1/5) A Ascensão Chinesa e a Reconfiguração do Projeto de Governança Global
Durante décadas, setores globalistas — especialmente aqueles alinhados à vertente progressista e democrata nos Estados Unidos — acreditaram ser capazes de utilizar a ascensão econômica da China como instrumento para seus próprios projetos de controle geopolítico.
Imaginava-se que, em determinado momento, Pequim poderia ser descartada como um parceiro funcional e contido pelos mecanismos tradicionais de governança global.
No entanto, esse cálculo se revelou profundamente equivocado.
Hoje, a China demonstra ter estado no controle dessa relação assimétrica o tempo todo. O Partido Comunista Chinês (PCCh), sob a liderança estratégica de Xi Jinping, operou com paciência milenar e visão de longo prazo.
No contexto latino-americano, por exemplo, a escolha do Partido dos Trabalhadores (PT) como principal interlocutor regional sinaliza uma reconfiguração estratégica.
Essa escolha ocorreu em detrimento do trabalho diplomático que partidos como o PDT vinham desenvolvendo há décadas com o PCCh, mas sem abandonar outras frentes.
A China fortaleceu os laços com setores jovens e ideologicamente afinados, como a Juventude Socialista, inclusive com o engajamento do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que se consolidou como parte ativa do eixo de diálogo e cooperação com Pequim.
Durante décadas, setores globalistas — especialmente aqueles alinhados à vertente progressista e democrata nos Estados Unidos — acreditaram ser capazes de utilizar a ascensão econômica da China como instrumento para seus próprios projetos de controle geopolítico.
Imaginava-se que, em determinado momento, Pequim poderia ser descartada como um parceiro funcional e contido pelos mecanismos tradicionais de governança global.
No entanto, esse cálculo se revelou profundamente equivocado.
Hoje, a China demonstra ter estado no controle dessa relação assimétrica o tempo todo. O Partido Comunista Chinês (PCCh), sob a liderança estratégica de Xi Jinping, operou com paciência milenar e visão de longo prazo.
No contexto latino-americano, por exemplo, a escolha do Partido dos Trabalhadores (PT) como principal interlocutor regional sinaliza uma reconfiguração estratégica.
Essa escolha ocorreu em detrimento do trabalho diplomático que partidos como o PDT vinham desenvolvendo há décadas com o PCCh, mas sem abandonar outras frentes.
A China fortaleceu os laços com setores jovens e ideologicamente afinados, como a Juventude Socialista, inclusive com o engajamento do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que se consolidou como parte ativa do eixo de diálogo e cooperação com Pequim.
2/5) Essa movimentação indica que a China busca assumir o protagonismo de um projeto de governança global que até então era conduzido por elites ocidentais.
E para que esse plano não encontre obstáculos no campo geopolítico, Pequim cuidou de antecipar as movimentações no tabuleiro internacional.
Ao estimular, de forma direta ou indireta, a volta de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos — visto por muitos como uma continuação das diretrizes estratégicas do governo Obama —, a China se preparou para induzir os rumos da política externa americana em favor de seus próprios objetivos.
A guerra na Ucrânia exemplifica esse novo arranjo.
A reativação do conflito no Leste Europeu, com o apoio político e militar de Washington a Kiev, empurrou a Rússia para uma aliança ainda mais profunda com Pequim.
Sob o peso de sanções ocidentais, Moscou passou a depender do apoio financeiro, energético e tecnológico da China.
Ao mesmo tempo, a China já contava com um sistema financeiro alternativo ao SWIFT — o CIPS (Cross-Border Interbank Payment System) — e lançou oficialmente, em 2020, sua moeda digital soberana, o e-CNY, um projeto iniciado em 2014 e acelerado durante a pandemia de COVID-19.
E para que esse plano não encontre obstáculos no campo geopolítico, Pequim cuidou de antecipar as movimentações no tabuleiro internacional.
Ao estimular, de forma direta ou indireta, a volta de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos — visto por muitos como uma continuação das diretrizes estratégicas do governo Obama —, a China se preparou para induzir os rumos da política externa americana em favor de seus próprios objetivos.
A guerra na Ucrânia exemplifica esse novo arranjo.
A reativação do conflito no Leste Europeu, com o apoio político e militar de Washington a Kiev, empurrou a Rússia para uma aliança ainda mais profunda com Pequim.
Sob o peso de sanções ocidentais, Moscou passou a depender do apoio financeiro, energético e tecnológico da China.
Ao mesmo tempo, a China já contava com um sistema financeiro alternativo ao SWIFT — o CIPS (Cross-Border Interbank Payment System) — e lançou oficialmente, em 2020, sua moeda digital soberana, o e-CNY, um projeto iniciado em 2014 e acelerado durante a pandemia de COVID-19.
3/5) Esse conjunto de medidas fortaleceu a capacidade da China de operar fora das estruturas de dominação financeira do Ocidente.
Em termos simbólicos, essa reaproximação sino-russa pode ser comparada à “cura da besta” — uma alusão à reconfiguração da antiga URSS após sua “ferida mortal”, ou seja, o colapso da União Soviética.
Embora em uma nova arquitetura política, a união estratégica de potências euroasiáticas sinaliza o surgimento de uma ordem multipolar sob coordenação chinesa.
Além do Leste Europeu, a China operou para fragmentar o bloco ocidental também em outras frentes.
O apoio indireto ao Brexit e a imposição de condicionantes em acordos comerciais com o Reino Unido revelam uma clara estratégia de enfraquecer a coesão da União Europeia.
A saída britânica do bloco, somada aos impactos devastadores da pandemia, abriu vácuos geoeconômicos que apenas a China, com sua capacidade industrial e diplomática, estava apta a preencher de forma rápida e eficaz.
Em termos simbólicos, essa reaproximação sino-russa pode ser comparada à “cura da besta” — uma alusão à reconfiguração da antiga URSS após sua “ferida mortal”, ou seja, o colapso da União Soviética.
Embora em uma nova arquitetura política, a união estratégica de potências euroasiáticas sinaliza o surgimento de uma ordem multipolar sob coordenação chinesa.
Além do Leste Europeu, a China operou para fragmentar o bloco ocidental também em outras frentes.
O apoio indireto ao Brexit e a imposição de condicionantes em acordos comerciais com o Reino Unido revelam uma clara estratégia de enfraquecer a coesão da União Europeia.
A saída britânica do bloco, somada aos impactos devastadores da pandemia, abriu vácuos geoeconômicos que apenas a China, com sua capacidade industrial e diplomática, estava apta a preencher de forma rápida e eficaz.
4/5) Nesse ambiente de crise, a China emergiu como fornecedora de infraestrutura, tecnologia e crédito, utilizando instrumentos como a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) e seus bancos de desenvolvimento.
Mais do que disputar influência, a China passou a redesenhar a arquitetura global, moldando-a em torno de seus interesses e valores.
Hoje, os sinais são claros: a China não mais atua nos bastidores de um projeto globalista concebido por outros.
Ela se posiciona como centro nervoso de um novo paradigma de governança internacional.
Xi Jinping apresenta-se como o grande timoneiro de um sistema no qual as nações seriam administradas por lideranças regionais que aceitassem operar sob uma lógica semipresidencialista ou parlamentarista, capaz de se integrar a uma governança global liderada por Pequim.
Mais do que disputar influência, a China passou a redesenhar a arquitetura global, moldando-a em torno de seus interesses e valores.
Hoje, os sinais são claros: a China não mais atua nos bastidores de um projeto globalista concebido por outros.
Ela se posiciona como centro nervoso de um novo paradigma de governança internacional.
Xi Jinping apresenta-se como o grande timoneiro de um sistema no qual as nações seriam administradas por lideranças regionais que aceitassem operar sob uma lógica semipresidencialista ou parlamentarista, capaz de se integrar a uma governança global liderada por Pequim.
5/5) A chamada “terceira via” — expressão tão utilizada por setores liberais para simbolizar moderação e pragmatismo — acabou por se tornar uma via de transição funcional ao modelo chinês.
Os líderes que a adotarem, cientes ou não, atuarão como meros administradores locais de um projeto maior que não admite soberania plena nem autodeterminação fora do núcleo de poder estabelecido por Pequim.
O que está em jogo não é apenas uma disputa entre modelos econômicos, mas uma redefinição profunda das estruturas de comando do mundo contemporâneo.
Se nada for feito por parte das nações que prezam pela democracia como a conhecemos, ao que parece, a nova ordem não será construída em Genebra, Bruxelas ou Nova York — mas em Pequim, sob os princípios do Partido Comunista Chinês.
Os líderes que a adotarem, cientes ou não, atuarão como meros administradores locais de um projeto maior que não admite soberania plena nem autodeterminação fora do núcleo de poder estabelecido por Pequim.
O que está em jogo não é apenas uma disputa entre modelos econômicos, mas uma redefinição profunda das estruturas de comando do mundo contemporâneo.
Se nada for feito por parte das nações que prezam pela democracia como a conhecemos, ao que parece, a nova ordem não será construída em Genebra, Bruxelas ou Nova York — mas em Pequim, sob os princípios do Partido Comunista Chinês.
A piada e o riso não são crimes.
A piada só funciona porque quem ouve entende que aquilo não é uma declaração de verdade, nem um juízo sério de valor — é uma construção absurda, provocativa, muitas vezes exagerada.
Justamente por isso, provoca o riso.
Quem ri de uma piada reconhece o seu caráter simbólico e ficcional. Sabe que não está diante de um manifesto ou de um ataque, mas de um jogo de linguagem que nos permite rir de nós mesmos, do mundo e até das contradições mais duras da vida.
Quem se ofende com uma piada, por outro lado, não ri — e não a reproduz.
E está em seu direito.
Mas o incômodo individual não pode se tornar um instrumento de censura coletiva.
Nos dois casos, a vida segue.
O riso não é um crime, e o humor não é uma arma.
Criminalizar a piada é confundir linguagem com intenção, arte com agressão, comédia com crime, e ficção com realidade.
É esquecer que o humor é uma das expressões mais antigas da liberdade — e também uma das primeiras a serem atacadas quando ela começa a desaparecer.
A piada só funciona porque quem ouve entende que aquilo não é uma declaração de verdade, nem um juízo sério de valor — é uma construção absurda, provocativa, muitas vezes exagerada.
Justamente por isso, provoca o riso.
Quem ri de uma piada reconhece o seu caráter simbólico e ficcional. Sabe que não está diante de um manifesto ou de um ataque, mas de um jogo de linguagem que nos permite rir de nós mesmos, do mundo e até das contradições mais duras da vida.
Quem se ofende com uma piada, por outro lado, não ri — e não a reproduz.
E está em seu direito.
Mas o incômodo individual não pode se tornar um instrumento de censura coletiva.
Nos dois casos, a vida segue.
O riso não é um crime, e o humor não é uma arma.
Criminalizar a piada é confundir linguagem com intenção, arte com agressão, comédia com crime, e ficção com realidade.
É esquecer que o humor é uma das expressões mais antigas da liberdade — e também uma das primeiras a serem atacadas quando ela começa a desaparecer.
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O DESTINO BÍBLICO DO IRÃ: O Irã segundo as profecias bíblicas.
Créditos
Material produzido por:
Além da Sabedoria (canal Youtube)
https://www.youtube.com/@AlemdaSabedoriaa
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O que é um Aiatolá?
Produção:
Estranha História - Canal criado por Henrique Caldeira (doutor em História/UFMG)
Link: https://www.youtube.com/@henriquecaldeira
Resumo 1/2:
O vídeo explica o que é um aiatolá (آية الله, ayatul‑Lah) dentro do islamismo xiita duodecimano (اثنا عشرية, Ithnāʾashariyya).
O título “aiatolá” significa literalmente “sinal de D'us” (do árabe آية, ayah = sinal, e الله, Allah = D'us).
Principais pontos abordados:
O aiatolá é um clérigo xiita de alto escalão reconhecido por amplo domínio em jurisprudência islâmica (sharia) e teologia xiita.
Diferencia-se do xeque, pois o título é conferido por aclamação de outros clérigos ou por reconhecimento por mérito acadêmico, muitas vezes exigindo descendência direta do Profeta Maomé.
No sistema político iraniano e de outras repúblicas teocráticas xiitas, o aiatolá exerce autoridade religiosa e política: nomeia líderes das Forças Armadas, presidente do Judiciário, membros do Conselho dos Guardiões e pode cassar o presidente.
Produção:
Estranha História - Canal criado por Henrique Caldeira (doutor em História/UFMG)
Link: https://www.youtube.com/@henriquecaldeira
Resumo 1/2:
O vídeo explica o que é um aiatolá (آية الله, ayatul‑Lah) dentro do islamismo xiita duodecimano (اثنا عشرية, Ithnāʾashariyya).
O título “aiatolá” significa literalmente “sinal de D'us” (do árabe آية, ayah = sinal, e الله, Allah = D'us).
Principais pontos abordados:
O aiatolá é um clérigo xiita de alto escalão reconhecido por amplo domínio em jurisprudência islâmica (sharia) e teologia xiita.
Diferencia-se do xeque, pois o título é conferido por aclamação de outros clérigos ou por reconhecimento por mérito acadêmico, muitas vezes exigindo descendência direta do Profeta Maomé.
No sistema político iraniano e de outras repúblicas teocráticas xiitas, o aiatolá exerce autoridade religiosa e política: nomeia líderes das Forças Armadas, presidente do Judiciário, membros do Conselho dos Guardiões e pode cassar o presidente.
Resumo 2/2:
Figuras históricas e contemporâneas destacadas no vídeo:
Rūḥollāh Mūsavī Khomeynī ( روحالله موسوي خميني): também conhecido como aiatolá Khomeini.
Foi o líder espiritual e político da Revolução Iraniana de 1979, tornando-se o primeiro Líder Supremo do Irã até sua morte em 3 de junho de 1989.
Ali Khamenei ( علي خامنئي ): sucedeu Khomeini em 4 de junho de 1989 como Líder Supremo.
Exerce controle sobre os poderes políticos, judiciais e militares no Irã e desempenha papel central nas decisões internacionais.
Ali al‑Husaini al‑Sistani ( علي الحسني السيستاني ): grande aiatolá no Iraque e figura proeminente após 2003, líder espiritual e fonte de emulação dentro do seminário em Najaf.
O vídeo também menciona o papel dos aiatolás na difusão do xiismo duodecimano, que segue a crença nos doze imãs, e o empenho desses líderes religiosos tanto em ensino quanto em política.
Figuras históricas e contemporâneas destacadas no vídeo:
Rūḥollāh Mūsavī Khomeynī ( روحالله موسوي خميني): também conhecido como aiatolá Khomeini.
Foi o líder espiritual e político da Revolução Iraniana de 1979, tornando-se o primeiro Líder Supremo do Irã até sua morte em 3 de junho de 1989.
Ali Khamenei ( علي خامنئي ): sucedeu Khomeini em 4 de junho de 1989 como Líder Supremo.
Exerce controle sobre os poderes políticos, judiciais e militares no Irã e desempenha papel central nas decisões internacionais.
Ali al‑Husaini al‑Sistani ( علي الحسني السيستاني ): grande aiatolá no Iraque e figura proeminente após 2003, líder espiritual e fonte de emulação dentro do seminário em Najaf.
O vídeo também menciona o papel dos aiatolás na difusão do xiismo duodecimano, que segue a crença nos doze imãs, e o empenho desses líderes religiosos tanto em ensino quanto em política.
1/9) BRICS, CIPS, UnionPay e Poder: Os 4 Eixos da Ascensão Chinesa
1º Rússia migra para sistemas alternativos
Com as sanções impostas pelo Ocidente em 2022, a Rússia foi desconectada do sistema financeiro global dominado pelo SWIFT.
Como resposta, intensificou o uso de seu sistema próprio, o SPFS (Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras), promovendo sua integração ao CIPS, o sistema chinês equivalente ao SWIFT, desde março daquele ano.
A conexão entre SPFS e CIPS simboliza o surgimento de uma nova malha transacional fora da órbita do Ocidente, construída para operar independentemente do dólar e da infraestrutura financeira euro-americana.
1º Rússia migra para sistemas alternativos
Com as sanções impostas pelo Ocidente em 2022, a Rússia foi desconectada do sistema financeiro global dominado pelo SWIFT.
Como resposta, intensificou o uso de seu sistema próprio, o SPFS (Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras), promovendo sua integração ao CIPS, o sistema chinês equivalente ao SWIFT, desde março daquele ano.
A conexão entre SPFS e CIPS simboliza o surgimento de uma nova malha transacional fora da órbita do Ocidente, construída para operar independentemente do dólar e da infraestrutura financeira euro-americana.
2/9) 2º China apoiando a Rússia economicamente
A China rapidamente ocupou o vácuo deixado pelas empresas ocidentais na Rússia.
Até o fim de 2023, mais de um terço das transações bilaterais sino-russas passaram a ser realizadas em yuan, fortalecendo a moeda chinesa como alternativa ao dólar em ambientes hostis às sanções.
Além disso, a UnionPay, rede de cartões chinesa, integrou-se ao sistema Mir, o equivalente russo à Mastercard e Visa.
Isso permitiu aos cidadãos russos continuar realizando pagamentos internacionais mesmo após o bloqueio das bandeiras ocidentais, consolidando um ambiente financeiro bilateral resiliente às sanções euro-americanas e potencialmente ameaçador para a hegemonia do dólar.
A China rapidamente ocupou o vácuo deixado pelas empresas ocidentais na Rússia.
Até o fim de 2023, mais de um terço das transações bilaterais sino-russas passaram a ser realizadas em yuan, fortalecendo a moeda chinesa como alternativa ao dólar em ambientes hostis às sanções.
Além disso, a UnionPay, rede de cartões chinesa, integrou-se ao sistema Mir, o equivalente russo à Mastercard e Visa.
Isso permitiu aos cidadãos russos continuar realizando pagamentos internacionais mesmo após o bloqueio das bandeiras ocidentais, consolidando um ambiente financeiro bilateral resiliente às sanções euro-americanas e potencialmente ameaçador para a hegemonia do dólar.
3/9) 3º BRICS e alternativas ao dólar
Rússia e China lideram, dentro dos BRICS, o desenvolvimento de mecanismos paralelos ao dólar e ao SWIFT.
Iniciativas como o BRICS Pay e o BRICS Bridge — este último proposto por Putin em 2024 e baseado em blockchain — buscam reorganizar o sistema monetário global em bases multipolares.
Curiosamente, nem China nem Rússia compareceram à Cúpula do BRICS realizada no Brasil, preferindo tratar o anfitrião como proxy diplomático.
Essa ausência não foi casual:
expressa a estratégia de manter o protagonismo concentrado em Pequim e Moscou, enquanto países como o Brasil funcionam como fachada de pluralidade e neutralidade.
Rússia e China lideram, dentro dos BRICS, o desenvolvimento de mecanismos paralelos ao dólar e ao SWIFT.
Iniciativas como o BRICS Pay e o BRICS Bridge — este último proposto por Putin em 2024 e baseado em blockchain — buscam reorganizar o sistema monetário global em bases multipolares.
Curiosamente, nem China nem Rússia compareceram à Cúpula do BRICS realizada no Brasil, preferindo tratar o anfitrião como proxy diplomático.
Essa ausência não foi casual:
expressa a estratégia de manter o protagonismo concentrado em Pequim e Moscou, enquanto países como o Brasil funcionam como fachada de pluralidade e neutralidade.
4/9) 4º Motivação geopolítica
As sanções ocidentais não apenas isolaram a Rússia: empurraram-na para os braços da China.
Esse movimento acelerou uma dependência assimétrica, transformando Moscou em peça do tabuleiro geoeconômico chinês.
Xi Jinping, por sua vez, tem utilizado os BRICS, a guerra na Ucrânia e a fragilidade do dólar como vetores indiretos para pavimentar sua ambição de hegemonia financeira.
Mais que uma reação ao cerco do Ocidente, o que se delineia é um projeto sistêmico: a construção de uma nova ordem financeira global, descentralizada dos EUA, mas subordinada à infraestrutura tecnológica, comercial e monetária da China.
As sanções ocidentais não apenas isolaram a Rússia: empurraram-na para os braços da China.
Esse movimento acelerou uma dependência assimétrica, transformando Moscou em peça do tabuleiro geoeconômico chinês.
Xi Jinping, por sua vez, tem utilizado os BRICS, a guerra na Ucrânia e a fragilidade do dólar como vetores indiretos para pavimentar sua ambição de hegemonia financeira.
Mais que uma reação ao cerco do Ocidente, o que se delineia é um projeto sistêmico: a construção de uma nova ordem financeira global, descentralizada dos EUA, mas subordinada à infraestrutura tecnológica, comercial e monetária da China.
5/9) O elo brasileiro: interesses ocultos por trás da narrativa oficial
Neste contexto, o Brasil não é apenas um espectador.
Empresas brasileiras com capital híbrido e conexões internacionais já se posicionam para lucrar com essa nova arquitetura global.
Um exemplo pouco debatido é a participação da Rede Globo, através de sua fatia de 33% na Stone, empresa de meios de pagamento que firmou parceria com a UnionPay no Brasil.
Neste contexto, o Brasil não é apenas um espectador.
Empresas brasileiras com capital híbrido e conexões internacionais já se posicionam para lucrar com essa nova arquitetura global.
Um exemplo pouco debatido é a participação da Rede Globo, através de sua fatia de 33% na Stone, empresa de meios de pagamento que firmou parceria com a UnionPay no Brasil.
6/9) Paradoxalmente, a Globo — que se apresenta como bastião da democracia e defensora da soberania nacional — não pode revelar abertamente seu interesse comercial na ruptura com os EUA.
Ao mesmo tempo, tenta instrumentalizar os chamados “bolsonaristas” como massa de manobra para pressionar o governo com ameaças de sanções, inclusive promovendo narrativas que sugerem risco de isolamento internacional do Brasil.
O silêncio midiático sobre o papel da UnionPay, da BRICS Pay e da nova infraestrutura financeira global é sintomático: quem realmente lucra com a reconfiguração em curso prefere agir nos bastidores, escondendo-se atrás de discursos geopolíticos que condenam a guerra, mas omitem seus dividendos.
A guerra como catalisador de uma nova arquitetura de poder
A guerra na Ucrânia, longe de ser apenas um conflito territorial, tornou-se laboratório geoeconômico.
Ao mesmo tempo, tenta instrumentalizar os chamados “bolsonaristas” como massa de manobra para pressionar o governo com ameaças de sanções, inclusive promovendo narrativas que sugerem risco de isolamento internacional do Brasil.
O silêncio midiático sobre o papel da UnionPay, da BRICS Pay e da nova infraestrutura financeira global é sintomático: quem realmente lucra com a reconfiguração em curso prefere agir nos bastidores, escondendo-se atrás de discursos geopolíticos que condenam a guerra, mas omitem seus dividendos.
A guerra como catalisador de uma nova arquitetura de poder
A guerra na Ucrânia, longe de ser apenas um conflito territorial, tornou-se laboratório geoeconômico.
7/9) A Rússia, pressionada, se tornou o terreno fértil para testar estruturas paralelas ao sistema financeiro dominado pelo Ocidente — todas com assinatura chinesa.
Enquanto isso, a China não apenas observa o tabuleiro — ela o desenha - principalmente curando o antigo inimigo dos EUA de sua ferida mortal.
E, nesse desenho, o Brasil corre o risco de ser mais instrumento do que agente, servindo a interesses que, apesar de mascarados por bandeiras nacionais ou ideológicas, operam em sintonia com a ascensão silenciosa, mas meticulosa, do yuan como novo epicentro do sistema monetário global.
Enquanto isso, a China não apenas observa o tabuleiro — ela o desenha - principalmente curando o antigo inimigo dos EUA de sua ferida mortal.
E, nesse desenho, o Brasil corre o risco de ser mais instrumento do que agente, servindo a interesses que, apesar de mascarados por bandeiras nacionais ou ideológicas, operam em sintonia com a ascensão silenciosa, mas meticulosa, do yuan como novo epicentro do sistema monetário global.
8/9) Se, de fato, Putin e Xi não estivessem liderando o movimento, como sugerem certas leituras midiáticas que buscam diluir responsabilidades ou descentralizar o protagonismo, eles não apenas teriam comparecido à Cúpula do BRICS no Brasil — ainda que por protocolo diplomático — como também teriam desmontado toda a estrutura construída, ou no mínimo, interrompido negociações estratégicas como a expansão da UnionPay com parceiros como a Stone no Brasil.
9/9) Ao contrário, a ausência dos dois líderes evidencia uma estratégia sofisticada: manter o controle da nova ordem em curso, delegando a vitrine aos países intermediários, enquanto concentram o poder de decisão nas capitais de Moscou e Pequim.
Essa arquitetura não se desfaz porque não é acidental.
Ela é intencional, metódica e gradual — exatamente como se espera de uma mudança sistêmica no eixo do poder global, capitaneada pela China, com o apoio midiático e ideológico de atores que se declaram defensores da soberania e da democracia, mas que, na prática, atuam em sinergia com os interesses de Pequim na consolidação de uma nova ordem global — sem o dólar, mas sob liderança chinesa e seu aparato de controle.
Essa arquitetura não se desfaz porque não é acidental.
Ela é intencional, metódica e gradual — exatamente como se espera de uma mudança sistêmica no eixo do poder global, capitaneada pela China, com o apoio midiático e ideológico de atores que se declaram defensores da soberania e da democracia, mas que, na prática, atuam em sinergia com os interesses de Pequim na consolidação de uma nova ordem global — sem o dólar, mas sob liderança chinesa e seu aparato de controle.