Dicas de português - Prof. Juciano
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Português e redação para concursos públicos, Enem e vestibulares.

Por: @juciano
Redação: @redacaoplay

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ESTOU DEVERAS EMBEVECIDO COM A SUA ESCRITA!? 🤪

Dica rápida para sua redação! 😘

Evite usar expressões “difíceis” que você não conhece tão bem (elas podem não indicar o que você pensa) Você pode se sentir tentado a usar expressões mais rebuscadas ou pouco usuais para impressionar os corretores de sua redação, mas, a menos que tenha absoluta certeza do seu significado, evite-as.

Veja o caso da expressão “junto a” por exemplo. Pode até parecer mais culto dizer que um problema deve ser discutido “junto à” prefeitura, mas isso não faz sentido: a expressão “junto a” significa “perto de”. Escreva simplesmente que tem de ser discutido com a prefeitura.

Posto que” é outra expressão elaborada que muita gente emprega equivocadamente. O sentido correto é adversativo (como “embora”), e não causal (como “já que”). A norma culta prevê que você diga algo como “Posto que estivesse chovendo, fui à praia”, e não “Posto que fizesse sol, fui à praia”. lembre-se: linguagem formal não é sinônimo de linguagem complicada. Uma boa dica é, ao revisar seu texto, cortar todas as frases e expressões que estão ali só por convenção.

Bons estudos!
NÃO OU NÃO-FUMANTE?

O acordo ortográfico aboliu o hífen quando o “não” funciona como prefixo.

Outros exemplos são: organização não governamental, texto não verbal, filme de não ficção, produto não poluente, pessoas não assalariadas, o não cumprimento das normas, bebida não alcoólica etc.

Bons estudos!
Amigos, eu participo da equipe de apoio de uma start-up de Rotterdam (Holanda) chamada Sweek, que oferece uma plataforma de leitura e escrita GRATUITA. Você pode baixar no seu celular (Android ou iOS) ou se cadastrar no site (http://sweek.com).

Se você gosta de escrever, dá para criar livros, escrever contos ou poesias (o que quiser, tem várias categorias) para que pessoas do mundo inteiro leiam.

Se você prefere ler a escrever, é só criar uma conta e começar a ler o gênero de sua preferência. Você consegue filtrar entre histórias finalizadas ou não, tempo de leitura, idioma, conteúdo adulto ou livre e gênero literário.


A Sweek reconhece os pequenos escritores por meio de concursos com premiações que vai de dinheiro à autopublicação. Legal, né?

Inscreva-se no nosso canal e saiba mais: @SWEEKBRASIL
Adoramos... ❤️😂
Vamos com algumas dicas práticas? 😯

Não estrupe a nossa língua. O verbo é ESTUPRAR. ESTUPRADOR é quem comete ESTUPRO.

Não depedre a sala de aula. O verbo é DEPREDAR. Quem destrói comete DEPREDAÇÃO. Nada tem a ver com pedras. Jogar pedras é APEDREJAR.

Não seje infeliz. Não seje, nem esteje, muito menos teje. Os verbos SER, ESTAR e TER, no presente do subjuntivo, são: SEJA, ESTEJA e TENHA.

Houveram muitos problemas. Pelo visto, mais problemas que se imaginava. O verbo HAVER, com o sentido de “existir ou acontecer”, é impessoal (sem sujeito), por isso só pode ser usado no singular. O certo é “HOUVE muitos problemas”.

Já fazem dez anos que eles viajaram. O verbo FAZER, quando se refere a “tempo decorrido”, é impessoal (sem sujeito), por isso só pode ser usado no singular. O certo é “Já FAZ dez anos que...”

Bons estudos, pessoal! 😘
É assombroso que em pleno século XXI, mais cento e trinta e cinco anos depois de Graham Bell ter inventado o telefone, ainda haja pessoas incapazes de aceitar esta situação tão banal da vida cotidiana: o engano. Sem dúvida, o leitor sabe do que estou falando: no meio da tarde você atende a uma chamada e, do outro lado da linha, uma voz estranha pergunta: “Alô, Waldemar?”.

Seu nome não é Waldemar. Você não se casou com um Waldemar nem batizou assim qualquer um de seus filhos, de modo que só há uma explicação: foi engano. Você engole o pequeno mau humor que escorre dos segundos perdidos, aceita a frustração de ter se imaginado necessário ou querido em algum canto da cidade, no meio da tarde, quando, na verdade, era de um Waldemar que precisavam; você diz, seco, mas não antipático: “Amigo, aqui não tem nenhum Waldemar: foi engano”, e já está tirando o telefone da orelha, pronto a voltar a seus afazeres, quando a voz ressurge, indignada: “Como assim não tem nenhum Waldemar?”.

Como assim, “como assim?!”?! O que passa pela cabeça do cidadão? Que você é o Waldemar, mas está mudando a voz e fingindo ser outro só pra não atendê-lo? Ou que você é um assaltante e invadiu a casa do Waldemar — que agora tenta gritar, amordaçado e amarrado a uma cadeira, enquanto você arromba o cofre: “Mmmm! Mmmm!”?!

Você respira fundo. Sabe que, se for arrancar os cabelos toda vez que lida com seres estranhos, muito rápido estará igual ao Kojak. Diz apenas, paciente e didático: “Olha, amigo, eu não me chamo Waldemar, não mora nenhum Waldemar nessa casa, foi en-ga-no, entendeu?”. Não, ele não entendeu. Estamos lidando com um maníaco, um homem cuja disfunção neurológica o impede de compreender os desvios dos polegares, dos satélites, das linhas telefônicas. Inconsolável, ele se debate: “Mas não pode ser! Me deram esse número! Disseram que era do Waldemar!”. Zen, você insiste: “Amigo, te deram o número errado, ou você teclou errado, sei lá, é muito comum, foi ENGANO!”.

Seguem-se alguns promissores segundos de silêncio. Você acha que ele enfim se convenceu, que desligará o telefone e dirá à mulher “Aurélia, você não sabe que coisa assombrosa! Liguei pro Waldemar e atendeu outro homem!”, mas a voz reaparece, acusatória: “Então, qual é o seu número?!”.

Aí já é demais. Seu número, você não dirá. Catando no fundo da alma a última migalha de generosidade, você pergunta: “Que número você ligou?”. Ele diz o número. Evidentemente, não é o seu. Você mostra pra ele o equívoco: “Olha aqui, o meu é cinco oito, não três oito, tá vendo?”. Pasmo e contrariado, ele finalmente aceita a situação, despede-se rispidamente e desliga.

Você pode então — Jesus seja louvado! — voltar a seus afazeres. A saber: dar mais um aperto na corda que amarra o Waldemar e continuar o arrombamento do cofre.
REVISE SUA REDAÇÃO

Se você já finalizou um rascunho da sua redação, vale a pena revisar o que fez antes de passar a limpo.

Reveja a linguagem: Caso tenha dúvida de uma grafia, tente substituir a palavra. Verifique os acentos das palavras e as virgulas.

Elimine repetições: Quando encontrar uma repetição, veja se a palavra precisa ser mantida ou se pode ser substituída.

Atente para o excesso de ”que": Ele pode sinalizar períodos muito longos e mal construídos. Veja se nâo é o caso de eliminar um "que" e abrir uma nova oração. Com o verbo ter, utilize "ter de" em lugar de "ter que" para evitar sua repetição.

Analise seus argumentos: Veja se há coerência entre as ideias e coesão entre os elementos textuais. Observe se acertou na escolha de conjunções e preposições.

Ótima redação! Bons estudos! 😘
AS PRINCIPAIS FIGURAS DE LINGUAGEM

Trouxe um super-resumão pra vocês! Cai no Enem, hein? 😎

Metáfora: é o uso de palavra ou expressão que estabelece uma relação de semelhança com outro termo, numa espécie de comparação em que o termo não está expresso, mas subentendido. Ex: O meu pai é um touro (o meu pai é forte como um touro).

Metonímia: estabelece uma relação entre elemen- tos pertencentes a um mesmo universo, de modo que a parte substitui o todo. Ex: Tenho oito bocas para alimentar.

Ironia: emprego de uma expressão com o objetivo de dizer o contrário. Ex: Como você está linda! (quando, na verdade, está horrível).

Paradoxo: ocorre quando há duas ideias contraditórias relativas a um mesmo referente. Ex: Dormindo acordado, sonhei com você.

Bons estudos! 😘
Crime e Castigo é um tratado de psicologia, sociologia e filosofia travestido de romance, uma inovadora narrativa de cunho existencialista que influenciou muitos pensadores. Recomendo. Leiam! ❤️📚
AO PERSISTIREM OS SINTOMAS? 🤨

Esta frase aparece com muita frequência na televisão, em anúncios de remédios: AO PERSISTIREM os sintomas, um médico deverá ser consultado.

Será que está correta? O que mudaria se a agência publicitária usasse A PERSISTIREM, em vez de AO PERSISTIREM?

Quando diz AO PERSISTIREM, o comercial está praticamente afirmando que os sintomas persistirão, pois AO PERSISTIREM significa QUANDO PERSISTIREM.

A frase exposta na televisão indica condição, pois o enfermo deverá procurar orientação médica se os sintomas persistirem. A frase adequada aos padrões cultos da língua portuguesa, então, deve ser estruturada com "A" e não ”AO".

Certamente, a intenção do redator daquele anúncio imaginou essa hipótese: SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, ou SE OS SINTOMAS PERSISTIREM, consulte um médico. Deveria ter escrito, portanto: A PERSISTIREM OS SINTOMAS, e não "ao persistirem".

Bons estudos! Enviem-me dúvidas: @jotadrake; tentarei responder todas no canal. 😘
OS FORAS-DA-LEI OU OS FORA-DA-LEI?

Difícil, né? 🧐 O correto é os fora-da-lei.

Para os compostos formados com a preposição “de”, somente o primeiro elemento vai para o plural: pés-de-moleque, pães-de-ló, copos-de-leite, donas-de-casa, pores-do-sol...

O caso de fora-da-lei é que FORA é advérbio. Isso significa que é invariável (não faz plural), por isso fora-da-lei e fora-de-série não se flexionam: os fora-da-lei e os fora-de-série.

Bons estudos! 😘
Trouxe alguns detalhes importantes sobre plural dos substantivos compostos!

No caso de palavras substantivadas, estas são invariáveis, demarcadas somente pelo determinante.

Exemplo: o louva-deus – os louva-deus

Invariáveis também ficam os compostos de verbos constituídos de elementos opostos, cuja demarcação se assemelha à regra anterior.

Exemplo: o vai-volta – os vai-volta.

Bons estudos!
Na manhã do dia 1, meu amigo me liga, deprimido:

— Você sabia que o mundo vai acabar?

Penso ser uma dessas bobagens que misturam calendário maia com filme-tragédia e começo a desancar o marketing hollywoodiano, as superstições mundanas, os apocalípticos de Facebook, mas meu amigo explica que não é nada disso. Viu num documentário que a Terra acabará daqui a uns bilhões de anos, quando o Sol, tendo esgotado seu combustível, dará um último suspiro, transformando-se numa gigante vermelha e engolindo nosso simpático planeta azul. Ficamos um tempo em silêncio, os dois pensando nesta imagem bela e terrível: a bola de fogo consumindo o Everest, a Teodoro Sampaio, os avestruzes, os casais apaixonados, as usinas nucleares e as fronhas nos varais.

— Olha, não chega a ser exatamente um consolo, mas daqui a uns bilhões de anos nem eu nem você vamos mais estar por aí…

— Eu sei, mas eu achava que a humanidade ia continuar. Que o teto da Capela Sistina, as gravações do Cartola, os poemas do Walt Whitman, só que tudo vai desaparecer… Isso não te angustia?!

— Não quero parecer muito egoísta, mas o que vai ser das pinceladas do Michelangelo depois que eu bater as botas não tá entre as minhas maiores preocupações.

— Pois tá entre as minhas. Antes, eu achava que o mundo era eterno e que se eu escrevesse um livro muito bom - meu amigo é poeta - , esse livro ia se juntar a todas essas coisas que permanecem. Mesmo que ficasse no fundo de uma biblioteca, numa estante perdida entre um zilhão de estantes, ia estar lá: minha pequena colaboração para a humanidade. Você nunca quis produzir algo que sobrevivesse a você?

— Sinceramente? Concordo com o Woody Allen quando disse que não queria atingir a imortalidade através da sua obra, preferia atingir a imortalidade não morrendo. Uma vez cadáver, que diferença faz ser ilustre ou desconhecido? Ruim mesmo é nunca mais comer uma chuleta na brasa, é ou não é?

Meu amigo não responde. Parece um tanto decepcionado com a minha insensibilidade. Procurou um ombro fraterno pra chorar a transformação de toda a poesia em poeira cósmica e eu venho com chuleta na brasa? Lembro, então, de algo que li num livro e que pode melhorar a situação:

— Calma! Nem tudo vai acabar: mesmo depois do fim da Terra, as ondas de rádio que emitimos continuarão se propagando por aí.

— Quer dizer que das obras completas da humanidade vai sobrar só o conteúdo das FMs?!

— E das AMs também.

Percebo minha gafe, mas é tarde. Meu amigo se desespera. Shakespeare virará pó, as pirâmides maias virarão pó, dos movimentos dos bailarinos e bailarinas do Grupo Corpo não restará sequer memória, mas a voz do Michel Teló, agora mesmo, viaja pela Via Láctea — e se em algum canto houver vida inteligente com um radinho ligado, o legado da nossa passagem pelo cosmos ressoará, eternamente: “Ai, se eu te pego, ai, ai, se eu te pego!”.

Realmente, motivos pra se deprimir é que não faltam.

Bom final de semana a todos! ❤️
​​Galerinha, vamos conversar um pouco sobre o concretismo? Abra o olho, pois ele cai no Enem! 😱

O Concretismo surge na Europa, por volta de 1917, na tentativa de se criar uma manifestação abstrata da arte.

Para os concretistas a arte é autônoma e a sua forma remete às da realidade, logo, as poesias, por exemplo, estão cada vez mais próximas das formas arquitetônicas ou esculturais.

As características gerais do concretismo na literatura são: o banimento do verso, o aproveitamento do espaço do papel, a valorização do conteúdo sonoro e visual, possibilidade de diversas leituras através de diferentes ângulos.

Atente-se a um exemplo bacana! Trata-se de um texto de Décio Pignatari que ilustra bem o concretismo: 😜👇🏻
É? Ou não é?! Meus quadrinhos prediletos! ❤️😍
Forwarded from PORTUGUÊS COMPLETO
Concurso de poesias: #PoemeSe

Estamos muito felizes em anunciar o lançamento do #PoemeSe, nosso primeiro concurso voltado exclusivamente à poesia! Escreva uma poesia de no máximo 2.000 palavras até o dia 25 de junho e concorra a prêmios!

O concurso está rolando em parceria com a Poeme-se, que vai premiar os três primeiros colocados com uma seleção de seus produtos. O grande vencedor também levará uma camiseta personalizada com uma frase do seu poema!

As inscrições estarão abertas por quase dois meses e cada participante poderá concorrer com quantas poesias desejar. Compartilhe a visão poética que você tem do mundo ao seu redor!

Boa sorte! 🍀

http://bit.ly/PoemeSeFB
ADIVINHA OU ADVINHA?

Qual é a forma correta: "ADVINHA [com “D mudo”] quem me ligou!" ou "ADIVINHA [com DI] quem me ligou"?

A língua portuguesa tem muitas palavras iniciadas com o prefixo “AD”, com o “D mudo”: ADMITIR, ADMOESTAR, ADMIRAR, ADVOGADO, ADVERSÁRIO, etc. Por essa razão, muita gente acaba pondo “D mudo” onde não tem.

É o caso do verbo A-DI-VI-NHAR, que muita gente escreve e fala “advinhar” (com “D mudo”). A verdade é que o verbo ADIVINHAR tem a sílaba DI em todas as suas formas: eu ADIVINHO, nós ADIVINHAREMOS, ela ADIVINHOU, vós ADIVINHARÍEIS, etc.

Portanto a frase correta é "ADIVINHA (ênfase no DI) quem me ligou!".

Quer dizer que a forma ADVINHA não existe, Jota? Existe, sim, mas é do verbo ADVIR, que significa "vir depois", "suceder a", e se conjuga como o verbo VIR. Por exemplo: “Quando estive em Belém, sempre ADVINHA uma chuva refrescante após o calor da manhã”.

Essa confusão já tirou muita gente de concurso público. ADIVINHA o que acontecia com quem errava? ADVINHA a reprovação! 😄

Bons estudos! ❤️
REDUNDÂNCIA

É aí, galerinha? Vamos lembrar alguns termos redundantes?

Conviver juntos 👎🏻
Elo de ligação 👎🏻
Encarar de frente 👎🏻
Baseado em fatos reais 👎🏻
Hemorragia de sangue 👎🏻
Consenso geral 👎🏻
Surpresa inesperada 👎🏻
Há dois anos atrás 👎🏻
Sorriso nos lábios 👎🏻
Detalhes minuciosos 👎🏻
Na minha opinião pessoal 👎🏻
NOVO lançamento 👎🏻
Antecipar para antes 👎🏻
Conclusão final 👎🏻
Ganhar grátis 👎🏻
Subir para cima 👎🏻
Descer para baixo 👎🏻
Manter o mesmo 👎🏻
Metades iguais 👎🏻
Panorama geral 👎🏻
Planos para o futuro 👎🏻
Protagonista principal 👎🏻
Repetir de novo 👎🏻
Planejar antecipadamente 👎🏻

Bons estudos!
A COESÃO NA REDAÇÃO

Galerinha, vamos conversar um pouquinho sobre coesão na redação? 😉

Jota, como escrever uma redação coesa?

A coesão é a articulação das partes de um todo. Na gramática da língua portuguesa aprendemos que as articulações são realizadas pelas classes de palavras conhecidas por "arredondar" o discurso e tornar mais agradáveis e compreensíveis as orações e os períodos. 😄

São as preposições e as conjunções que exercem essa função de conectivos com maior frequência.
Além da coesão interna em uma oração, também é preciso haver coesão entre as orações do parágrafo e entre as etapas do texto, ou seja, entre os próprios parágrafos. As frases devem se suceder numa sequência lógica. O espírito é o mesmo para os parágrafos, mas, nesse caso, a atenção deve estar voltada para os encontros que se dão no fim de um parágrafo e início de outro.

Um bom encadeamento gera "coesão textual" ou "textualidade" e evita que a redação tenha palavras "soltas" , como se uma frase não tivesse relação com a outra.

👎🏻 TEXTO INADEQUADO: ”Quando pensamos um tempo melhor para a vida de todos, queremos dizer o seguinte: simplesmente que as coisas podem ser mais justas para todas as pessoas se beneficiarem disso."

Neste fragmento, o autor é redundante e formula duas vezes a mesma ideia. Constrói a frase como se uma oração fosse a conclusão da anterior, mas não traz novas informações e acaba por "andar em círculos". A organização das palavras dentro das orações (principalmente a disposição das palavras "simplesmente" e "disso") não favorece o entendimento, resultando em um texto pouco coeso.

👍🏻 TEXTO ADEQUADO: "Quando pensamos em um tempo mais justo, imaginamos, simplesmente, que a vida pode ser melhor para todos."

Temos, acima, uma construção mais consistente da frase. Foi muito positiva a exclusão da expressão "queremos dizer o seguinte", que é uma marca da linguagem oral. Além disso, o problema da repetição foi resolvido. Não temos mais os dois trechos semelhantes ("um tempo melhor para a vida de todos ' e as coisas podem ser mais justas para todas as pessoas se beneficiarem disso"), mas sim uma só elaboração da ideia, com as palavras bem organizadas e melhor encadeamento.

Bons estudos! ❤️
Era uma dessas mulheres que você não sabe dizer se é uma senhora que com tantos tratamentos e intervenções estéticas ficou com cara de menina ou uma menina que com tantos tratamentos e intervenções estéticas ficou com cara de senhora. Botox, chapinha, clareamento, maquiagem, lipo, silicone, enchimento labial e o inconfundível encenouramento artificial acabaram por criar esta ubíqua incógnita etária: vinte e nove anos? Sessenta e oito? Só Deus — e Pitanguy — sabem.

Não pretendo pregar o moralismo orgânico, afirmar que devemos envelhecer contando apenas com a resignação dos estoicos e os antioxidantes da alfafa. Que bom que a ciência, incapaz de frear a deselegância do tempo do lado de dentro, pode ao menos retardá-la um pouquinho do lado de fora, transformando cada um de nossos selfies num Retrato de Dorian Gray ao contrário. O que me impressionou na mulher — e é sobre isso que gostaria de falar aqui — foi o nariz. Era tão pequeno, com narinas tão estreitas, que cheguei a me perguntar se haveria espaço suficiente, naquela ervilha, para o ato — pouco glamoroso, é verdade, mas ainda fundamental, até onde eu sei — de respirar.

Diante daquele nariz customizado — evidente que não era de fábrica —, lembrei do nariz do Michael Jackson, dos narizes de duas ou três atrizes que também vêm diminuindo gradualmente ao longo dos anos e então percebi, assustado, que a micronapa não era um caso isolado, mas um vislumbre do futuro: depois de extinto o último pelo púbico, as lâminas higienistas do Zeitgeist buscarão a eliminação nasal.

Eis como Nietzsche descreveu, há mais de cem anos, a ameaça que já pairava debaixo de nossos narizes: “Este ódio de tudo que é humano, de tudo que é ‘animal’ e mais ainda de tudo que é ‘matéria’, este temor dos sentidos …. Este horror da felicidade e da beleza”, esta “vontade de aniquilamento, hostilidade à vida”.

Lá por 2184, imagino, haverá entre os olhos e a boca apenas um calombinho, metade de um gogó, sem furos, mas ainda não estaremos satisfeitos. Depois do nariz, serão as orelhas. Depois as unhas. Depois os dedos. Depois as mãos, os braços, as pernas, o tronco. Por algumas décadas, seremos apenas um olho — azul — a planar por um mundo holográfico. Até que os cientistas conseguirão a proeza de prescindirmos mesmo do olho. Iremos nos converter num retângulo de plástico, num iPhone preto, sem fluidos, sem odores, imunes às rugas, ao amor, ao sexo, à fome, à sede, à saudade, e o sentido da vida será enfim claro e comum a todos: encontrar a tomada mais próxima.

Boa noite a todos! ❤️