Nova Acrópole Brasil🇧🇷🏛
10.7K subscribers
539 photos
100 videos
57 files
588 links
Perfil oficial da escola de Filosofia Nova Acrópole
Download Telegram
Boa semana de reflexão e desenvolvimento de valores humanos a todos 🏛️💡
Kalevala, a grande epopeia mítica da Finlândia, narra a trajetória humana através da jornada de seus heróis em busca da superação de seus limites. Como todo mito, a história se desenrola em uma rica linguagem simbólica.

Nesta nova palestra, a profa. Ana Cristina Machado, nos apresenta, de forma sintética e acessível, algumas interpretações valiosas do mito para nossa vida cotidiana.

😁 *Kalevala, lições para a vida da epopeia mítica da Finlândia*
🎥 Palestra Gratuita no Youtube
🗓️ *Já disponível no canal*

🗣️ Com a professora Ana Cristina Machado

https://www.youtube.com/watch?v=8_GlGeHhraM
Filósofos e sofistas
Se a evidência foi, em muitas épocas da evolução humana, um elemento de conhecimento e constatação das coisas, é evidente que a História se repete. Com aparências ligeiramente modificadas, com circunstâncias pouco variadas, são as mesmas forças, as mesmas ideias que se apresentam em um jogo de opostos que talvez contribua para o equilíbrio definitivo da evolução.

Há muito tempo, cerca de 2.500 anos atrás, viveu-se na Hélade um confronto público, político e moral entre sofistas e filósofos. Pode ter parecido um evento exclusivo dessa civilização. No entanto, sempre existiram, existem e parece que continuarão a existir sofistas e filósofos.

Quem eram esses sofistas da época?

Eram personagens de variados conhecimentos, com excelente oratória e uma extraordinária capacidade de demonstrar uma coisa e também o contrário dessa mesma coisa. Sua função era formar os jovens atenienses para as confrontações da nascente democracia; era preciso desenvolver habilidades que se ajustassem às necessidades políticas do momento. Pouco importava a verdade ou o encontro com o divino; o determinante era a felicidade humana no presente e a variedade de opiniões diante de uma Verdade que parecia distante e inacessível.

Em resposta a esse florescimento sofístico, aparece Sócrates em cena. Ele é filósofo amante da verdade, que prefere perder a aprovação do público para estar em paz com sua própria consciência. Precisamente sua missão – segundo suas próprias palavras – não era enriquecer os cidadãos ou dotá-los de um conjunto mais ou menos extenso de conhecimentos; ele queria despertar as consciências para melhorar os homens. Ele sempre preferiu o papel de mestre ao de político.

Se os sofistas cobravam por seus ensinamentos e, consequentemente, escolhiam seus discípulos por seu poder social e econômico, Sócrates se negava a colocar um preço em suas aulas e escolhia seus discípulos pela disposição moral e intelectual que lhes permitiria desenvolver com mais potência suas virtudes adormecidas.

Como terminou esse confronto? O resultado é bem conhecido. Mais uma vez, a opinião prevaleceu sobre a sabedoria, a falácia sobre a verdade, os interesses criados sobre a justiça. Sócrates bebeu a cicuta, pois sua morte não podia contradizer os princípios que havia pregado com o exemplo ao longo de toda sua vida.

Hoje os nomes são diferentes. Os sofistas são muitos e os encontramos a cada passo, revestidos das mais diversas denominações. Mas suas ações e finalidades são as mesmas de então.

Por outro lado, e também como naquela época, são muito poucos os filósofos amantes da sabedoria e coerentes com suas próprias ideias. Esses poucos, caso existam, são ferozmente combatidos e acusados das mesmas calúnias que há séculos acabaram com a vida de Sócrates: corrupção da juventude e negação dos verdadeiros deuses.

Alguns historiadores chegam a dizer que Sócrates nunca existiu e que foi simplesmente uma invenção necessária de Atenas para oferecer um modelo moral diante da degradação dos costumes. Não acreditamos que tenha sido assim; mas, em todo caso, se estivéssemos lá, é provável que tivéssemos “criado” a figura desse Sócrates arquetípico. O que for necessário, inventá-lo ou plasmá-lo, seja na presença de um só gênio da estatura de Sócrates, seja na soma produtiva de todos aqueles que amam o verdadeiro conhecimento e anseiam vivê-lo mais além de críticas e limitações.

A história se repete, e a escolha também: filósofos e sofistas?

Delia Steinberg Guzman, presidente honorária de Nova Acrópole
Seja um ser humano melhor! Desenvolva virtude
Palestras gratuitas sobre o tema:
Resiliência: https://youtu.be/iDPZJ1_nxbA

Fraternidade: https://youtu.be/e7d7EKRxR50

Amor: https://youtu.be/QWiNKqHn7DA

https://youtu.be/MbofNoF_Pgg

https://youtu.be/MbofNoF_Pgg

https://youtu.be/ER4fGcZLRdY

Generosidade: https://youtu.be/cf8gDtjMMEc

Beleza: https://youtu.be/nRhDpAObf7k

https://youtu.be/6niePYlYtNg

https://youtu.be/cj3CwKoUTtU

A Beleza das virtudes: https://youtu.be/2_ArC4fGchY

Gentileza : https://youtu.be/iDPZJ1_nxbA

Vida moral segundo Sócrates: https://youtu.be/D20QU9mYh7I

Vontade: https://youtu.be/zF4TQyjAOm0

🏛Na nossa plataforma de cursos e séries online temos um curso de 24h com a Prof. Lúcia Helena sobre diversas virtudes. Assine e assista: www.acropoleplay.com
Michelangelo, o escultor da obra-prima em mármore, a estátua de David, tinha a incrível capacidade de enxergar a bela forma em uma pedra não esculpida. Ele ficou famoso por dizer: 'Eu vi o anjo no mármore e esculpi até libertá-lo.' Embora suas palavras tenham sido possivelmente romantizadas, a essência é clara: ele conseguia ver o potencial oculto na pedra e sabia exatamente como cinzelar para revelar essa beleza.

Da mesma forma, em nossa jornada de autoconhecimento, podemos desvendar nossas forças e virtudes ocultas que já existem em nós. Ao olharmos para dentro, podemos revelar nossa beleza e potencial interiores. Isso requer perseverança para eliminar tudo o que bloqueia nosso crescimento, como tendências e hábitos que não nos servem.
Assista na AcropolePlay www.acropoleplay.com
"O Cosmos também está dentro de nós, nós somos feitos de poeira de estrelas. Somos uma forma do Cosmos se autoconhecer." Carl Sagan

Desde a antiguidade, o ser humano tem um questionamento que o acompanha durante todas as épocas: qual a origem do Universo?

Egípcios, Persas, Gregos, Romanos, Maias, Astecas, Chineses… todas as culturas através de suas próprias mitologias, trouxeram respostas sobre como tudo começou.

Paralelo a isso, também temos a astronomia, física e toda a ciência em busca de explicações e teorias sobre de onde viemos.

Confira a nossa nova série “A origem do Universo segundo as tradições antigas” que já está disponível em nossa plataforma e reflita conosco sobre como a filosofia, mitologia e ciência podem andar de mãos dadas para responder os dilemas do ser humano!



Inscreva-se e participe conosco. www.acropoleplay.com

SOBRE A ACROPOLEPLAY: Dezenas de séries, leituras comentadas, podcasts e outros exclusivos com nossos professores.

Todo o lucro obtido com a Acrópole Play é destinado aos projetos sociais e culturais desenvolvidos pela Nova Acrópole no Brasil, como o Criança para o Bem e o Instituto Paraense de Educação e Arte – IPEA.

🙆‍♀️🙋‍♂️Os Programas atendem mais de 400 estudantes de segunda a sábado, no contra turno escolar e tem como filosofia o desenvolvimento de virtudes com o propósito de contribuir com a formação humana, solidária e cidadã das crianças e jovens.

A virtude é o fio condutor que permeia as práticas das diversas oficinas como o balé, a música, a poesia, o esporte, o acompanhamento escolar, o artesanato, o desenho, entre outras.
Esta necessidade de uma condição moral que provenha de uma natureza essencialmente pura, do próprio Ser, está assinalada por Platão, na totalidade das suas obras, e também por seus seguidores, incluindo Kant, há mais de vinte séculos.

Não houve nenhum filósofo nem pensador que colocasse em dúvida tal necessidade, apesar de que com a queda do Mundo Clássico, isso, tão evidente por si mesmo, ficou condicionado a prévias razões teológicas, políticas e sociais, quando não simplesmente econômicas.

Ao desenvolvimento da mecânica instrumental no campo físico, juntou-se um processo similar no metafísico, ficando o indivíduo paulatinamente enterrado num lamaçal que poderíamos chamar “culto ao procedimento” e ainda das procedências.

Assim, a bondade própria do homem está condicionada à sua religião, à origem familiar, geográfica, racial, e a muitos outros condicionamentos que encheriam páginas inteiras de um detalhado mostruário de preconceitos e superficialidades.

A Humanidade deixou-se ofuscar pelos planos e sistemas, pelas formas dos receptáculos em vez dos conteúdos. Face à quebra da plataforma ética recorre-se às fórmulas mais ou menos utópicas dos receituários, pois ao se conceber o mal como algo real – que já não é a simples carência do bem, mas uma presença consistente –, apela-se aos exorcismos de todas as cores. O Ser passa para segundo plano, condicionado aos aparelhos que, em teoria, criarão, mediante a oração ou a razão, o Homem perfeito a partir das suas próprias imperfeições.

Uma imagem prática seria pretender que, se empilhássemos ladrilhos de barro de determinada forma e maneira, poderíamos construir uma parede de pedra dura, sólida e forte, fazendo com que a “magia” do conjunto transmutasse a natureza do individual e singular.

A massificação espiritual precedeu em muitos séculos as modernas linhas de montagem, e sem medir a realidade, pensou-se que empilhando o parcial com o parcial dar-se-ia à luz uma criatura repleta de virtudes e bondades, idêntica aos seus precedentes e aos que lhe sucedessem. Quando muito, admitiu-se a evolução das formas baseada nos fracassos e acertos da experiência.

Mas, o importante deixou de ser o Homem para se dar prioridade ao conjunto dos homens, como se estes fossem uma mera invenção dos sistemas, homens aos quais os próprios sistemas dariam o direito à sobrevivência por meio das suas adaptações e perda de toda a característica própria… nos casos em que esta fosse aceitada como tal.

Os produtos das linhas de montagem seriam qualificados segundo a sua proveniência, quer dizer, segundo qual sistema que os havia engendrado.

Os cristãos eram bons, os “pagãos” maus. De Santiago fizeram um “mata-mouros”.

Os nobres tem “sangue azul” e os demais são “vilões”.

O povo é bom e os reis são maus… Viva a guilhotina! O operário é bom e o chefe é mau.

O militar é mais importante do que agricultor, ou vice-versa.

O “povo eleito”… “O povo de Deus”… Em resumo, os “bons” que, para existirem, necessitam dos “maus”.

E esse denominador comum faz com que se fale dos cristãos, dos judeus, dos muçulmanos, dos ateus, dos brancos, dos negros, dos ricos, dos pobres, dos sábios e dos ignorantes. É o racismo de todas as cores.

Esta aspiração massificante numa redenção coletiva, e numa destruição também coletiva dos que não participem na tal redenção, classe ou partido, coloca toda a esperança nos sistemas, credos, raças e aceitações. O homem singular perde importância. E até se torna inconcebível alguém que não esteja inserido e militando no partido ou na seita em moda.

Contudo, o fracasso fático do comunismo, do fascismo, do nazismo e do capitalismo com as suas respetivas características políticas, sociais e econômicas, semeou no povo a dúvida acerca da eficácia dos sistemas.

Não obstante, apesar de que, talvez orquestrados por poderosas fontes de poder, quase todos os povos da Terra clamam pela democracia e pelo direito ao voto, cerca de 50% se recusa a fazê-lo, e onde é obrigatório, vota-se em branco ou boicota-se deliberadamente as listas pré-fabricadas pelo
sistema.

Excetuando algumas modalidades do Islã, nas religiões ocorre o mesmo, e embora nos mapas demográficos venha apontado, por exemplo, que a Itália é católica, a realidade é que as igrejas estão cheias de turistas curiosos, os mosteiros estão vazios, convertidos em centros de reuniões alheias à religião e o próprio Papa é alvo de anedotas acerca da sua nacionalidade ou dos seus costumes. É evidente que, o que tradicionalmente se entendia por “sagrado” está muito longe de tudo isto.

É aceitável pensar que a solução para este problema passe pela simples compreensão de que o que realmente importa não são os sistemas, mas os homens que os integram. E que a qualidade moral destes homens é o fundamental.

Já pouco importa que um país esteja governado pelas “direitas” ou “esquerdas”, que o seu regime seja presidencial ou monárquico. O que é válido é se o homem ou os homens responsáveis pela administração de um país, são gente boa, honrada, justa, valorosa e competente.

O pior dos sistemas, se for integrado e conduzido por homens bons, traz felicidade para o povo, riqueza, bonança e paz. O melhor dos sistemas, se os seus governantes forem pessoas carentes de moral, será um suplício para os governados.

O mito da redenção coletiva através dos sistemas demonstrou a sua falibilidade. No transcurso do tempo, o mais organizado e natural dos sistemas desmorona-se rapidamente se não for mantido por homens e mulheres honrados, morais, em uma palavra: BONS.

O que necessitamos não é que triunfem determinadas facções ou seitas políticas, sociais ou religiosas. O que necessitamos é de homens bons e que a esses homens bons, reconhecendo-os como tais, se os deixe ter as máximas responsabilidades em todos os campos. Se assim se fizesse, eles a aceitariam, não por ambição, mas por espírito de generosidade e de solidariedade.

Se, voltando a Platão, o bom sapateiro tem o dever de fazer sapatos para todos; o bom alfaiate, roupas para todos etc, aquele que se governa a si mesmo, que domina as suas paixões e verticaliza as suas ideias com a força da sua vontade, há de ser o mais apto para aplicar aquilo que nele é vantajoso a todos os membros da sua comunidade.

“Se conseguirmos apoiar os homens bons e lhes dermos os instrumentos culturais necessários, estes poderão integrar qualquer forma de governo, pois qualquer forma de governo em suas mãos será eficaz.”

Se um homem bom estiver à frente de uma religião, qualquer que seja, despertará nos seus crentes a presença de Deus, pois a verão refletida em si e possível.

Se um homem bom se dedicar à arte, à ciência ou a qualquer outra atividade, esta ver-se-á iluminada pela sua própria bondade, não importando o caminho que tome, pois na sua bondade escolherá sempre o melhor.

É necessário consciencializar que não basta passar do século XX ao XXI para que cessem os racismos, as perseguições, os enriquecimentos ilícitos, os genocídios; o que faz falta é mudar “por dentro”, esotericamente, para que as máquinas contaminantes dos sistemas deem lugar aos homens bons.

É preciso encontrá-los, assinalá-los e apoiá-los.

Para um homem, não há maior inimigo do que um outro homem se este for mau, nem melhor amigo e ajuda do que um outro homem, se este for bom.

Sejamos valentes e comecemos a jogar na caixa de lixo da História os sistemas nefastos que nos regem, para que, sobre os seus escombros, possa caminhar esse Homem Novo, cuja característica principal é a de ser bom.



Jorge Angel Livraga, fundador de Nova Acrópole.

Publicado na Revista Nueva Acrópolis n. 171. Madri, Espanha, maio de 1989.