Padre Paulo Ricardo
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[...] A consciência de que, pelo batismo, somos filhos de Deus — e, por isso, chamados a uma dignidade superior — revela-nos a nós mesmos. Assim, quem se esquece da paternidade divina, esquece sua própria identidade. No clássico-infantil O rei leão, enxergamos essa realidade, de maneira alegórica, na cena em que o pai de Simba, Mufasa, aparece nas nuvens para recordar a condição real do filho. Após um olhar profundo para o lago onde vê o rosto do pai — que poderíamos encarar como o olhar profundo para nossa alma —, Simba escuta a vós de Mufasa, que lhe diz: "You have forgotten me, / you have forgotten who you are and so forgotten me. / Look inside yourself. / You are more than what you have become. / You are my son. / Remember who you are. — Você se esqueceu de mim, / você esqueceu quem você é e se esqueceu de mim / Olhe para dentro de você. / Você é muito mais do que pensa que é. / Você é meu filho. / Lembre-se de quem você é". Guardadas as devidas proporções, as palavras do personagem infantil ajudam-nos a recordar a exortação de um grande santo da Igreja, a saber, São Leão Magno: "Reconhece, ó cristão, a tua dignidade. Uma vez constituído participante da natureza divina, não penses em voltar às antigas misérias da tua vida passada. Lembra-te de que cabeça e corpo és membro".[...]

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A saudação angélica ecoa ao longo dos séculos. Apesar de sua forma tal como a conhecemos hoje ser relativamente recente, a "Ave Maria" é a oração mais repetida pelos lábios dos católicos — por conta da oração do Rosário, mais do que o próprio "Pai Nosso"! Conheça nesta aula a origem e a profundidade dessa oração.

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Homem morto não tem vontade!

Diz São Francisco de Sales: "Suportar os opróbrios é a pedra de toque da humildade e da verdadeira virtude". Se uma pessoa se faz de espiritual, pratica a oração, comunga frequentemente, jejua e se mortifica, mas depois não consegue aguentar uma afronta, uma palavra mais pungente, isso é sinal de quê? É sinal de que é caniço vazio, sem humildade nem virtude. E o que sabe fazer uma alma que ama a Jesus Cristo, se não sabe sofrer um desprezo por amor de Jesus Cristo, que por ela sofreu tantos deles? Escreve Tomás de Kempis em seu livrinho de ouro da Imitação de Cristo: "Visto que aborreces tanto assim ser humilhado, isso é sinal de que não estás morto para o mundo, não tens humildade e não tens Deus diante dos olhos. Quem não tem Deus diante dos olhos, conturba-se por qualquer palavra de abuso que ouça". Tu não podes nem sequer suportar tapas e feridas por Deus: aguenta pelo menos algumas palavras.

Santo Afonso Maria de Ligório, Prática do amor a Jesus Cristo, Minha biblioteca católica, 2021, cap. IX, p. 121-122
5.º dia — O amor é repouso, que revigora

Chama-se também ao amor in labore requies, in fletu solatium: “descanso no trabalho, bálsamo no pranto”. O amor é repouso, que revitaliza, já que a principal função do amor é unir a vontade do amante à do amado. Para uma alma que ama a Deus, em cada afronta que recebe, em cada dor que padece, em cada perda que lhe vem, para tranquilizá-la basta saber que é vontade do amado que ela sofra essa provação. Ao dizer apenas: “Esta é a vontade do meu Deus”, em todas as tribulações ela encontra paz e contentamento. É aquela paz que supera todos os prazeres dos sentidos: Pax Dei quæ exuperat omnem sensum — “A paz de Deus, que está acima de todo o entendimento” (Fl 4, 7). Santa Maria Madalena de Pazzi sentia-se cheia de alegria ao dizer apenas: “Vontade de Deus”.

Nesta vida cada um tem de carregar a sua cruz; mas Santa Teresa diz que a cruz é dura para quem a arrasta, não para quem a abraça. Assim é que o Senhor sabe ferir e curar: Vulnerat, et medetur, como dizia Jó (5, 18). O Espírito Santo, com a sua doce unção, torna doces e amáveis ​​também as ignomínias e os tormentos. Ita, Domine, quoniam sic fuit placitum ante te (Mt 11, 26). Desse modo, devemos dizer em todas as coisas adversas que nos acontecem: “Assim seja, Senhor, porque assim foi do vosso agrado”. E quando nos aterrorizar qualquer medo de mal temporal que possa nos sobrevir, devemos dizer sempre: “Faça-se a vossa vontade, meu Deus; de agora em diante, aceito tudo quanto fizerdes”. É também utilíssimo oferecer-se muitas vezes a Deus no decurso do dia, como o fazia Santa Teresa.

Afetos e súplicas

Ah, meu Deus, quantas vezes para fazer a minha vontade me opus com desprezo à vossa vontade! Lamento este mal mais do que qualquer outro mal. Senhor, de agora em diante, quero vos amar com todo o meu coração. Loquere Domine, quia audit servus tuus — “Fala, Senhor, que teu servo escuta” (1Rs 3, 10). Dizei o que quereis de mim, que tudo eu quero fazer. Vossa vontade sempre será meu único desejo, meu único amor. Ó Espírito Santo, ajudai a minha fraqueza. Vós sois a própria bondade: como posso amar outra coisa além de Vós? Ah, atraí para Vós, pela doçura do vosso santo amor, todos os afetos do meu coração! Renuncio a tudo para dar-me inteiramente a Vós. Aceitai-me e socorrei-me.

Ó minha mãe Maria, em vós confio.
6.º dia — O amor é virtude, que dá força

Fortis ut mors dilectio — “O amor é forte como a morte (Ct 8, 6). Assim como não há força criada que resista à morte, não há para uma alma amorosa dificuldade que o amor não possa superar. Quando se trata de satisfazer o amado, o amor supera tudo: perdas, desprezo e dor. Nihil tam durum, quod non amoris igne vincatur — “Nada há tão duro que o fogo do amor não possa vencer”, diz Santo Agostinho. Este é o sinal mais seguro para saber se uma alma ama verdadeiramente a Deus: se ela é fiel em seu amor tanto nas coisas prósperas como nas adversas.

São Francisco de Sales diz: “Deus é amável seja quando nos consola seja quando nos aflige, porque faz tudo por amor”. Na verdade, quanto mais nos flagela nesta vida, mais nos ama. São João Crisóstomo considerava São Paulo acorrentado mais feliz do que São Paulo arrebatado ao terceiro céu. Por isso os santos mártires se alegravam em meio aos tormentos e agradeciam ao Senhor, como a maior graça que lhes dava, o poder sofrer por seu amor. E os outros santos, onde não os afligiam os tiranos, tornavam-se carrascos de si mesmos com penitências, para dar prazer a Deus. Santo Agostinho diz que quem ama não cansa; e se cansa, o próprio cansaço é amado: In eo quod amatur, aut non laboratur, aut ipse labor amatur.

Afetos e súplicas

Ó Deus da minha alma, eu digo que vos amo; mas então o que faço por Vós? Nada. Então é sinal de que não vos amo, ou vos amo muito pouco. Enviai-me, portanto, ó meu Jesus, o Espírito Santo, para que venha me dar forças de sofrer por vosso amor e fazer algo por Vós, antes que me venha a morte. Ah, não me deixeis morrer, meu amado Redentor, neste estado de frieza e ingratidão em que tenho vivido até hoje. Dai-me forças para amar o sofrimento, depois de tantos pecados que me fizeram merecer o inferno. Ó meu Deus, todo bondade e todo amor, Vós desejais habitar em minha alma, da qual tantas vezes vos expulsei; vinde, habitai nela, tomai posse dela e fazei-a toda vossa. Amo-vos, amo-vos, ó meu Senhor, e se vos amo, já estais comigo, como me assegura São João: Qui manet in caritate, in Deo manet, et Deus in eo — “Quem permanece na caridade, per­manece em Deus, e Deus nele” (1Jo 4, 16). Portanto, já que estais comigo, fazei crescer as chamas, fortificai as cadeias [do vosso amor], a fim de que eu não deseje, não busque e não ame senão a Vós, e assim unido [a Vós], não me separe jamais do vosso amor. Ó meu Jesus, quero ser vosso, e todo vosso.

Ó Maria, minha advogada e rainha, obtende para mim amor e perseverança.
O Santíssimo Sacramento não é amado.

Infelizmente, Nosso Senhor, no Santíssimo Sacramento, não é amado — verdade patente. Não é amado em primeiro lugar por esses milhares de pagãos, de judeus, de infiéis, de cismáticos e de hereges que desconhecem, ou mal conhecem, a Eucaristia.
Ah! Se entre tantas mil criaturas em que Deus pôs um coração capaz de amar, quantos gostariam do Santíssimo Sacramento se lhes fosse dado conhecê-lo, como eu o conheço! Não me cabe, portanto, amá-lo por elas e em seu lugar? E entre os católicos, poucos, mui poucos amam a Jesus no Santíssimo Sacramento — quantos pensam nele, fala dele, adoram-no, recebem-no?
E por que este esquecimento, esta frieza? Ah! Nunca provaram a Eucaristia, nem a suavidade, nem as delícias de seu Amor! Nunca conheceram a Bondade de Jesus e não suspeitam a extensão de seu Amor no Santíssimo Sacramento.

Alguns têm fé em Jesus, mas fé inativa, fé de tal modo superficial que não toca o coração, mas se contenta com o que exigem, em todo o rigor, a consciência e a salvação. E mesmo este número é relativamente pequeno comparado aos católicos que vivem quais verdadeiros pagãos, como se jamais tivessem ouvido falar da Eucaristia.
Novena do Espírito Santo

7.º dia — O amor faz Deus habitar na alma

O Espírito Santo é chamado de doce hóspede da alma: Dulcis hospes animæ. Esta foi a grande promessa feita por Jesus Cristo aos que o amam, quando disse: “Se me amais, observai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Paráclito, para que fique eternamente convosco” — Si diligitis me, mandata mea servate; et ego rogabo Patrem, et alium Paraclitum dabit vobis, ut maneat vobiscum in æternum — (Jo 14, 15-16). Porque o Espírito Santo nunca abandona uma alma, a menos que seja expulso dela. Non deserit, nisi deseratur, diz o Concílio de Trento.

Portanto, Deus habita em uma alma que o ama, mas declara que não fica satisfeito se não o amamos de todo o coração. Santo Agostinho conta que o senado romano não quis admitir Jesus Cristo no número dos deuses, alegando que Ele é um Deus orgulhoso, que quer ser o único a ser adorado. E assim é: Ele não quer rivais num coração que o ama; quer que seja só Ele a habitá-lo, só Ele a ser amado. E quando não vê somente Ele sendo amado, sente inveja (por assim dizer) daquelas criaturas que têm parte naquele coração, que Ele queria todo para si, como escreve São Tiago: An putatis, quia inaniter Scriptura dicat : Ad invidiam concupiscit vos spiritus, aqui habitat in vobis? — “Porventura imaginais que a Escritura diz em vão: O Espírito que habita em vós ama-vos com ciúme?” (Tg 4, 5). Em suma, como diz São Jerônimo, Jesus é ciumento. Zelotypus est Iesus. Por isso, o Esposo celeste louva aquela alma que, como a rolinha, vive solitária e escondida do mundo: Pulchræ sunt genæ tuæ, sicut turturis — “As tuas faces têm a beleza da rola” (Ct 1, 9). Porque Ele não quer que o mundo tome uma parte desse amor que deseja todo para si. Por isso Ele também elogia sua esposa, chamando-a de jardim fechado: Hortus conclusus, soror mea sponsa — “Jardim fechado és, irmã minha esposa” (Ct 4, 12). Jardim fechado para todo amor terreno. Duvidamos que Jesus merece todo o nosso amor? Totum tibi dedit, nihil sibi reliquit, diz São João Crisóstomo, “Todo a ti [ele] se deu, nada para si [ele] guardou”. Ele nos deu tudo, seu sangue e sua vida; mais do que isto não nos podia dar.

Afetos e súplicas

Ah, meu Deus, vejo que me quereis só para Vós. Muitas vezes eu vos afastei de minha alma, e não vos dedignastes de voltar a se unir a mim. Por favor, tomai posse de todo o meu ser, pois hoje eu me dou inteiramente a Vós. Aceitai-me, ó Jesus, e não permitais que, no futuro, nem por um momento eu viva sem o vosso amor. Vós me quereis e eu nada quero senão a Vós. Vós me amais e eu vos amo. E já que me amais, uni-me a Vós, para que eu não mais vos deixe.

Ó Maria, Rainha do Céu, eu confio em vós.
Oh, como desagrada ao demônio ver uma alma perseverante na devoção à divina Mãe! Lê-se na vida do padre Alfonso Álvarez, grande devoto de Maria, que, estando ele em oração e sentindo-se atormentado pelas tentações de impureza com que o afligia o demônio, o inimigo lhe disse: "Deixa desta tua devoção a Maria, que eu deixarei de tentar-te".

Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria.
Novena de Pentecostes

8.º dia — O amor é um elo, que vincula

Assim como o Espírito Santo, que é o amor incriado, é o elo indissolúvel que liga o Pai ao Verbo eterno, assim também Ele une a alma a Deus: Caritas est virtus coniungens nos Deo, diz Santo Agostinho. Assim exclamava, cheio de júbilo, São Lourenço Justiniano: “Então, ó amor, teu elo tem tanta força, que pode prender um Deus para uni-lo às nossas almas!” — O caritas, quam magnum est vinculum tuum, quo Deus ligari potuit! Os vínculos do mundo são vínculos de morte, mas os vínculos de Deus são vínculos de vida e saúde: Vincula illius alligatura salutaris (Eclo 6, 31). Sim, porque por meio do amor os vínculos de Deus nos unem a Ele, que é a nossa verdadeira e única vida.

Antes da vinda de Jesus Cristo, os homens fugiam de Deus e, apegados à terra, recusavam-se a unir-se ao seu Criador; mas um Deus amoroso os atraiu para si com vínculos de amor, como prometeu a Oséias: In funiculis Adam traham eos, in vinculis caritatis — “Atraí-os para mim com vínculos próprios de homens, com os vínculos da caridade” (Os 11, 4). Esses vínculos são os seus benefícios, as luzes, os apelos ao seu amor, as promessas do céu, mas sobretudo o dom que Ele nos deu de Jesus Cristo no sacrifício da cruz e no sacramento do altar, e finalmente o dom do Espírito Santo.

Por isso exclama o Profeta: Solve vincula colli tui, captiva filia Sion — “Desata as cadeias do teu pescoço, cativa, filha de Sião” (Is 52, 2). Ó alma, tu que foste criada para o céu, livra-te das amarras da terra e vincula-te com Deus através do elo do santo amor. Caritatem habete, quod est vinculum perfectionis — “Tende caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3, 14). O amor é um vínculo, que une consigo todas as virtudes e torna perfeita a alma. Ama, et fac quod vis, disse Santo Agostinho, “ama a Deus e faz o que quiseres”: sim, porque quem ama a Deus procura fugir de [dar] qualquer desgosto ao amado e procura em todas as coisas agradar ao amado.

Afetos e súplicas

Meu querido Jesus, muito me haveis obrigado a amar-vos; muito vos custou obter o meu amor. Muito ingrato seria eu se vos amasse pouco, ou se dividisse meu coração entre Vós e as criaturas, depois de haverdes dado o sangue e a vida por mim. Quero me desapegar de tudo, e só em Vós quero colocar todos os meus afetos. Mas sou fraco para pôr em prática este meu desejo. Vós, que o inspirais, dai-me forças para realizá-lo.

Feri, meu amado Jesus, meu pobre coração com a doce flecha do vosso amor, para que eu possa sempre ansiar por Vós e me derreta por vosso amor: a fim de que a Vós procure sempre, a Vós só deseje, a Vós ache sempre. Meu Jesus, eu só quero a Vós, e nada mais. Deixai-me sempre repetir durante a minha vida, e especialmente no momento da minha morte: “Só quero a Vós, e nada mais”.

Ó Maria, minha mãe, fazei que de hoje em diante eu não queira nada além de Deus.