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O Colosso Nuclear Russo: Como Está Organizado o Maior Arsenal Atômico do Planeta.

Como a maior potência nuclear do planeta, não apenas em número bruto de ogivas, mas principalmente em termos de vetores prontos para o uso, modernização tecnológica e distribuição estratégica em seu território continental. Em tempos de crescente tensão com a OTAN, Moscou aposta em uma doutrina nuclear flexível, baseada em dissuasão total, capacidade de primeiro ataque e sobrevivência garantida para retaliação.

Este artigo apresenta um panorama completo do poderio nuclear russo, unindo dados técnicos atualizados com a disposição geográfica das bases e unidades operacionais das Forças de Mísseis Estratégicos (RVSN). Um mergulho inédito no coração da máquina nuclear do Kremlin.

Tríade Estratégica: A Espinha Dorsal da Força Nuclear Russa

A doutrina russa se baseia na tríade nuclear clássica, composta por:

Mísseis Balísticos Intercontinentais (ICBMs) lançados de terra.

Submarinos nucleares com mísseis balísticos (SLBMs).

Bombardeiros estratégicos com mísseis de cruzeiro nucleares ou bombas gravitacionais.

Em termos de vetores ativos, a Rússia conta com:

329 mísseis intercontinentais em silos ou lançadores móveis.

192 mísseis balísticos embarcados em 12 submarinos nucleares.

67 bombardeiros de longo alcance com cerca de 700 mísseis de cruzeiro de ogiva nuclear.

Isso totaliza aproximadamente 588 vetores estratégicos prontos para lançamento, com um arsenal operacional de cerca de 2.822 ogivas nucleares estratégicas, número muito superior ao das forças americanas.

Não Estratégicas, Mas Devastadoras: O Arsenal Tático:

Além da tríade, a Rússia mantém uma vasta força de armas nucleares táticas, projetadas para uso em conflitos regionais, destruição de alvos militares específicos ou como dissuasão de avanço convencional inimigo. Aqui entra em cena a flexibilidade do Kremlin:

Submarinos, navios e aviões navais com cerca de 250 a 300 mísseis nucleares táticos (Kalibr, Tsirkon, etc)

289 caças e bombardeiros táticos capazes de carregar mísseis ou bombas nucleares (Su-34, Tu-22M3, MiG-31K com Kinzhal), totalizando mais de 300 vetores aéreos

Cerca de 230 mísseis nucleares terrestres de curto e médio alcance, como os Iskander-M e SSC-8

Somando tudo, o número estimado de vetores nucleares táticos e defensivos ultrapassa 970 unidades, sendo 1.558 no total se combinados com os estratégicos.

Distribuição Geográfica: As Bases do Apocalipse:

A segunda imagem revela um aspecto decisivo do arsenal russo: sua profunda dispersão geográfica. O mapa mostra como os mísseis nucleares estão organizados em quatro comandos estratégicos — Oeste, Centro, Sul e Leste — com presença massiva na Sibéria e no centro do país. Essa distribuição visa:

Garantir sobrevivência mesmo diante de um ataque nuclear surpresa

Maximizar o alcance sobre EUA, Europa e Ásia

Dificultar interceptações por escudos antimísseis

Legenda das cores do mapa:
Laranja escuro – Comando Estratégico Ocidental (regiões da Europa e fronteira com Belarus)

Laranja claro – Comando Estratégico Central (Urais e sul da Sibéria)

Marrom – Comando Estratégico Sul (região do Cáucaso)

Verde – Comando Estratégico Oriental (Extremo Oriente e fronteira com China e Japão)

Cinza claro – Regiões administrativas fora do escopo nuclear direto
Inset (em destaque) – Região de Moscou com bases, bunkers e depósitos sob controle do 12º Diretório Principal (armazenamento e comando nuclear central)

Áreas próximas a Moscou – abrigam os centros de comando e os maiores depósitos de ogivas sob o 12º Diretório Principal do Ministério da Defesa. Essas localizações formam uma "teia nuclear" no interior da Rússia, que garante redundância e prontidão contínua, mesmo sob ataque.

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