e @deivisonnkosi, livro recém lançado pela @boitempo que faz uma potente e necessária aproximação entre as discussões de colonialismo e racismo de Frantz Fanon com a cultura hacker para entender como a vida humana, o ócio, a criatividade, a cognição e os processos produtivos passam a ser submetidas às lógicas extrativistas, automatizadas e panópticas do colonialismo digital.

Um exemplo dessa aproximação hacker-fanoniana está na parte final, onde os autores recuperam o termo “fardo do nerd branco“, “uma mission civilizatrisse vista como a benevolência das big techs (p.173)”. A noção foi usada por Julian Assange na crítica à Eric Schmidt e Jared Eric Cohen (ambos do Google) no livro “A Nova Era Digital“, em que o criador do Wikileaks aponta às contradições bizarras de um texto “cheio de figuras de pele escura convenientes e hipotéticas obedientemente convocados para demonstrar as propriedades progressistas dos telefones do Google”. Fanon nos lembra que o racismo não se expressa apenas nas ofensas abertamente violentas ou estereotipadas, mas sobretudo na suposta universalização dos referenciais particulares europeus.

Aqui, Lippold e Faustino também chamam atenção ao verdadeiro e irônico dilema (sociorracial) das redes aproximando referenciais sobre capitalismo de vigilância (como a própria Shoshana Zuboff) com estudiosos do racismo como Achille Mbembe, além de Fanon, e também Bifo, o próprio Marx (a partir do conceito de intelecto geral do clássico “Fragmento sobre as máquinas” do Grundrisse) e o trabalho de organizações e coletivos ciberativistas no Brasil para ao fim se perguntar: “Como superar a ideologia californiana e organizar esse cognitariado e o precariado no contexto mais amplo da luta contra a Exploração 4.0 ou 5.0? O que Fanon ensinou sobre descolonização da tecnologia em plena Revolução Argelina? Seria possível aprender com Fanon, guardadas às diferenças de contexto histórico dos anos 1950 para o século XXI?“.

Texto completo e muitos PDFs livres pra baixar em: https://baixacultura.org/2023/07/21/colonialismo-digital-em-critica-hacker-fanoniana/
Colonialismo Digital, racismo e acumulação primitiva de dados Nosso artigo na Revista Germinal: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/49760/27526