Ao se infiltrarem em grupos privados […], os investigadores policiais descobriram imagens insuportáveis. Em particular, do estupro de um bebê de 4 meses. Apesar da extrema gravidade da situação, o Telegram supostamente não se dignou a responder [aos pedidos da polícia] […]. Outros serviços policiais [que combatem o abuso infantil] concordam: nos últimos anos, o Telegram tem estado ausente sempre que os tribunais pedem que ele faça o menor esforço em direção à transparência.

Questionado longamente sobre este assunto durante sua custódia policial e novamente durante sua primeira audiência perante o juiz de instrução, Pavel Durov respondeu, de acordo com fontes concordantes, que o silêncio do Telegram, pelo contrário, não foi sistemático.

Segundo o bilionário, sua empresa teria o hábito de colaborar com a Direção Geral de Segurança Interna (DGSI) no contexto de investigações antiterroristas. Assim que vidas humanas estivessem em jogo, o Telegram atenderia às solicitações da inteligência francesa por meio de um canal de comunicação especialmente projetado.

Pavel Durov até afirma ter ajudado a frustrar conspirações terroristas e ter participado do trabalho de inteligência da DGSI na preparação para os Jogos Olímpicos. Mas, como ele próprio também admitiu, o Telegram teria escolhido limitar sua cooperação judicial somente a essa estrutura antiterrorista, excluindo qualquer colaboração com outros serviços policiais sob o pretexto de que estes últimos usariam o canal de comunicação reservado para a DGSI.

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