Nova Acrópole Brasil🇧🇷🏛
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Feliz natal para todos 🎄
Ano Novo Vida Nova!?

À medida que nos aproximamos do final deste ano, somos naturalmente atraídos para o calor da família e para tudo o que é mais significativo em nossos corações. E é a partir deste lugar especial que desejo iniciar um novo ciclo junto a você, trazendo à tona uma amiga antiga e, talvez, esquecida: a Filosofia.

Não é a filosofia distante e incompreendida, repleta de argumentos áridos e complexos, mas sim a busca simples e sincera pelo conhecimento. É o aprender mais, é compreender a Vida e viver aquilo que aprendemos. É abrir os olhos para a Natureza e desvendar gradualmente suas leis. É expandir nossa compreensão da História e reconhecer que, apesar das aparências, todas as culturas têm raízes semelhantes. E, acima de tudo, é reconhecer a similaridade intrínseca do ser humano, não importa onde nascemos, nossas circunstâncias ou a língua que falamos.

Esta velha amiga, a Filosofia, nos ajuda a refletir com calma, a conectar ideias ao bom senso. Ela nos auxilia a afastar incertezas, contradições e o tumulto emocional que muitas vezes nos assola. E agora, mais do que nunca, em tempos de incerteza e agitação, sua presença se torna ainda mais valiosa.

Diante dos olhos atentos da Filosofia, vemos um mundo onde, de um lado, surgem avanços e soluções aparentes para os males da Humanidade, enquanto, na outra balança, acumulam-se guerras, ódio, violência irracional e destruição.

As contradições pesam em uma balança desequilibrada e na consciência humana em busca de paz, tanto interior quanto exterior.

Necessitamos, sem dúvida, das respostas claras da Filosofia antiga, que já foi a luz para tantos ao longo dos séculos. Ela representava estabilidade diante da desordem.

Às vésperas do novo ano, quero me aproximar novamente desse velho amigo esquecido e convidá-lo a se aproximar de todos os corações cheios de boa vontade e sinceridade. Seria maravilhoso se pudéssemos reconhecer e caminhar lado a lado com eles neste novo ano e em todos os que virão. Pois a Filosofia não apenas nos ensina a conhecer, mas também a viver, a superar desafios e a valorizar cada experiência conquistada.

Um brinde a você, amigo da Filosofia!

Com votos sinceros de um novo ano repleto de sabedoria e crescimento.

Adaptado de texto da Professora Délia Guzman (1943 - 2023), ex diretora internacional de Nova Acrópole. Homenagem à sua visão e ao impacto duradouro que suas contribuições tiveram em nossa instituição.
Estávamos habituados a ver um futuro em constante progresso, sem problemas ou, pelo menos, com cada vez menos problemas, pois supostamente tudo teria sido feito por nós de fora, porque as soluções foram dadas.

Talvez esta visão do nosso próprio futuro nos tenha esterilizado, nos tenha tirado a energia e a criatividade, já que tudo era para vir até nós.

Talvez diante de tantas facilidades, a força moral que caracteriza – ou deveria caracterizar – o ser humano também tenha diminuído… são tantas talvez…

A verdade é que as brilhantes previsões não se concretizaram e, em geral, nós todos se sentem perplexos com as dificuldades que se apresentam diante de nós e com a pouca capacidade de resolvê-las que nos deixaram.

Porém, o homem continua sendo dono de sua vontade, de seus pensamentos, de seus sentimentos, de suas ações. Basta abrir os olhos, assumir o que está diante de nós e voltar a usar nossas habilidades naturais.

Não creio que se trate de recuperar um falso otimismo, mas sim de recuperar a força interior para enfrentar as dificuldades, voltar a raciocinar com sensatez, voltar a sentir-se gentil, agir com honestidade, exercitar a vontade no dia a dia, fortalecendo esses fatores esquecidos e, no entanto, tão necessário para viver, para saber o que vivemos e para continuar a projetar a nossa vida para o amanhã.

É hora de receber as dificuldades como algo inerente à existência. É hora de nos tornarmos sólidos, dignos e felizes, mesmo em meio aos problemas, porque é a melhor forma de sair deles.

Conhecer e ver com clareza nos ajudará a não esperar presentes do Ano Novo e nos permitirá obter presentes autênticos, tornando-nos mágicos prodigiosos do destino de cada um.
"[...] Segundo a filosofia oriental, o Ser que está por trás de todo o Universo é tão misterioso, que a única coisa que podemos afirmar sobre ele é que se manifesta e se recolhe, ciclicamente, como as sístoles e diástoles de um Coração; que bela relação simbólica! De repente, comecei a querer visualizar uma imagem deste Coração... e, depois dele, tentei ver o coração do sistema solar, o do planeta, o meu coração/essência espiritual e, por fim, este coração pulsante que marca sua rítmica presença no meu corpo físico.

[...] Lembrei das curiosas discussões entre o coração e a mente, dentro de mim, quando esta última repassava o dia, na memória, e dizia: “Nada de errado aconteceu!” E o coração, impassível ante esta argumentação, doía e incomodava, assustando o sono. Enquanto não calava a mente e mergulhava nele, perguntando o que ele tinha a me mostrar, não conseguia pacificá-lo... e aí, ele me conduzia exatamente à cena, ao momento do meu dia onde o tinha ferido, onde tinha atropelado os protocolos da vida.

Parecia, para mim, como se ele fosse um portal, um mistério, uma passagem talvez, como um longo corredor... rumo a outros corações maiores, dos quais ele seria parte.

Honestamente, creio, como acreditavam os egípcios, que “O coração do homem é o maior mistério do Universo”. E talvez o umbral da condição humana esteja exatamente na capacidade de ouvi-lo, percebê-lo e “dialogar” com ele.

Recordo de Homero e de sua Odisseia, quando o teimoso Ulisses, em busca de sua alma-Ítaca, só a encontra após perder seus barcos, seus homens, suas roupas, e emergir no oceano totalmente despido, exceto por um véu, doado pela Deusa Ino, que cobria apenas... seu coração. A qual Odisseia de retorno à sua casa espiritual se referia o antigo poeta? À de Ulisses? Ou à da humanidade? Enfim, são mistérios, que talvez só interessem aos filósofos; interessam a você?"

Trecho do artigo de mesmo nome da Prof. Lúcia Helena Galvão

📸 Nebulosa do coração.
“Um velho ensinamento diz que todos os homens, cedo ou tarde, se encontram com o amam e com o que temem.

Esse ensinamento nos confronta com a evidência do poder contido em nosso mundo psíquico: a força das emoções, o que desejamos, o que tememos, é capaz de mover os fios ocultos da vontade, pode coordenar as ideias e levar à concretização dos fatos.

E também nos coloca diante de outra evidência: todos seguimos pela vida cheios de anseios, ilusões, aspirações, e todos carregamos de maneira mais ou menos oculta uma certa quantidade de medos.

Hoje em dia é comum “não ter medo de nada” ou afirmar que não há nada a temer... mas é o medo que nos faz mencionar abertamente nossas pretensões agradáveis e evitar qualquer menção aos medos.

O próprio é o justo meio, a coragem interior que sabe reconhecer as coisas como são e dar-lhes o valor correto. O corajoso sabe o que deve temer e evitar, e o que deve desejar e promover.

Em conclusão, todos queremos algo, todos tememos algo, e é por isso que chegamos a objetivar umas e outras coisas.

É desejável que o medo se transforme em um temor saudável pelas coisas que devemos evitar, e é desejável que queiramos evitar os perigos que, inteligentemente, somos capazes de detectar e prevenir.

É desejável que o amor se dirija a metas cada vez mais positivas, para erradicar o acúmulo de desastres que já nos afligem e para que esse amor acabe por ocupar todo o espaço vital dos temores.

Quanto mais soubermos amar, menos teremos a temer.”

Trecho do artigo da profª Delia Steinberg Guzmán