Padre Paulo M. Ramalho
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Reflexões semanais para o crescimento pessoal - fecomvirtudes
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Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo desta semana: “consolo pela perda de uma pessoa querida”.
(cfr. https://www.fecomvirtudes.com.br/consolo-pela-perda-de-uma-pessoa-querida/)

Perder um familiar, uma pessoa próxima é muito doloroso. Como podemos encontrar consolo nessa hora? Pensei em escrever estas linhas para que vocês possam ter à mão nessa hora umas palavras que sirvam como alimento para acalmar o coração.

Em certa ocasião, o Papa Francisco, falando a esse respeito, disse estas palavras: “Diante desse momento de dor e provação, é preciso buscar conforto em Jesus Cristo Ressuscitado, pedindo a Deus que a nossa esperança não esmoreça nessa hora”.

De fato, é em Jesus Cristo onde encontraremos o maior conforto, o maior consolo. E Jesus nos disse numa ocasião: “eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Todos nós procuramos nessa hora o Caminho para encontrar a paz, a Verdade que nos possa iluminar sobre esse mistério, a Vida que nos possa reerguer novamente. Pois bem, Jesus é “o Caminho, a Verdade e a Vida”.

Jesus é o Caminho! Então, Jesus, mostra-nos alguns Caminhos para encontrar consolo!

Penso que Jesus nos diria que podemos nos consolar em primeiro lugar sabendo que essa pessoa falecida continua existindo. Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos. De fato, a Igreja nos ensina que nossa vida é eterna. Essa pessoa falecida não está mais fisicamente presente aqui conosco como estava antes, mas ela continua existindo na outra vida que é eterna.

Depois Jesus nos diria que podemos nos consolar sabendo que foi Ele quem a chamou. A morte é um chamado de Deus. Deus, que nos ama infinitamente, não vê a hora de nos chamar à sua Presença e nos levar, caso morramos na sua graça, ao seu Reino, que é o Reino da Suma Felicidade. Portanto a morte, seja do jeito que for, não é uma fatalidade, e sim um momento escolhido por Deus para irmos à sua Presença.

Depois Jesus nos diria que podemos nos consolar sabendo que Ele talvez tenha chamado essa pessoa mais cedo porque, sendo muito boa e morrendo na graça de Deus, tenha uma missão importante a desempenhar no Céu, que está exigindo a sua presença ali junto de Deus.

Depois Jesus nos diz que se Ele nos tira algo, Ele dá algo em troca. Se Ele nos tira a presença física de uma pessoa querida, Ele nos dá o seu amor e a sua companhia de uma maneira mais intensa. Por isso, ao perdermos uma pessoa querida, procuremos a companhia amorosíssima de Jesus. Intensifiquemos a união com Ele, permaneçamos nos seus braços, deixemos Ele nos acariciar, enxugar as nossas lágrimas e nos consolar. Não há remédio melhor para acalmar o nosso coração do que essa doce companhia de Jesus.
Podemos pensar em muitas coisas mais. Mas Jesus nos mostra que o Caminho para encontrar o consolo se compõe de algumas verdades, como essas que mencionamos aqui. Essas verdades podem nos consolar muito. E tanto mais nos consolarão, quanto maior fé tivermos. Por isso é importante conhecer essas verdades e crescer na fé. E crescemos na fé pedindo-a diariamente a Deus.

“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” Portanto diante da dor da perda de uma pessoa querida precisamos encontrar conforto em Jesus e nos seus ensinamentos. Quando Jesus se encontrou com as santas mulheres subindo para o Calvário, elas estavam chorando desconsoladamente. Então Jesus se voltou para elas e lhes disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, mas por vossos filhos, pois, se assim se trata o lenho verde, o que será com o seco?”. Ou seja, Jesus é o lenho verde. Com Ele, superamos os momentos mais dolorosos da nossa vida como a perda de pessoas que tanto amamos.

Uma semana abençoada a todos!!!

Padre Paulo M. Ramalho
falar.paulo@gmail.com
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Padre Paulo M. Ramalho - Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.
Olá a todos!
Eisa ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “preparação para o Natal – I: Nossa Senhora”.
(cfr.https://www.fecomvirtudes.com.br/preparacao-para-o-natal-i-9/)

Vamos começar hoje a nossa preparação para o Natal. Todos nós que temos um pouco defé temos o desejo de nos preparar muito bem para esta que é uma das maiores festas da Igreja.

Pensei desta vez em preparar-nos para o Natal olhando em primeiro lugar para Nossa Senhora, depois para São José, depois para os pastores e, por fim, para os animais que farão o cortejo para o Menino Jesus na gruta de Belém.

Comecemos por olhar para Nossa Senhora.

Nossa Senhora foi quem melhor se preparou para receber Jesus. Isso é assim porque, além de ser a criatura mais perfeita a sair das mãos de Deus, ela seria a mãe de Jesus, e amor de mãe é inigualável.

Imaginem a expectativa de Maria no dia de hoje, faltando menos de um mês para o nascimento do seu Filho! Não é verdade que ela não conseguiria pensar em outra coisa a não ser no nascimento daquele Menino que se tornaria o Salvador do mundo?

Aqui já temos uma lição: que nada tire nosso foco do nascimento de Jesus nos próximos dias!!!

Muitas coisas acabam por ocupar o foco da nossa vida: as preocupações sobre o que vestir, o que comer; as preocupações financeiras; a ansiedade de dar conta de todos os nossos compromissos etc. Em suma: preocupações terrenas. Mas essas preocupações, como sabemos, não são as mais importantes da nossa vida. Tudo isso passa. Muitas vezes vamos sentir a dor de ter deixado o nosso estômago ter sido corroído por coisas que passam.

Lembro-me de uma pessoa que, sendo muito jovem, teve um ataque cardíaco e esteve a ponto de morrer. Depois ela me disse: agora só me preocupo com o fundamental. Não perco mais a cabeça pelas ninharias do dia a dia.

Que bom seria se também pudéssemos ter a cabeça no fundamental. E o nosso fundamental é Deus, pois Deus é o permanente, Deus é o futuro. Pensar em Deus é preparar-se para a vida que será eterna, que é a vida decisiva, a mais importante.

Que, olhando para Nossa Senhora, nós pensemos: onde está a minha cabeça? Onde está o meu foco? Jesus dizia uma frase que nos faz pensar muito, que dá muito pano para a manga: “Onde está o teu tesouro, aí estará o teu coração” (Mateus 6,21). Onde tem estado o meu coração? Qual tem sido o meu tesouro? Não há dúvidade que o tesouro de Nossa Senhora era e é Jesus, por isso ela não tirava o olhar dEle.

Para fomentar a expectativa no nascimento de Cristo, sugiro repetir daqui até o Natal esta frase: “Vem Senhor Jesus, não tardes”!

Preparando o nascimento do seu Filho, não há dúvida também de que Maria prepararia toda a sua casa. Nós também podemos preparar a nossa casa com os enfeites natalinos típicos desta época: a árvore de Natal, a coroa do Advento, a guirlanda na porta da casa, o presépio. Fazendo isso, entrará pelos olhos a lembrança de onde devemos ter a cabeça nos próximos dias.

Como sabemos, o Natal será tanto melhor quanto melhor for a nossa preparação. Façamos o propósito de começar a partir de hoje uma intensa preparação. Vale apena!!!

Uma santa semana a todos!

Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho - Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica daUSP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.
Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “preparação para o Natal – II: São José”.
(cfr. https://www.fecomvirtudes.com.br/preparacao-para-o-natal-ii-sao-jose-2/)

Depois de Nossa Senhora, quem mais se preparou para o Natal, ou tanto quanto ela, foi São José.

Deus quis nascer do seio da Virgem Santíssima, por obra do Espírito Santo, e quis que São José fosse esposo de Nossa Senhora e pai adotivo do Menino Jesus. Dizemos que São José é pai adotivo pois Jesus não veio da sua carne.

Sabemos que, quanto maior é a missão da qual Deus encarrega uma pessoa, mais ela é adornada de dons e qualidades. Como Nossa Senhora cumpriria a maior missão de todas, ela foi a criatura mais perfeita a sair das mãos de Deus. Mas logo a seguir vem São José, com a missão de ser pai e chefe da Sagrada Família.

São José tem inúmeras qualidades! Mas eu queria destacar uma que pode servir de ajuda para que nos preparemos para o Natal. São José não pensava em si mesmo.

São José viveu para servir o Menino Jesus e sua esposa santíssima. Não vemos nos Evangelhos nenhuma alusão de que o santo patriarca, como assim o chamamos também, buscasse seus próprios interesses. São José viveu para amar, para se doar.

Penso que faremos uma boa preparação para o Natal se procurarmos, nas próximas semanas e sempre, nos esquecer mais de nós mesmos.

Para que Deus encontre morada numa alma, ela precisa estar esvaziada de si mesma. Precisa estar esvaziada de egoísmo, de orgulho, de autossuficiência. Deus não encontra espaço quando o ego ocupa a maior parte da alma, isto é, quando damos voltas em nós mesmos, pensando continuamente em nossa vida, em nosso fim de semana, em nosso descanso, em nossas próximas compras, em nossa próxima viagem etc. Deus não consegue encontrar espaço também numa alma autossuficiente, que se baste, que não precise de ajuda, que ache que pode tudo.

Abrir as portas de par em par para a entrada do Menino Jesus é, portanto, sinônimo de desinflar o ego. Toda luta que fizermos nesse sentido nas próximas semanas nos levará a criar as condições para que o Menino Jesus possa entrar e fazer a festa na nossa alma no dia 25.

De modo concreto, podemos nos próximos dias:
– cortar todo pensamento que girar em torno de nós mesmos;
– pensar mais nos outros;
– permitir que as alegrias dos outros (pais, irmãos, amigos, colegas de trabalho) sejam nossas alegrias e que as preocupações dos outros sejam nossas preocupações;
– sentir a alegria de servir: servir um cafezinho, adiantar-se para lavar a louça, para colocar o lixo na rua etc.;
– fazer os outros felizes em vez de buscar somente a nossa felicidade, o nosso interesse, o nosso gosto. Ex.: ir ao lugar de que meus pais (ou meus irmãos, meus amigos, meu marido, minha esposa) gostam e não ao lugar do qual eu gosto ao fazer um programa de fim de semana;
– encarregarmo-nos das tarefas mais chatas para deixar os outros com a melhor parte etc.

Fazendo isso nos próximos dias, imitaremos São José. Imaginem a alegria de São José ao segurar o Menino Jesus nos seus braços!!! Como São José estava esvaziado de si mesmo, esse Menino para ele era tudo. Assim, o “tudo” pôde preencher a sua pequenez trazendo a FELICIDADE INFINITA. Vale a pena!!!

Uma santa semana a todos!

Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho - Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.
Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “preparação para o Natal – III: os pastores”.
(cfr. https://www.fecomvirtudes.com.br/preparacao-para-o-natal-iii-os-pastores-2/)

Algumas das perguntas que vêm à tona quando nos damos conta de que os pastores foram os primeiros a receber a notícia do nascimento de Jesus são estas: “Por que eles foram os primeiros?”; “Por que não foram os primeiros os grandes da terra, as pessoas mais famosas, os reis, os imperadores que viviam naquela época?”.

Por uma razão muito simples: são os simples que melhor acolhem a Deus. Um exemplo para ilustrar essa verdade, em contraste com a reação dos pastores que foram a toda pressa conhecer o Salvador, é a reação de um grande da terra daquela época: o rei Herodes. Assim que ficou sabendo do nascimento de Jesus, ele não só não foi visitá-lo como tomou providências para matar aquele recém-nascido que poderia ameaçar o seu trono. Que contraste tão grande entre os simples e os poderosos!

Só isso já nos faz pensar. Será que eu sou uma pessoa simples? Quais são as características dos simples de coração? Vamos olhar para aqueles pastores, que causam tanta simpatia, para descobrir essas características.

As pessoas simples:
– não dão muita importância a si mesmas;
– não se julgam os senhores da terra;
– se sujeitam a fazer trabalhos simples, como cuidar de ovelhas;
– logo acreditam;
– por não darem grande importância a si mesmas, não ficam arranjando desculpas de que estão sem tempo para Deus; foram na mesma hora, correndo, visitar o Salvador;
– logo acolhem a verdade em vez de ficar criticando: será que os Anjos estão falando a verdade? Será possível que um Salvador nasça num estábulo? Será possível que Deus exista? Etc., etc.

De fato, Cristo não terá espaço para nascer no coração da pessoa empertigada, que, como costumamos dizer, “tem o rei na barriga”. Essa pessoa:
– não vai se dar ao trabalho de gastar tempo preparando-se para o Natal;
– dirá que tem coisas muito importantes para fazer e não terá tempo para isso;
– nem sequer coloca Deus em primeiro lugar em sua vida, pois julga poder viver muito bem sem Deus;
– nem cogitará fazer uma boa confissão para se preparar para o Natal, pois acha que não precisa, não tem muitos pecados;
– acha que fazer um presépio para se preparar para o Natal é coisa de criança etc.

Como Jesus diz no sermão das bem-aventuranças, o Reino dos Céus pertence aos simples: “Bem-aventurados os pobres em espírito (os simples), porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus, 5, 3).

Para nos prepararmos bem para este Natal, peçamos a Deus a virtude da simplicidade. Peçamos a Deus que:
– deixemos de lado toda a soberba e toda a vaidade;
– deixemos de lado toda a postura de autossuficiência;
– saibamos reconhecer que devemos tudo, absolutamente tudo, a Deus: a vida, o respirar, a saúde, o fato de ter acordado hoje, a inteligência, os talentos, os dons recebidos etc;
– nos ajude a viver o seu primeiro mandamento: amar a Deus sobre todas as coisas;
– tenhamos tempo para Ele como prioridade sobre todas as outras coisas;
– saibamos viver “todos os seus mandamentos” e, concretamente, ir à missa “todo domingo”; os simples entendem perfeitamente este mandamento e os outros também.

Não há dúvida de que são os simples os que mais desfrutam a festa do Natal. Os simples terão um verdadeiro encontro com Deus, e cada Natal representará um marco na sua vida. Que a simplicidade reine cada vez mais em nossos corações.

Uma santa semana a todos!

Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho - Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.
Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “preparação para o Natal – IV: os animais do presépio”.
(cfr. https://www.fecomvirtudes.com.br/preparacao-para-o-natal-iv-os-animais/)

Além de Nossa Senhora, de São José e dos pastores, diz a tradição que estavam também presentes no nascimento de Cristo alguns animais, como um boi, uma ovelha, o burrinho que transportou Nossa Senhora até Belém e quem sabe ainda outros.

Aí vem uma pergunta: por que Deus quis que os animais estivessem presentes no seu nascimento? Porque os animais, além da simplicidade, são um exemplo de desprendimento dos bens materiais.

Os animais vivem uma vida simples, desprendida. Não vivem acumulando posses nem bens materiais. Vivem sem luxo e sem grandes caprichos. Isso nos faz lembrar uma das bem-aventuranças de Cristo: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus!” (Mateus 5, 3).

De fato, Deus não tem morada nas pessoas que põem o coração nas coisas da terra. Quanto mais o nosso coração está nessas coisas, menos espaço há para Deus.

Os animais estão ali presentes porque eles são a imagem daqueles homens que vivem desprendidos das coisas da terra e, portanto, estão aptos para ver a Deus.

Nós vivemos num mundo onde o apelo para encontrar a felicidade nos bens materiais é enorme. Sofremos o apelo para:
– ter o último modelo de celular;
– comprar um carro mais luxuoso;
– comprar uma nova bolsa, um novo vestido, uma sandália de determinada marca;
– ir a um restaurante um pouco mais caro;
– fazer uma viagem mais requintada etc.

Será que eu estou em guarda diante desses apelos? Percebo que essas realidades prometem uma felicidade que só vamos encontrar em Deus? Percebo que a felicidade que tanto desejamos é uma felicidade infinita, eterna, e não a dos bens materiais, que são finitos, temporais? Entendo que eles, além disso, nos atrapalham na busca da felicidade infinita, que é Deus? Cristo já nos alertou dizendo: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam” (Mateus 6, 19-20).

Quanto Cristo vai penetrar no nosso coração neste Natal vai depender de quão desprendidos estamos das coisas da terra. Para saber onde está o nosso coração, Cristo nos deu uma dica: “Onde está o teu tesouro, aí estará o teu coração” (Mateus 6, 21). Reflitamos com calma nestas palavras de Cristo! Não é numa passada de olhos que descobrimos onde está o nosso coração. É preciso fazer um exame sereno, profundo.

Para vivermos o desprendimento é muito bom:
– pensar antes de fazer um gasto, antes de fazer uma compra; perguntar: isso é necessário? Isso é um capricho?
– desfazermo-nos de quando em quando das coisas supérfluas, dando-as a quem precisa.

Que alegria é receber Jesus no coração!!! Nada se equipara a isso!!! Imaginem a alegria de Nossa Senhora, de São José, dos pastores, dos animais!!! Procuremos nos desprender cada vez mais dos bens da terra e nosso coração abrigará o portador da felicidade infinita, o Menino-Jesus. Vale a pena!!!

Uma santa semana a todos!

Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho - Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.
Oração para a noite de Natal
(baseada na Homilia do Papa Francisco na noite do dia 24-12-2018)

Juntamente com Maria sua esposa, José subiu «à cidade de David, chamada Belém» (Lc 2, 4). Nesta noite, também nós subimos a Belém, para lá descobrir o mistério do Natal.

E nós sabemos que Belém significa a casa do pão. Neste sentido, podemos dizer que hoje, nesta «casa», o Senhor marca encontro com todos nós, pois sabe que precisamos do pão, do alimento para viver.

Mas sabe também que os alimentos do mundo não saciam o coração.

No Livro do Gênesis diz que Eva e, depois Adão, tomaram do alimento: «…tomou do fruto e comeu». Essa é a grande tentação nossa: tomar, possuir. Por isso, para muitas pessoas, o sentido da vida é possuir, estar cheio de coisas e, como diz o Papa Francisco: “uma ganância insaciável atravessa a história humana, chegando ao paradoxo de hoje em que alguns se banqueteiam fartamente enquanto muitos não têm pão para viver”.

No entanto, Belém é o ponto de inflexão no curso da história. Lá naquela cidadezinha minúscula, na casa do pão, Deus nasce numa manjedoura (que é um lugar para colocar o feno, para manjar, para comer) como se quisesse dizer-nos: Estou aqui ao vosso dispor, como vosso alimento.

Jesus não toma o alimento, mas o oferece. Não dá algo material, mas dá-se a si mesmo.

Em Belém, descobrimos que Deus não é alguém que toma a vida, mas é Aquele que dá a vida.

Nós que estamos habituados a tomar e comer, Jesus nos diz na Última Ceia: «Tomai, comei. Este é o meu corpo» (Mt 26, 26)...

O corpo pequenino do Menino-Jesus em Belém nos oferece um novo modelo de vida: não tomar e acumular, mas alimentar-se de Deus. Deus faz-se pequeno, para ser nosso alimento. Nutrindo-nos d’Ele, Pão de vida, podemos renascer no amor e romper a espiral da avidez e da ganância.

Menino-Jesus eu vos peço que a partir deste Natal eu não procure mais a minha felicidade nos bens terrenos, mas em vós pois como tu disseste à samaritana no poço de Sicar, quem beber da tua água que jorra para a vida eterna não voltará a ter sede. Sei que só tu tens essa água que jorra para a vida eterna.

Menino-Jesus aproveito para pedir que o Senhor derrame as suas bênçãos para todos os que estão aqui e para toda a nossa família. Que reine em nós a paz e o amor. Nós, da nossa parte, fazemos o propósito de colocar-te em primeiro lugar na nossa vida. De cumprir todos os teus mandamentos, pois como tu disseste: “Aquele que me ama cumpre os meus mandamentos”.

Pai-Nosso. Ave-Maria. Glória ao Pai.

Padre Paulo M. Ramalho
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Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “reflexão de fim de ano”.
(cfr. https://www.fecomvirtudes.com.br/reflexao-de-fim-de-ano-2/)

Os últimos dias do ano são uma boa ocasião para fazer um balanço dos meses que passaram e fixar propósitos para o ano que começa.

É uma boa oportunidade para pedir perdão pelo que não fizemos, pelo amor que nos faltou; um bom momento para agradecer a Deus todos os benefícios que nos foram concedidos.

A Igreja nos faz recordar que somos peregrinos. Temos uma vida no tempo. Dentro de pouco tempo nos apresentaremos diante de Nosso Senhor com as mãos cheias ou vazias.

Na realidade, o tempo da nossa vida é um tempo com o qual Deus nos presenteia para que o enchamos de amor por Ele, de caridade para com aqueles que nos rodeiam, de trabalho bem-feito, de virtudes e de obras agradáveis aos olhos do Senhor. Este é o momento de amealhar o “tesouro que não envelhece”. Passado esse tempo, já não haverá outro.

O tempo de que cada um de nós dispõe é curto, mas suficiente para dizer a Deus que o amamos e para concluir a obra de que o Senhor nos encarregou. Por isso São Paulo nos adverte: “Vivei com prudência, não como néscios, mas como sábios, aproveitando bem o tempo, pois em breve vem a noite, quando já ninguém pode trabalhar”.

A brevidade do tempo é um contínuo convite para que tiremos dele o máximo rendimento aos olhos de Deus. Hoje podemos nos perguntar se Deus está contente com a forma como vivemos o ano que passou: se foi bem aproveitado ou, pelo contrário, foi um ano de ocasiões perdidas no trabalho, na vida familiar; se descuidamos com frequência dos mandamentos de Deus.

São inúmeros os motivos para terminarmos o ano pedindo perdão a Deus. Foram muitas as nossas falhas e os nossos erros.

No entanto, são incomparavelmente maiores os motivos de agradecimento, tanto no campo humano como no espiritual. Foram incontáveis as moções do Espírito Santo, as graças recebidas, as intervenções do nosso Anjo da Guarda, os méritos alcançados ao oferecermos a nossa dor pelos outros, as ajudas que nos prestaram. Agradeçamos a Deus todos os benefícios recebidos ao longo deste ano.

Temos de encerrar o ano pedindo perdão por tantas faltas de correspondência à graça, pelas inúmeras vezes em que Jesus se pôs ao nosso lado e não fizemos nada para vê-lo, deixando-o passar; e, ao mesmo tempo, encerrá-lo agradecendo a Deus a grande misericórdia que teve conosco e os inumeráveis benefícios, muitos deles desconhecidos por nós mesmos, que Ele nos proporcionou.

Nestes últimos dias do ano que termina e nos primeiros do que se inicia, desejaremos uns aos outros que tenham um bom ano. Ao porteiro, ao farmacêutico, aos vizinhos, dir-lhes-emos Feliz Ano Novo ou coisa parecida. Ouviremos outras tantas pessoas desejar-nos o mesmo e lhes agradeceremos.

Mas o que é que muita gente entende por “feliz ano novo”? “É, certamente, que vocês não sofram no novo ano nenhuma doença, nenhuma pena, nenhuma contrariedade, nenhuma preocupação; antes, pelo contrário, que tudo lhes sorria e lhes seja favorável, que vocês ganhem muito dinheiro e não tenham que pagar muito imposto, que os salários aumentem e o preço dos artigos diminua, que o rádio lhes dê boas notícias todas as manhãs. Em poucas palavras, que vocês não experimentem nenhum contratempo.”

É bom desejar esses bens humanos para nós mesmos e para os outros, se não nos afastam de Deus. O novo ano nos trará, em proporções desconhecidas, alegrias e contrariedades. Ano bom para um cristão será aquele em que tanto umas como outras lhe servirão para amar um pouco mais a Deus. Ano bom para um cristão não terá sido aquele que veio carregado na hipótese de que isso fosse possível - de uma felicidade natural à margem de Deus. Ano bom terá sido aquele em que servimos melhor a Deus e aos outros, ainda que do ponto de vista humano não tenha sido tão bom.

Qualquer ano pode ser “o melhor ano” se aproveitarmos as graças que Deus nos reserva. Um bom ano a todos e que seja repleto da graça de Deus!
(cfr. Falar com Deus, Francisco Carvajal, meditação de fim de ano).

Feliz 2020!!!

Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho - Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.
Olá todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “a lição dos reis magos”.
(cfr. https://www.fecomvirtudes.com.br/licao-dos-reis-magos/)

Por que os magos viram a Deus? O que nos faz ver a Deus? É o que o Papa Francisco comentou na sua homilia da Epifania de 2018. Seguem a seguir suas principais ideias.

* * *

O nosso percurso ao encontro do Senhor é elucidado por três gestos dos magos. Estes veem a estrela, põem-se a caminho e oferecem presentes.

Ver a estrela. É o ponto de partida. Mas, poder-nos-íamos perguntar: Por que foi que só os magos viram a estrela? Porque talvez poucos levantaram o olhar para o céu. De fato na vida, muitas vezes, contentamo-nos com olhar para a terra: pois tenho saúde, tenho dinheiro para sobreviver e bons momentos de divertimento. E eu pergunto: Sabemos levantar os nossos olhos para o céu? Sabemos sonhar, desejar as alturas, desejar a Deus ou contentamo-nos com este mundo?

E por que é que muitos outros, dentre aqueles que levantavam o olhar para o céu, não seguiram aquela estrela? Talvez porque não era uma estrela deslumbrante, que brilhasse mais do que as outras (...) Podemos perguntar-nos pela estrela que escolhemos na vida. Há estrelas deslumbrantes, que suscitam fortes emoções, mas que não indicam o caminho. Tal é o caso do sucesso, do dinheiro, da fama, das honras, dos prazeres mundanos. Não passam de meteoritos: brilham por um pouco, mas depressa caem e o seu esplendor desaparece. São estrelas cadentes, que, em vez de orientar, despistam. Ao contrário, a estrela do Senhor nem sempre é fulgurante, não promete recompensas materiais, mas garante a paz e dá, como deu aos magos, uma «imensa alegria» (Mt 2, 10).

Caminhar, a segunda ação dos magos, é essencial para encontrar Jesus. De fato, a sua estrela solicita a decisão de se pôr a caminho. Jesus deixa-se encontrar por quem o busca, mas, para o buscar, é preciso mover-se em direção a Ele, deixar as poltronas das comodidades mundanas. E mover-se em direção a Jesus é seguir os seus caminhos, seguir os ensinamentos, seguir os seus mandamentos. Como o próprio Jesus nos disse: “aquele que me ama, cumpre os meus mandamentos” (Lucas 6, 47). Quantas pessoas que dizem amar a Deus, mas não cumprem os seus mandamentos! Não vão à missa aos domingos (Terceiro Mandamento), não se confessam ao menos uma vez por ano (Segundo Mandamento da Igreja), não vivem a castidade conforme o desejo de Deus (Sexto e Nono Mandamentos). Não viver os seus mandamentos é ver a estrela, mas não pôr-se a caminho, ou caminhar a meias por viver apenas alguns deles. Mas sem o caminhar autêntico, decidido, sem viver “todos” os mandamentos não chegamos até a gruta de Belém.

Oferecer. Quando chegaram ao pé de Jesus, depois da longa viagem, os magos fazem como Ele: dão, oferecem. Jesus está ali para oferecer a vida; eles estão ali para oferecem as suas preciosidades: ouro, incenso e mirra. Encontramos a Deus quando vivemos como Deus: dando nossa vida aos outros, dando nossos tesouros ao próximo. Numa palavra: praticar o bem. Praticar o bem sem cálculos, mesmo se ninguém no-lo pede, mesmo se não nos faz ganhar nada, mesmo se não nos apetece. Isto é o que Deus deseja. Ele, que Se fez pequenino por nós, pede-nos para oferecermos algo pelos seus irmãos mais pequeninos. Oferecer um presente agradável a Jesus é cuidar dum doente, dedicar tempo a uma pessoa difícil, ajudar alguém que não nos simpatizamos muito, oferecer o perdão a quem nos ofendeu. É esse conjunto de boas ações que podemos praticar todos os dias, olhando para as necessidades do próximo.

Oferecer um presente aos pequeninos também é oferecer presentes aos pequeninos aos olhos dos homens: aqueles que não têm com que retribuir, como o necessitado, o faminto, o preso, o pobre (cf. Mt 25, 31-46).

São presentes gratuitos, não podem faltar na vida cristã. Olhemos as nossas mãos muitas vezes vazias de amor, e procuremos pensar nos presentes gratuitos, sem retribuição, que possamos oferecer. E peçamos a Deus: «Senhor, fazei-me redescobrir a alegria de dar».
Amados irmãos e irmãs, se queremos encontrar a Deus, se queremos encontrar o Menino-Jesus, façamos como os magos: olhemos para o alto, caminhemos e ofereçamos presentes a Deus e ao próximo (cfr. HOMILIA DO PAPA FRANCISCO, Sábado, 6 de janeiro de 2018).

* * *

Pensemos com carinho nessas palavras do Papa!!!

Uma santa semana a todos!!!

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Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem nesta semana: “santidade aos 15 anos”.
(cfr. https://www.fecomvirtudes.com.br/santidade-aos-15-anos/)

Segue um artigo do Padre Paulo Ricardo sobre um jovem italiano que morreu com fama de santidade. Vale a pena.

* * *

Algumas pessoas saem da vida para entrar na história; outras, para entrar no céu. Em 12 de outubro de 2006, falecia o jovem Carlo Acutis, vítima de uma grave leucemia. No leito de morte, desejou ardentemente que seus sofrimentos fossem oferecidos a Deus pela Santa Igreja e pelo Papa. O testemunho do rapaz, de apenas 15 anos, comoveu toda a Itália e o tornou modelo de santidade, sobretudo para a juventude. No momento, a Diocese de Milão, à qual Acutis pertencia, trabalha na sua causa de beatificação.

Carlo Acutis nasceu em Londres, na Inglaterra, em 3 de maio de 1991. Os primeiros dias de vida foram também os primeiros de sua jornada para Deus. Com uma fé católica profundamente arraigada, os pais, André e Antônia, não tardaram a lhe providenciar o batismo, preparando para a ocasião um pequeno bolo em formato de cordeiro, como forma de agradecimento ao Senhor pela entrada do filho na comunidade cristã. Um simbolismo profético. A exemplo do Cordeiro de Deus, o pequeno Acutis também se faria tudo para todos, a fim de completar na própria carne — como diz o Apóstolo ao explicar o valor salvífico da dor — o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo seu Corpo, que é a Igreja.

Crescendo em Milão, o pequeno Carlo demonstrou as virtudes cristãs desde a infância. Era uma criança alegre, de comportamento suave, que cativava a todos — principalmente as babás — com o seu entusiasmo contagiante. E, se algum coleguinha aprontava-lhe uma maldade, sabia colocar a caridade acima do instinto: “O Senhor não seria feliz se eu reagisse violentamente”. Aos 12 anos de idade, a Santa Missa já lhe era o bem mais precioso. Comungava diariamente, haurindo da Eucaristia a graça para uma vida santa.

Tamanha espiritualidade chamava a atenção dos mais próximos. Certa vez, preferiu participar de uma peregrinação a Assis, na Itália, a visitar outros lugares para diversão. O comportamento do garoto levava os parentes a considerarem-no uma “vítima dos pais”. Mas não era nada disso. Como confidenciaria a seu diretor espiritual, poucos dias antes de sua derradeira páscoa, Assis era o lugar onde mais se sentia feliz. Juntamente com Nossa Senhora de Fátima, São Francisco era-lhe o grande santo de devoção, principalmente por sua pequenez e humildade.

Carlo havia entendido desde cedo o “chamado universal à santidade”.

Vibrante, apaixonado pela vida, tinha no apostolado o fim último de toda a sua ação. Entendera cedo o chamado universal à santidade. Daí a disponibilidade para todos, fazendo-se amigo de qualquer um, mesmo dos mais tímidos. “Ele acreditava no diálogo íntimo com o Senhor — conta um dos colegas — e rezava o Rosário todos os dias. Após a morte de Carlo, voltei para a Igreja e acho que isso pode ser mérito de sua intercessão.”

No Instituto Liceo Classico Leão XIII, onde iniciou o ensino médio, desenvolveu sua paixão por computadores. Carlo criou um site dedicado aos milagres eucarísticos e à vida dos santos. “Decidi ajudá-los — dizia o jovem na página da internet — compartilhando alguns dos meus segredos mais especiais com aqueles que desejam rapidamente alcançar a meta da santidade.” Recomendava como práticas diárias a Missa, a recitação do Rosário e a liturgia das horas. Depois a Confissão frequente e a devoção aos santos. “Peça também ao seu Anjo da Guarda para ajudá-lo continuamente, de modo que ele se torne seu melhor amigo”, recomendava.
Em 2006, com apenas 15 anos, Carlo Acutis descobriria uma grave doença: a leucemia. Confundido inicialmente com uma inofensiva caxumba, o mal acabou se alastrando rapidamente, mesmo com os vários tratamentos, causando-lhe a morte em apenas um mês. Às 6h45 do dia 12 de outubro de 2006, o Senhor o levava para a vida eterna. Perto de falecer, confidenciou aos pais: “Ofereço todos os sofrimentos desta minha partida ao Senhor, ao Papa e à Igreja, para não passar pelo Purgatório e ir direto para o Céu”.

A postuladora para a causa dos Santos da Arquidiocese de Milão, Francesca Consolini, afirma que a fé de Carlo Acutis era singular: “Levava-o a ser sempre sincero consigo mesmo e com os outros (...), era sensível aos problemas e às situações de seus amigos, companheiros e pessoas que viviam perto dele e de quem encontrava no dia a dia”. O testemunho do rapaz pode ser encontrado na sua biografia, “Eucaristia, minha estrada para o céu”, escrita por Nicola Gori, articulista do L'Osservatore Romano.

O corpo de Carlo Acutis foi sepultado em Assis, cidade de São Francisco, por sua especial devoção ao santo (https://padrepauloricardo.org/blog/carlo-acutis-o-anjo-da-juventude).

* * *

Que o exemplo do jovem Carlo seja um empurrão para nós, para crescermos cada dia no amor a Deus e no amor ao próximo.

Uma santa semana a todos!

Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho - Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.
Olá a todos!

Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “sem Deus, esta vida é uma paixão inútil”.
(cfr. https://www.fecomvirtudes.com.br/sem-deus-esta-vida-e-uma-paixao-inutil/)

Segue um texto excelente de um autor que mostra com clareza o vazio desta vida se não tivermos fé, pois, num plano somente materialista, esta vida é um caminhar para a morte.

* * *

O escritor alemão Wassermann sentenciou: “O terrível não é morrer; o terrível é caminhar para a morte”. De fato, como se pode viver em paz sabendo que cada dia que passa é um passo a mais para a morte?
 
Como dizia Unamuno: “Se de todo morremos todos, para que tudo, para quê?”. Realmente, o pensamento da morte é o pensamento mais aterrador de todos. Não será ele o que explica muitas das nossas tristezas, depressões, angústias e horas e horas de terapia?
 
Os poetas não se furtavam a tocar nesse tema da inexorabilidade da morte: é algo sensitivo, vital… É o que nos transmite, por exemplo, Edgar Alan Poe no seu famoso poema O corvo. Nele o autor vai deixando que essa ave agourenta pronuncie, ao longo de toda a rima, a expressão fatal “never more” – nunca mais: infância feliz, que já passaste… never more, nunca mais; mocidade alegre, que já te despediste de mim... never more, nunca mais; amor da minha vida, que já murchaste... never more, nunca mais...
 
Há, por outro lado, em todos os seres humanos um verdadeiro instinto de eternidade (...) É do fundo das suas entranhas que todo homem grita angustiosamente – como o fazia também Unamuno – “Não quero morrer, não quero querê-lo!! Quero viver sempre, sempre e para sempre!! Eternidade, este é meu desejo, este é o mais forte e profundo desejo, este é o instinto que domina minha existência”.
 
Porém, esse nosso instinto de eternidade cairia no vazio, faria o homem experimentar o tédio, a angústia, a sensação de que a vida é “uma paixão inútil”, como dizia Sartre, se Deus não existisse. Mas, graças a Deus, a fé nos diz que Deus não só existe como também nos fez para a eternidade.
 
Na Páscoa, a Igreja expressa essa verdade com um canto de alegria: “Ressuscitou verdadeiramente como tinha predito, aleluia!”. É um grito que sai de dentro da humanidade inteira: se Cristo venceu a morte, nós também a venceremos! Essa convicção fazia São Paulo lançar um desafio: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (I Cor. 15, 55). Onde está o pavor que sempre provocas? É como se dissesse: “Ó morte, não te tenho medo; eu te matei!”. Esse é o grito de vitória do cristão.
 
Cristo, acrescenta São Paulo, “dominou a morte com a sua morte; libertou o homem do seu estado de servidão, provocado pelo temor da morte” (Cfr. Hb 2, 9-17). O cristão leva na sua testa escrito o nome de Vencedor.
 
A fé profunda na verdade transmitida por Cristo – “quem vive e crê em mim não morrerá eternamente” (Jo 11, 26) – traz consigo uma enorme força vital, uma segurança e uma paz das quais só podem falar aqueles que as experimentaram.
 
Que alegre é a vida quando sabemos que o que passa fica; que o que vai embora permanece; que o amor, a abnegação, o espírito de sacrifício, vividos durante a vida, vão configurando a nossa personalidade eterna – forever – para sempre.
 
Essa expressão imortalizou Teresa de Ávila, que repetia, quando o seu irmão Rodrigo chorava assustado perante o pensamento da morte: “Rodrigo, lá no céu viveremos para sempre, Rodrigo será para sempre, para sempre, para sempre…”.
 
Um homem de fé pode exclamar, ao contrário do que disse Wassermann, acima: o maravilhoso não é apenas viver; o maravilhoso é caminhar para a Vida, com maiúscula, com um V alto, que, como dois braços potentes, se eleva até agarrar com mãos vigorosas as bordas da eternidade (Rafael Llano Cifuentes, O sentido da vida).

* * *

Como é a minha fé? Acredito na eternidade? Preparo-me para a eternidade seguindo os mandamentos que Jesus nos deixou?
 
Uma semana abençoada a todos!
 
Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M.
Ramalho - Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo. 
Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem nesta semana: “não critique, agregue”.
(cfr. https://www.fecomvirtudes.com.br/nao-critique-agregue/)

Com que facilidade vemos defeitos nos outros. E o grande mal dessa atitude é que ela gera divisão. Se o que Deus mais quer é gerar a união, o amor entre as pessoas, o que o inimigo mais quer é gerar a divisão, a desunião.

Que bom seria se olhássemos as pessoas como um técnico olha um time de futebol: cada um como peças diferentes, mas com habilidades para jogar em posição determinada e formar um belo time.

É justamente isso que reflete esta bela história abaixo:

* * *

Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembleia. Foi uma reunião das ferramentas para acertar suas diferenças.

O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava todo o tempo golpeando.

O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo.

Diante do ataque, o parafuso concordou, mas, por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos.

A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro, que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora o único perfeito.

Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente, a madeira bruta se converteu num móvel extraordinário para ser colocado num palácio.

Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembleia reativou a discussão. Foi então que o serrote tomou a palavra e disse: “Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha nossas qualidades, nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, e concentremo-nos em nossos pontos fortes”. A assembleia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exato. Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos.

* * *

O que nos ensina essa história? Podemos olhar para as pessoas pelo lado negativo e pelo lado positivo. Se olharmos para o lado negativo, sofreremos, nos distanciaremos das pessoas e geraremos uma situação tensa e negativa. Por outro lado, se olharmos para o lado positivo, para o lado forte dos outros, veremos um grande potencial que pode ser utilizado e formaremos um time unindo habilidades e motivando todas as pessoas.

Não será assim que Deus nos vê, assim como o carpinteiro da carpintaria?

Que essa história nos ajude a ter outra visão da realidade.

Uma santa semana a todos!

Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho - Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.
Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “fazer a nossa parte e confiar em Deus”.
(cfr. https://www.fecomvirtudes.com.br/fazer-a-nossa-parte-e-confiar-em-deus/)

Hoje gostaria de comentar a famosa cena da multiplicação dos pães e dos peixes para tirarmos um grande ensinamento para a nossa vida: confiar em Deus para a solução dos nossos problemas, mesmo que nossos recursos sejam escassos.

Lembremos como foi este episódio.

A notícia da morte de João Batista afetou o Senhor profundamente. Sentiu-se completamente oprimido e experimentou o impulso de retirar-se para um lugar tranquilo, onde pudesse rezar e meditar com paz.

Entretanto, ao desembarcar, viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão por ela [Mateus 14, 14]. Passou o resto do dia ocupando-se daquelas pessoas, da alma e do corpo delas: ensinou-lhes muitas coisas e curou os doentes. O Senhor não provocou essa situação. A sua intenção era outra: pretendia simplesmente meditar e descansar. Mas seu coração não deixou escapar uma oportunidade inesperada de fazer o bem aos outros, ainda que estivesse cansado.

Passaram-se algumas horas. O povo continuava ali e o Mestre não deixava de lhes ensinar. Os discípulos começaram a se inquietar pensando no que aconteceria quando aquela multidão percebesse que não tinha tempo de alcançar um lugar onde pudesse obter algo que comer. Dirigiram-se a Jesus: “Este lugar é ermo, e passou da hora; manda-os irem à aldeia para comprar alimentos” [Mateus 14, 15]. O Senhor lhes respondeu de um modo surpreendente: “Não convém que eles vão embora, dai-lhes vós algo que comer” [Mateus 14, 16].

A resposta do Senhor deixou-os desconcertados: “Nós? Nós é que temos de lhes dar de comer? Mesmo um salário de 200 dias de trabalho daria uma quantidade de pão irrisória para tal multidão! Que podemos fazer?”.

Mas o Mestre não cedeu; quis que colocassem esse problema sobre os seus ombros: “Algo podeis fazer... Quantos pães tendes? Ide ver” [Marcos 6, 38]. Depois de uma busca incessante, trouxeram míseros cinco pães e dois peixes [Marcos 6, 38].

Os evangelistas nos dizem que Jesus Cristo tomou aqueles alimentos, abençoou-os, partiu os pães e os deu aos discípulos para que estes os distribuíssem às pessoas. Foram distribuindo e os pães e os peixes não paravam de sair das cestas, e a multidão toda ficou saciada. Não só todos foram saciados como no final foram recolhidos doze cestos para guardar o que havia sobrado.

Se meditarmos na cena procurando aplicá-la à nossa vida, talvez tenhamos a impressão de que o Senhor está nos dizendo: para resolver os problemas da tua vida, coloque a tua parte, mesmo que seja pequena, os cinco pães e os dois peixes, e confie; eu farei o resto. Confie. Não importa que a solução do problema esteja acima das tuas forças. Faça a tua parte e peça a minha ajuda. A solução de qualquer problema teu não é nada para mim, para as minhas forças e o meu poder.

Tiremos, portanto, esta grande lição do milagre da multiplicação dos pães: confiar em Deus para a solução dos nossos problemas, mesmo que nossos recursos sejam escassos. E nunca mais esqueçamos o que Jesus nos quis dizer neste milagre: “para resolver os problemas da tua vida, coloque a tua parte, mesmo que seja pequena, os cinco pães e os dois peixes, e confie; eu farei o resto. Confie”.

Uma santa semana a todos!

Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho - Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.
Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “radiografia da imaturidade - I
(cfr. https://www.fecomvirtudes.com.br/radiografia-da-imaturidade-i/)

No mundo de hoje, onde vemos a toda hora pessoas imaturas, seria muito interessante abordar esse tema para que vocês o conheçam melhor, para que façam uma reflexão pessoal e ajudem as pessoas a se tornarem mais maduras.

Ao escrever esta reflexão, penso muito naqueles que estão escolhendo o seu futuro cônjuge para o casamento. Essa não é uma tarefa nem um pouco fácil, pois o mundo de hoje tem gerado pessoas muito imaturas. Eu penso que isso se deve sobretudo às famílias desestruturadas e aos pais excessivamente protetores. Uma vez ouvi uma pessoa dizer esta frase, com a qual concordo plenamente: “Superpais, infrafilhos”. Um grande erro na educação é poupar todo sofrimento aos filhos. Outro erro é a falta de exigência devido à cultura de hoje que quer evitar todos os traumas; muitas vezes os pais separados, quando estão com os filhos, querem agradá-los a todo custo.

Penso também nos casais que têm de lidar com um parceiro imaturo – um marido ou uma esposa. Espero que isso vá acontecendo cada vez menos por vocês serem mais criteriosos ao escolher o cônjuge. Para esses casais, digo que nem tudo está perdido. Uma pessoa imatura pode se tornar madura. Não é fácil, mas penso que estas reflexões darão subsídios a vocês para que enfrentem essa realidade. Sem esquecer a oração, que é sempre uma poderosa arma para tudo.

Para falar sobre esse tema, vou utilizar o livro Maturidade, de Rafael Llano, da Editora Quadrante, que acho muito valioso. Ele começa dizendo que a imaturidade é muito difícil de ser definida. De fato, é mesmo. Tentem definir a maturidade ou a imaturidade. Normalmente se fala delas através de suas manifestações, que são várias e ocorrem em vários âmbitos. É o que faremos então agora.

Primeira manifestação: infantilismo

A imaturidade deve-se, em primeiro lugar, a uma espécie de paralisação, de "fixação" numa determinada época da vida — infância, adolescência, primeira juventude... — que retarda o desenvolvimento normal da personalidade. Um adulto acriançado que se encontre, por exemplo, na faixa dos trinta anos continuará a procurar a solução dos seus problemas de adulto por meio dos recursos infantis; ou seja, procurará, por um procedimento pueril, infantilizado, resolver conflitos que só podem ser superados de maneira adulta.

Uma criança costuma aprender muito cedo que é capaz de obter o que deseja gritando, batendo o pé, chegando até a engasgar e a corar para amedrontar e dobrar os pais. Se tiver pais bem orientados, pode ser ajudada a superar esse modo infantil de lidar com os problemas. Mas, se tiver pais insensatos, que cedem mil e uma vezes às suas exigências impositivas, acabará por utilizar, quando for um quarentão, métodos equivalentes ao processo de gritar ou bater o pé: terá explosões periódicas, reagirá às naturais dificuldades de relacionamento no trabalho como se fossem ofensas pessoais, recorrerá aos amuos e às mágoas e, ao ver que isso já não produz o efeito desejado, refugiar-se-á no ressentimento.

Vejamos um caso. Um garotinho que precisava de atenção e carinho aprendeu que as pessoas riam quando ele deixava outros em situação ridícula. Ainda não tinha a capacidade de entender o que significava magoar alguém. Interessava-lhe apenas obter o que desejava: chamar atenção ou mostrar-se superior. Mas não conseguiu superar essa atitude mais tarde e ficou incrustado na infância, de forma que aos quarenta anos o vemos fazer gozações e pregar peças infantis como outrora... Barrigudinho e careca, com um sorriso de triunfo vazio nos lábios, permanece até o fim dos seus dias um moleque que nunca cresceu. Parou no tempo.

Na mesma linha, todos conhecemos esses indivíduos que assumiram o papel de perpétuos "engraçadinhos", e que em todo lugar querem roubar a cena com um interminável repertório de piadas. Ou esses cinquentões que querem retornar aos seus vinte e cinco anos tingindo o cabelo, assumindo ares esportistas de uma ela
sticidade completamente ridícula... Ou ainda essas socialites que dão festas de aniversário para o seu poodle como se ainda fossem menininhas agarradas ao seu bichinho de pelúcia, ou essas senhoras que não aceitam a inexorável passagem do tempo e gastam fortunas com plásticas complicadas...

Tudo isso acontece bem ao nosso lado, e talvez bem dentro de nós mesmos... É possível que se encontrem nessa situação os nossos filhos, os nossos irmãos, os nossos amigos... ou os nossos chefes e dirigentes. Temos de ter a coragem de corrigi-los fraternalmente. O mundo necessita desesperadamente de maturidade: não sejamos nós também imaturos diante da imaturidade reinante. Todos temos de ajudar-nos mutuamente a progredir, começando por nós mesmos (Rafael Llano Cifuentes, Maturidade).

Continua na próxima semana...

Uma semana abençoada a todos!

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Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “radiografia da imaturidade - II
(cfr. https://www.fecomvirtudes.com.br/radiografia-da-imaturidade-ii/)

Segunda manifestação: irrealismo

O segundo sinal da imaturidade de uma pessoa é o fato de ela viver fora da realidade, como um sonhador.

A vida é difícil e custa muito para que as coisas sejam alcançadas, na maioria esmagadora dos casos. Achar que se conseguirá ficar rico num passe de mágica, que se conseguirá um emprego num piscar de olhos, que o casamento será mil maravilhas são sinais claros de falta de maturidade. É o que diz o texto abaixo, em que se comenta que esse é um erro típico dos jovens ou dos que não superaram a fase da juventude.

* * *

Os sentimentos do adolescente e, em certa medida, do jovem carecem de toda a relação com aquilo que o circunda. Os seus trabalhos são os trabalhos de Hércules; as suas viagens, as de Ulisses; os seus romances, os de Tristão e Isolda; os seus namoros, os de Romeu e Julieta... E, nesse mundo singular, revestem-se de importância capital os impulsos sensitivos. A força vital parece adquirir dimensões ilimitadas: sente-se a capacidade de ser tudo e de poder tudo.

É preciso sublinhar neste panorama um aspecto importante: falta experiência e sobra vitalidade. A energia vital, a força dos sonhos e ideais não traz consigo um conhecimento experimental suficiente para discernir se existe realmente capacidade para a realização desses sonhos e ideais: falta um aprendizado que permita a concatenação eficiente entre causas e efeitos. Esta situação gera uma insegurança muito grande, que se tenta encobrir, como dizíamos, com teatralidades, quixotismos e invenções.

Os impulsos da vitalidade juvenil fazem ver como plausíveis – ao alcance da mão – empreendimentos que exigiriam um caráter formado, uma tenacidade e uma experiência ainda não assimilados. Ao mesmo tempo, o rapaz ou a moça não têm a humildade suficiente para pedir ajuda e conselho, para apoiar-se na experiência dos mais velhos; essa falta de humildade é uma nota característica da falta de maturidade. A pessoa carece do saber necessário para realizar os seus projetos e, ao mesmo tempo, esbanja autossuficiência. Ainda não conseguiu o equilíbrio necessário para discernir até que ponto pode ousar, atrever-se a agir sozinho, e em que medida deve pedir conselho e aproveitar as iniciativas e ajudas alheias.

Essa ausência de equilíbrio inclina geralmente a pensar de forma absoluta e radical: as coisas ou são “brancas” ou são “pretas”... Falta ao jovem o sentido da medida, da gradação, da ponderação, do justo meio entre dois extremos, características tão próprias de uma pessoa madura.

Quando se torna um jovem adulto, sem muita experiência mas com muita vitalidade, a pessoa sofre ao verificar que a realidade da vida profissional, social e política que ela talvez pretendesse modificar oferece muito mais resistência do que pensava. Ainda não experimentou até que ponto o egoísmo, o descaso, a vaidade, a inveja e a estupidez são fortes no ser humano e como são necessários esforços colossais para obter resultados precários. Não consegue, enfim, calibrar o alto valor que tem a virtude da paciência.

Se não chega a assimilar esta ciência, o jovem, à força de acumular fracassos e frustrações, pode desembocar em um de dois becos sem saída; por um lado, um ceticismo resignado que o impede de assumir compromissos e o leva a encarar tudo negativamente — a ter uma vida sem ideal, sem direção e sem fé –; ou, por outro, a condição de um eterno revolucionário, empenhado em reformar o mundo inteiro... com exclusão de si mesmo. Os falsos revolucionários – não aqueles que promovem autênticas transformações na direção da justiça e da paz – são sempre uns imaturos
(Rafael Llano Cifuentes, Maturidade).

Continua na próxima semana...

Uma semana abençoada a todos!

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