Dicas de português - Prof. Juciano
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Português e redação para concursos públicos, Enem e vestibulares.

Por: @juciano
Redação: @redacaoplay

www.juciano.com.br

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E aí, galerinha? 😁

Vamos conversar sobre redação?

Se você costuma gastar um tempo excessivo escrevendo a redação, precisamos conversar sobre isso. Sabemos que dedicar-se ao texto garante que ele seja melhor desenvolvido, mas em provas como o Enem, cujo tempo é limitado, precisamos aprender a produzir rápido e com qualidade.

Cronometre seu tempo. Enquanto você treina para a redação, é interessante criar o hábito de cronometrar o processo de produção. Assim, você saberá quanto tempo leva para escrever o texto como um todo e em quais partes precisa dedicar menos ou mais minutos. O ideal é que você gaste, no máximo, 1h20 para concluir o texto, então comece a monitorar.

Observe as partes nas quais possui mais dificuldade. Tem gente que não consegue decidir qual tese colocar no texto, demora boa parte do tempo selecionando exemplos bons ou não consegue apresentar as propostas adequadas. Pensando nisso, é importante entender em quais partes você tem mais dificuldade de se desenvolver, para que seja possível focar em estratégias para agilizar o seu processo de escrita.

Estabeleça sua estratégia argumentativa. Você pode definir que a melhor forma de iniciar o texto é com uma alusão histórica ou por citação, assim como no desenvolvimento se quer argumentar por meio da enumeração de problemas ou por causa e consequência, por exemplo. Ao estar familiarizado com o formato de seu texto, seu pensamento será automaticamente direcionado à organização estabelecida em qualquer tema que for desenvolver.

A princípio, não se atenha aos mínimos detalhes. Tentar escrever um texto perfeito quando não estiver exatamente inspirado não é uma boa ideia. Se o fluxo de consciência vier, escreva. Nem sempre você terá a melhor palavra ou a melhor conclusão de parágrafo, mas não pare. Coloque as ideias a grosso modo e depois dê o acabamento necessário.

Bons estudos! ❤️
Ouço um choro, ele começa baixinho e vai ficando mais desesperador a cada minuto. Procuro um sinal, de onde vem, só o som. E imagino o que pode ser, o que estará acontecendo, solidão, perda, raiva, manha, vontade não satisfeita, doença, mal da alma …  O choro liberta, comove, satisfaz, cansa o corpo. E por mais que a dor permaneça, ele se vai, as lágrimas secam. Homem não chora! Qual o quê? Homem chora sim, mesmo que seja por dentro. E nas mulheres é doce o correr de uma lágrima, são mais fortes, talvez por isso chorem com mais frequência e intensidade, para despejar no mundo o que lhes corre no peito. O choro libertador. Quando se quer chorar, chore… Não se poupe. Depois vem a paz. E com o tempo a compreensão de que chorar é humano, é desaguar um rio que corria internamente e que precisa de mais espaço, precisa correr pra longe, precisa afluir…

Eu não me poupo nem no amor, nem na dor. Inteira. Um dia achei que tinha chorado todas as lágrimas possíveis e não teria mais nenhuma. Mas na vida, o rio vai se tornando caudaloso, vai enchendo e de repente, tudo se rompe. Extravaze-se! E aproveite pra entender suas limitações, pra se aceitar. Como me disse uma vez um palhaço: Jamais serás quem tu não és!!!! Muito idiota, óbvio, mas verdadeiro.

Lugares onde se pode rir são muitos: as festas, os bares, os jantares, a Disneyworld, com amigos e desconhecidos. Os risos não necessitam justificativas. Mas são poucos os lugares onde se pode chorar, sem sentir vergonha, e sem ter de suportar a tolice dos insensíveis que desejam transformar o choro em riso: eles não entendem. Mãe é o lugar onde se pode chorar sem sentir vergonha”. Que linda metáfora essa, para uma mãe: árvore. As árvores estão sempre à espera. Acolhem aqueles que as buscam na sua sombra. São silenciosas. Sabem ouvir. Não têm pressa. Sob as árvores os pensamentos se aquietam. Elas nos falam da estupidez dos homens e mulheres na sua correria, sempre em busca dos olhares dos outros. Coitados dos adultos: sempre prisioneiros dos olhos dos outros e dos pensamentos que imaginam morar neles. Árvores não têm olhos. Mães não têm olhos, há corações no lugar. Mães são árvores. Amo pessoas que plantam árvores mesmo sabendo que nunca se sentarão às suas sombras.

Hoje, dia das mães, brinque de ser poeta. Dê, como presente à sua mãe, uma metáfora poética. De todas as flores e plantas que você conhece, qual é aquela que mais se parece com ela? Que flor ou árvore você plantaria para que nela venha a morar, um dia? Há uma grande variedade que vai dos delicados jasmins do imperador até os cactos… Mas pode ser que sua mãe seja um pássaro!

Bom domingo a todos! ❤️
TEXTO NO TEXTO!

E aí, galerinha? 😁 Vamos revisar um pouco a função Metalinguística e praticar?

Metalinguagem ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código. Por exemplo, uma poesia cujo tema e assunto seja poesia ou poeta. As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem, pois são palavras explicando palavras. Ex: Oração é uma sentença com sentido completo organizada em torno de um verbo (para explicar a oração usamos uma oração)


ENEM (Adaptado) "Escrever crônica é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de uma máquina, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um assunto qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. "

Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui

(A) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista.
(B) nos elementos que servem de inspiração ao cronista.
(C) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica.
(D) no papel da vida do cronista no processo de escrita da crônica.
(E) nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio de uma crônica.

Clique no "✏️" para responder! A resposta está nos "💬"; o primeiro comentário. Bons estudos! 🖤
RELAÇÕES ENTRE TEXTOS

Jota, o que é intertextualidade?

A intertextualidade é o diálogo estabelecido entre um ou mais textos. Ela ocorre toda vez que um texto se apropria de outro, no nível da composição da frase ou da ideia. Nesse caso, um autor deseja, conscientemente, referir-se a outro texto, escrito em outro momento, por outro autor (ou até por ele mesmo). Geralmente, os textos fontes (retomados) são aqueles de referência, considerados fundamentais em uma determinada cultura. Daí a importância de ter um bom repertório cultural, para reconhecer e identificar uma relação intertextual. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. Há duas formas básicas: a paráfrase e a paródia.

Paráfrase: É dizer com outras palavras o que já foi dito. Na paráfrase, o texto é reescrito, porém a ideia é confirmada pela nova transcrição.

Paródia: Ao alterar o sentido do texto original, a paródia faz uma transposição de contexto e, frequentemente, provoca um efeito de humor.

Atenção: 😱 Não confunda intertextualidade com a citação pela simples citação (Isso me lembra um samba antigo: “Tristeza não tem fim/Felicidade sim”). Neste exemplo, não há apropriação da frase ou da ideia, apenas uma referência isolada. Entendeu?

Bons estudos!
Regra de Acentuação para os Hiatos Tônicos (I e U)

Acentuam-se com acento agudo as vogais I e U tônicas (segunda vogal do hiato!), isoladas ou seguidas de S na mesma sílaba, quando formam hiatos.

Ex.: sa-ú-de, sa-í-da, ba-la-ús-tre, fa-ís-ca, ba-ú(s), a-ça-í(s)...

Cuidado!!! 😱

1) As palavras raiz e juiz, erradamente acentuadas por muitos, não têm acento, porque o I no hiato tônico vem seguido de Z, e não de S: ra-iz e ju-iz.

2) Os hiatos em I seguidos de NH na sílaba seguinte não deverão ser acentuados: ra-i-nha, ta-bu-i-nha, la-da-i-nha, cam-pa-i-nha...

3) Quando há hiato I-I e U-U, não se pode acentuar (salvo os proparoxítonos): xi-i-ta, va-di-i-ce, su-cu-u-ba... (i-í-di-che, ne-ces-sa-ri-ís-si-mo, du-ún-vi-ro...)

4) Depois de ditongos decrescentes, nas palavras oxítonas, o I e o U são acentuados normalmente: Pi-au-í, tui-ui-ú(s)...

5) Segundo a nova ortografia, nas palavras paroxítonas, o I e o U não recebem acento depois de ditongo decrescente: feiura, bocaiuva, baiuca, Sauipe... Todavia, se o ditongo for crescente, o acento é usado: Guaíra, Guaíba, suaíli... (alguns dicionários separam suaíli assim: su-a-í-li).

6) Em verbos seguidos de pronomes oblíquos átonos, a regra dos hiatos continua valendo (ignore os pronomes e siga a regra): atribuí-lo (a-tri-bu-Í), distribuí-lo.

Bons estudos!
ACERTE OS PONTOS NA DISSERTAÇÃO

O que devo ou não fazer, Jota? 🙊

Não adianta apenas saber para que servem os sinais de pontuação, deve-se saber quando utilizá-los. Em determinados tipos de texto, algumas pontuações podem não ser adequadas.

Enquanto em uma narrativa é comum o emprego de interrogações, exclamações e reticências, em uma dissertação esse uso não é recomendado. É até possível que o candidato insira uma pergunta nesse tipo de texto, desde que ela seja respondida na própria redação, mas frases exclamativas e ideias em aberto estão fora de questão.

Também se deve evitar o uso de aspas e parênteses em um texto dissertativo – no caso de textos intercalados, por exemplo, pode-se utilizar vírgulas ou travessão. As aspas devem ser empregadas exclusivamente em casos de citações, desde que pertinentes, e em palavras estrangeiras imprescindíveis ao contexto. Gírias e neologismos também não devem ser usados nos textos vestibulares.

Enfim, a pontuação deve ser utilizada com critério, para que possa auxiliar a compreensão do leitor. Não há lugar para deslizes, brincadeiras nem invencionices nesse aspecto.

Bons estudos! Nota 1000 pra todos! ❤️
Brasileiro não é nacionalidade, é profissão

Peço licença para um pouco de sociolinguística de botequim. Não que antes eu fizesse, por aqui, sociolinguística séria. Mas fazia outras coisas de botequim: poesia de botequim, política de botequim, economia de botequim. A crônica, afinal, não passa da botequinização dos assuntos. Não sei se algum acadêmico sério já se debruçou sobre esse fenômeno. Quem primeiro me fez ver foi o Marcio Libar que é um clarividente de botequim.

“Nacionalidade, no português”, dissertou , “é -ano (italiano, americano, mexicano) ou -ês, (inglês, francês, polonês). Mas raramente, termina em -ino (argentino, marroquino) ou -ense (costarriquense, israelense).” Sim, Pasquale, mas onde o senhor quer chegar com essa gramática de botequim?

“Não tem nenhum outro povo que termine em -eiro que não o brasileiro. Pode procurar.” Procurei. Não achei. “Quem termina em -eiro é banqueiro, pedreiro, marceneiro, bicheiro. Brasileiro não é nacionalidade, é profissão.”

Maldito. Nunca mais me esqueci disso. Toda vez que vejo algum brasileiro ferrando o Brasil lembro que brasileiro é atividade, não é identidade. E não qualquer atividade: brasileiro é quem vive da extração e da venda, pro exterior, do pau-brasil. Ou seja: brasileiro, etimologicamente, é quem vive de vender o Brasil. Quando terminam as riquezas, o brasileiro se aposenta e volta pra “civilização”, como gosta de chamar os lugares que mais se beneficiaram do nosso subdesenvolvimento.

Por isso também tantos de nós se definem como brasileiros, mas —apressam-se em acrescentar— descendentes de italianos, portugueses ou alemães. Estamos brasileiros, mas, no fundo, o que somos de verdade é outra coisa. O brasileiro tá de passagem. Fôssemos brasilianos, talvez restasse mais Amazônia. Fôssemos brasileses, quem sabe respeitássemos as urnas. Fôssemos brasilinos, talvez não tivéssemos exterminado, e continuássemos exterminando, tantas nações indígenas.

Taí uma ideia: homenagear um povo original. Nisso podíamos imitar os “civilizados”. Afinal, franceses vêm dos francos, ingleses vêm dos anglos, e por essa lógica seríamos tupinambás, tamoios ou tabajaras. Imagina que bonito um estádio inteiro cantando junto: “Eu sou tabajara/ Com muito orgulho/ Com muito amor”. Curiosamente, tabajara virou sinônimo de reles, vagabundo. Vai entender.

Bom domingo a todos! ❤️
VIM, VI, VENCI!

Galerinha, vamos revisar a Função expressiva ou emotiva e praticar? 😁

É quando sua opinião, atitude importa. Manifesta uma expressão subjetiva, uma emoção ou ponto devista.As interjeições e as reticências são sinais reveladores da função emotiva, assim como o uso da primeira pessoa. Ex: Nós te amamos!

(ENEM) Desabafo

Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.

Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois

a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito.
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.

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ESTOU TRABALHANDO DEMAIS OU DE MAIS?

Eu estou trabalhando DEMAIS. É o correto! 😅

Nesse caso, reparem que a ideia de intensidade está aplicada ao verbo TRABALHAR: trabalhei muito, trabalhei em excesso.

Jota, quando usar um ou outro? Vejamos a diferença:

DEMAIS: expressa intensidade e é sinônimo de "excessivamente". "Comi demais", "dormi demais", "amei demais", "tarde demais", "longe demais", "ruim demais", "trabalhei demais" etc. (Observem que essa expressão apareceu ligada a verbos, adjetivos e advérbios). Também pode significar "os outros" ou "o restante" (em frases como: Os demais não poderão fazer a prova). 

DE MAIS: indica quantidade e pode ser sinônimo de "excessivo". Essa expressão aparece ligada a SUBSTANTIVOS. "Acertei a sobremesa: não tem açúcar de mais, nem de menos", "Comprei coisas de mais", "Havia gente de mais", "Não foi nada de mais". 😄

Entendeu?

Galerinha, eu adoraria que me indicassem livros. Gosto muito de saber o que vocês estão lendo e conhecer obras. Indiquem-me: @jotadrake

Bons estudos! ❤️
Levanto o pão do x-salada, aperto o tubo de mostarda e lá de dentro escorre a decepção, gosmenta a algo translúcida, mais pro amarelo esquálido de um pintinho molhado do que pro sol a pino que deveria iluminar a folha de alface: poucas coisas me deixam mais triste do que uma mostarda vagabunda.

Mentira. Muitas coisas me deixam mais triste do que uma mostarda vagabunda. Um cientista picareta que viaja pelo Brasil, pago por fábricas de tratores e fertilizantes, dizendo a agricultores que o aquecimento global não existe; abrigos públicos onde crianças com deficiência crescem desabrigadas, sem remédios, higiene, lazer; as regras criminosas que a prefeitura estipulou para a concessão dos parques paulistanos, focando só o Ibirapuera e desobrigando a iniciativa privada a fazer qualquer investimento nas áreas da periferia; litros de leite derramados no asfalto por conta da greve dos caminhoneiros (ou das empresas de transporte?); eleições na Venezuela; guerra do tráfico; guerra na Síria — só para citar algumas (poucas) notícias da última semana.

De uns tempos pra cá, ler o jornal virou um ato de masoquismo. Estou pensando em cancelar as minhas assinaturas e investir o dinheiro num chicotinho. Se é para me autoflagelar, chibatadas são mais eficientes e não ocupam espaço. De fato, mostarda vagabunda não mata ninguém. Não derrete as calotas polares. Não causa migrações em massa. Não condena crianças com paralisia a uma vida terrível. Não fará com que uma idosa tropece num buraco no parque Jardim Felicidade e quebre a bacia. Mas ela é uma metonímia, um pequeno exemplo da mesma mesquinharia donde nascem também as grandes tragédias.

Veja, ninguém precisa de mostarda. A mostarda é supérflua. Por isso mesmo não há razão que justifique uma mostarda vagabunda. Um pão vagabundo mata a fome. Fazer um pão insosso e mais barato talvez seja necessário para encher a barriga de milhões. Braços e pernas trabalham com a mesma força movidos à baguete de levain ou à bisnaguinha Seven Boys. Pão é alimento para o corpo. Mostarda é alimento para a alma.

Gostaria de escrever uma carta aberta ao digníssimo produtor de mostarda vagabunda repreendendo-o por sua afronta às papilas gustativas do Brasil, mas sei que a culpa não é só dele. Há uma longa cadeia envolvida no processo. Ele faz a mostarda vagabunda. A transportadora distribui (bem, não nestes dias). O supermercado vende. O dono da lanchonete compra. A gente bota no x-salada e a vida, por uns minutos, perde um pouco do sabor.

Bem pouquinho, é verdade, mas é de pouquinho em pouquinho, também, que o chão do parque racha, que as calotas derretem, que as discordâncias se transformam em guerra e que o mundo vai para a cucuia.

Bom domingo a todos! ❤️
FALO, LOGO EXISTO! 🧐

Galerinha, a língua é viva. Em razão disso, não há nada errado em uma palavra ou elemento formador ganhar novos sentidos e usos. É dessa forma que as línguas evoluem e se transformam com o passar dos tempos. A língua portuguesa que falamos hoje não é a mesma dos nossos avós, não é a mesma dos tempos de Machado de Assis e José de Alencar, muito menos da época de Camões.

As mudanças fazem parte da evolução das línguas vivas. Isso é natural. Cuidado para não cair em armadilhas! 😁

Policiais não deteram os criminosos. Deve ser por isso que os criminosos fogem. O verbo DETER é derivado de TER, logo deve seguir sua conjugação. Se eles TIVERAM, o correto é DETIVERAM.

Foram chamados os que ainda não deporam na CPI. Assim ninguém vai depor. Os derivados do verbo PÔR devem seguir sua conjugação. Se eles PUSERAM, o correto é DEPUSERAM.

Ele luta por sua ascenção profissional. Assim fica difícil. Os substantivos derivados de verbos terminados em “-ender” (apreender, pretender, compreender, ascender) devem ser escritos com “s”: apreensão, pretensão, compreensão, ASCENSÃO.

Viajou a Tókio. Não conheço essa cidade: com acento e “k”. Isso não é português nem inglês, que não tem acentos gráficos. A forma aportuguesada é TÓQUIO.

Era lutador de karatê. A letra “k” não combina com acento gráfico. É mistura de inglês com português. A forma aportuguesada é CARATÊ.

Obras à cem metros. Não disse que placa de trânsito é um perigo? Não põe o acento da crase quando deve, e põe quando não deve. Antes de palavras masculinas, não há crase: “Obras a cem metros”.

O juiz já interviu no caso. Se “interviu”, foi mal. O verbo INTERVIR deve seguir a conjugação do verbo VIR. Se ele VEIO, “o juiz já INTERVEIO no caso”.

Ele não tinha intervido no caso. Assim não dá. O particípio do verbo VIR é VINDO (igual ao gerúndio). O correto, portanto, é “Ele não tinha INTERVINDO no caso”.

Bons estudos! ❤️
Comecei a ler. Estou gostando. Pretendo ver a série em seguida. Num futuro distópico, onde é possível trocar de corpo, a narrativa nos coloca íntimos do narrador e personagem.
Galerinha, vocês escrevem? Estão abertas as inscrições para o Desafio de Microcontos do mês de junho da Sweek. Dessa vez, lançamos o #MicroDia. Escreva um microconto de no máximo 250 palavras incluindo a frase “Não achei que esse dia chegaria”, sem alterações – no começo, meio ou fim de um parágrafo, no contexto em que preferir. Haverá um vencedor na categoria “Melhor História”, uma pessoa receberá o prêmio de Melhor Feedback, e uma história ganhará o título de História Mais Popular (leia mais sobre os prêmios no blog).

Acesse nossa publicação oficial do concurso no blog: https://blog.sweek.com/pt-br/desafio-de-microcontos-microdia/ e inscreva-se no canal para não perder as novidades: @SweekBrasil

Eu gostaria de esclarecer que microcontos ou minicontos não seguem o mesmo formato de poesia; afinal, são dois gêneros literários diferentes. Além disso, não aceitaremos poemas disfarçados de prosa, com versos condensados em um parágrafo. Para entender como escrever um microconto, tenho um artigo publicado no blog que explica tudo: https://blog.sweek.com/pt-br/como-escrever-um-microconto/

Espero que todos participem! ❤️
OBTERAM E OBTIVERAM?!

Já sabemos as vantagens de saber conjugar os verbos primitivos ver, vir, ter e pôr quando temos de conjugar seus derivados. Observemos o verbo TER e seus derivados. Muitas vezes, li e ouvi reportagens em que o entrevistado dizia: “Eles obteram”.

Essa forma verbal não existe, pois OBTER se conjuga como TER. Como dizemos "Eles TIVERAM", devemos dizer: "Eles OBTIVERAM". Confira a conjugação do verbo TER e OBTER no pretérito perfeito, do modo indicativo:

Eu tive. Eu obtive.
Nós tivemos. Nós obtivemos.
Vós tivestes. Vós obtivestes.
Eles tiveram. Eles obtiveram.

Verbos como manter, conter, reter e outros derivados de TER também seguem esse modelo de conjugação: eles mantiveram, contiveram, retiveram... Na dúvida, sempre volte ao verbo primitivo.

Pessoal, muitos me perguntam sobre canais com arquivos para estudar para o Enem. Não conheço muitos, infelizmente. Deixo uma indicação interessante: @ProjetoAgatha

Bons estudos! ❤️
REINVINDICAR ou REIVINDICAR?

Ah, os discursos políticos, as manifestações de rua... Vira e mexe, alguém solta um REINVINDICAR, esticando esse primeiro IN logo após o RE: REIINNNVINDICAR.

Não tem nada disso. Esse N não existe, o correto (na pronúncia e na escrita) é REIVINDICAR. Assim se escrevem e se pronunciam todas as palavras dessa família: REIVINDICAÇÃO, REIVINDICADO, REIVINDICANTE, etc. De agora em diante, se ouvir alguém proferindo errado essa palavra, reivindique a atenção e corrija.

EMPECILHO ou IMPECILHO?

Como se escreve (e pronuncia) essa palavra, que designa qualquer coisa que estorva, que atrapalha, que impede a realização de alguma coisa?

"Jota, você falou IMPEDE? Já sei a resposta: “O correto é IMPECILHO, com I, porque deriva de IMPEDIR, certo?"

Poderia ser, mas... você errou! 🙈 A forma correta é EMPECILHO, e não tem nada a ver com IMPEDIR, a não ser pelo significado.

A palavra vem do verbo (em desuso) EMPECER, que significa "prejudicar", "dificultar". De agora em diante, não deixe mais que esta palavra vire um EMPECILHO (com E) para você falar e escrever corretamente.

Bons estudos! ❤️
Adorei! 😂 Bom sábado!
Vamos conversar sobre duas frases. Sabem qual delas está correta?

"Por favor, não inventa moda!"
"Elas já se entreteram demais."

Nenhuma! Ambas estão erradas. Por quê?

O verbo "inventar" está no imperativo negativo. Não existe a forma "inventa" nesse modo verbal. Logo, o certo é "Por favor, não invente moda!".

O verbo "entreter" é derivado do verbo "ter". Como o tempo do verbo está no passado, o certo é "Elas já se entretiveram demais."

Legal, né? Bons estudos! ❤️
EXAGERAR EM INFORMAÇÕES

Jota, devo colocar tudo o que sei sobre o tema na redação?

Você não precisa despejar tudo o que sabe na redação. O excesso de dados pode comprometer a coesão do seu texto. Não basta enumerar, é preciso detalhar. Seja seletivo.

Uma dica avassaladora é sempre usar um argumento por parágrafo e aprofundá-lo bem com o uso de citações e analogias. Às vezes temos muitas causas e sintomas do tema abordado, porém isso poderá conduzir a um mau encadeamento de ideias. Escolha os melhores.

Estratégia de argumento: tese + citação + aprofundamento da tese.

TEXTO INADEQUADO: A Constituição cidadã de 1988 garante educação inclusiva de qualidade aos deficientes, todavia o Poder Executivo não efetiva esse direito. O preconceito da sociedade também colabora para o entrave, além disso a falta de profissionais capacitados impulsiona o problema assim como o não estudo da língua de sinais em escolas.

O argumento apresenta um emaranhado de ideias, todavia não as aprofunda de maneira coesa. Note que há diversas causas, contudo elas estão em um único parágrafo.

TEXTO ADEQUADO: A Constituição cidadã de 1988 garante educação inclusiva de qualidade aos deficientes, todavia o Poder Executivo não efetiva esse direito. Consoante Aristóteles no livro "Ética a Nicômaco", a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, logo se verifica que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil à medida que a da educação inclusiva, como também da preparação do número suficiente de professores especializados no cuidado com surdos não está presente em todo o território nacional, fazendo os direitos permanecerem no papel.

O argumento apresenta apenas uma causa (tese) muito bem elaborada/aprofundada. No caso, a questão constitucional. O uso da citação valoriza o texto.

Bons estudos! Compartilhe o canal com amigos. ❤️
Locução verbal com o verbo VIR

Vou analisar um erro que vem se espalhando em relação à locução verbal formada com o verbo VIR. O certo é DEVEREI VIR, PODEREI VIR, sempre com “R” no final, e nunca “deverei vim”, "poderei vim", com “M” final, pois essa forma é inaceitável.

VIM é a primeira pessoa do singular do pretérito perfeito do  indicativo: "eu VIM de longe...." O infinitivo é VIR, e é com ele que se formam as locuções verbais.    O correto, portanto, é “eu poderei vir, nós poderemos vir, eles poderão vir”.

Outra construção pouco agradável de se ouvir é a locução construída com os verbos IR e VIR, como em “ele vai vir”. Prefira usar o tempo futuro de vir: “ele VIRÁ”. Também não diga “nós vamos vir”. Prefira: “nós VIREMOS”. 

Não esqueça de compartilhar o post. Bons estudos! ❤️
VAI JUNTO COM VOCÊ, BRASIL?!

É fato nos depararmos diariamente com vários textos escritos de forma inadequada... 🧐

Mostra tua força, Brasil
E amarra o amor na chuteira
Que a garra da torcida inteira
Vai junto com você, Brasil!

Desta vez, venho aqui ressaltar o uso adequado do verbo no Imperativo Afirmativo (mostra) junto com o pronome possessivo (tua) e o uso da vírgula com o vocativo (Brasil).

A música só não recebe nota dez, pois, seguindo a norma culta da língua, o ideal seria “vai junto contigo”, já que os verbos e os pronomes citados anteriormente estão sendo usados na 2ª pessoa do singular (tu).

Considerando a licença poética, vale a nota dez? Quem leu cantando?

Bons estudos! ❤️